terça-feira, 12 de março de 2019

MUNDO: Parlamento britânico rejeita nova proposta de May para o Brexit

OGLOBO.COM.BR
O Globo e agências internacionais

Opções agora seriam deixar bloco sem regras de transição ou pedir prorrogação de prazo, que acaba no dia 29

Imagem de transmissão de TV da sessão que votou o Brexit mostra a primeira-ministra britânica Theresa May gesticulando enquanto defendia o acordo negociado por ela em discurso na Câmara dos Comuns: opções agora são saída sem acordo ou prorrogação do praz Foto: PRU/AFP

LONDRES – A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, sofreu uma nova e forte derrota nesta terça-feira em sua segunda tentativa de aprovar no Parlamento o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit. Em votação na Câmara dos Comuns, os parlamentares britânicos rejeitaram a proposta por 391 a 242 votos, margem pouco inferior aos 432 votos contra e 202 a favor registrados na primeira votação em 15 de janeiro.
Diante do resultado, o Parlamento britânico voltará a se reunir nesta quarta-feira para discutir o Brexit, desta vez deliberando se a saída se dará no dia 29 de março, como originalmente planejado, mas sem acordo de transição com o bloco europeu. A expectativa, porém, é que esta opção também seja rejeitada.
Caso isso se comprove, na quinta-feira May tentará obter dos parlamentares aprovação para negociar com a UE uma extensão do chamado Artigo 50, que regula o processo pelo qual países podem deixar o bloco. Esta provisão efetivamente adiaria a saída do Reino Unido da UE, dando mais tempo para a premier negociar novo acordo que satisfaça tanto o público interno quanto o bloco, embora este já tenha indicado que não há mais concessões ou maneiras de viabilizar o processo além das que foram rechaçadas nesta terça.
Mais uma vez, os eurocéticos do próprio partido de May, o Conservador, foram os principais algozes do acordo apresentado pela primeira-ministra. A maior crítica desse grupo é ao mecanismo proposto para evitar que, após o Brexit, sejam impostos controles de fronteira entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, integrante da UE.
Depois do Brexit, esta será a única fronteira terrestre entre o Reino Unido e o bloco, mas a imposição de controles fronteiriços violaria o Acordo da Sexta-Feira Santa, que em 1998 pôs fim à insurgência liderada pelos católicos da Irlanda do Norte, favoráveis à unificação com a Irlanda.
Para evitar isso, a UE propôs que, durante o período de transição regido pelo acordo, que vai até o fim de 2020, o Reino Unido permaneça em uma união aduaneira com o bloco. Depois, seriam negociadas novas regras capazes de satisfazer britânicos e irlandeses. O temor dos defensores mais radicais do Brexit, porém, é de que não surja uma alternativa, e a união aduaneira se prolongue indefinidamente.
Na segunda-feira, em uma tentativa de
Principal negociador do Brexit pelo lado da UE, Michel Barnier afirmou que cabe ao Reino Unido resolver o impasse trazido pela nova rejeição de uma saída acordada do bloco.
— A UE fez tudo que podia para que o acordo passasse — disse depois da votação no Parlamento britânico. — O impasse só pode ser resolvido pelo Reino Unido. E nossos preparativos para (uma saída) sem acordo são agoras mais importantes que nunca.

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