terça-feira, 6 de junho de 2017

CASO JBS: Fachin dá mais 72 horas para Temer responder perguntas da PF

OGLOBO.COM.BR
POR RENATA MARIZ

Prazo inicial terminaria na tarde desta terça-feira

O ministro Edson Fachin, durante sessão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) - Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA — O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, deu como prazo até 17h da próxima sexta-feira para que o presidente Michel Temer responda às 82 perguntas formuladas pela Polícia Federal no inquérito que investiga se ele praticou os crimes de corrupção, obstrução da Justiça e organização criminosa. Fachin atendeu a um pedido da defesa de Temer, que argumentou ser exíguo o prazo de 24 horas, que se encerraria na tarde desta terça-feira. Mas o ministro ressalvou que "improrrogavelmente" as respostas deverão ser dadas até a nova data fixada.
Temer deve responder por escrito aos questionamentos da Polícia Federal. Também poderá silenciar. No entanto, a defesa do presidente afirmou que quer esclarecer todos os fatos e, por isso, pediu mais tempo. "Em análise pautada pelo princípio da razoabilidade compreendo possível deferir o pleito, especialmente considerando o número de perguntas formuladas, bem como o fato de que, em princípio, não adviria prejuízo à investigação a postergação do prazo anteriormente assinalado".
As 82 perguntas dirigidas pela PF ao presidente Michel Temer estão divididas em dois blocos. No primeiro, são 59 questionamentos que tentam traçar as relações do peemedebista com outros investigados, como seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, e os delatores da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud. O segundo traz 23 indagações específicas sobre as informações levantadas a partir da gravação feita por Joesley com Temer no subsolo do Palácio do Jaburu.
O interrogatório por escrito questiona Temer a respeito de pontos cruciais, tais como porque ele não comunicou às autoridades ou ao menos advertiu Joesley ao ouvir do empresário que estava corrompendo dois membros da Justiça, no que inclusive repetiu as palavras do interlocutor: "tá segurando, os dois". Temer é questionado ainda sobre por que aceitou se reunir fora da agenda pública com o dono da JBS que ele próprio desqualificou, após as gravações se tornarem públicas, como um "conhecido falastrão".
A PF também quer saber o que Temer entendeu por "zerar pendências", expressão dita por Joesley no contexto da relação com o ex-deputado Eduardo Cunha em que sugere apoio financeiro para silenciá-lo. E quais seriam os dois ministros do Supremo Tribunal Federal que poderiam ajudar Cunha nos processos a que responde, segundo frase dita pelo próprio presidente na gravação.
Alguns personagens ainda periféricos na parte conhecida das investigações apareceram nas perguntas dos delegados federais. Eles questionam, por exemplo, quem é "Edgar" e quais relações tem com Temer. Outras pessoas mencionadas nas delações da JBS também são mencionadas nos questionamentos, como Antônio Celso Grecco e Ricardo Mesquita, vinculados à empresa Rodrimar.
Além deles, a PF também quer saber mais sobre a relação de Temer com o coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo, João Baptista Lima Filho. O militar da reserva é amigo de longa data do peemedebista e foi apontado por Ricardo Saud, executivo da JBS, como emissário de Temer para receber R$ 1 milhão em 2014. O dinheiro, segundo delatores, foi repassado em uma caixa grande, no escritório de Lima Filho, em São Paulo, que foi alvo de busca e aprreensão.

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