quinta-feira, 8 de setembro de 2016

MUNDO: Hillary vê Trump 'recalibrado' diminuir vantagem nas pesquisas

FOLHA.COM
ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER, DE NOVA YORK

Há um mês, a candidatura do republicano Donald Trump derretia nas pesquisas, e a democrata Hillary Clinton parecia tão confiante de que seria presidente dos EUA que anunciou uma equipe de transição.
Rivais julgaram o gesto precipitado — similar a FHC sentar na cadeira de prefeito na véspera da eleição paulistana de 1985, só para o vencedor de fato, Jânio Quadros, desinfetar o assento depois.
A dois meses do pleito americano, é Hillary quem perde terreno, embora ainda seja cedo para mensurar se a sangria de votos continuará a ponto de beneficiar Trump.
Brendan Smialowski/AFP 
A candidata democrata à Casa Branca, HIllary Clinton, participa de fórum militar em Nova York

No QG democrata, a sirene soou com a pesquisa CNN/ORC, que dá a ela 43% da preferência nacional e 45% a ele. Se os números provam algo, é a de que esta eleição será menos previsível do que se imagina, dizem analistas consultados pela Folha.
Outras sondagens mostram Hillary empatada com Trump no Texas, feudo republicano, e à frente dele em Estados cruciais, como Flórida, Pensilvânia e Ohio —onde a disputa costuma ser acirrada, já que a população local oscila entre democratas ou republicanos. Mas a vantagem da ex-secretária de Estado, que chegou aos dois dígitos nessas áreas, encolheu.
Hoje Hillary tem 67,8% de chance de ganhar a eleição, segundo o FiveThirtyEight, site do estatístico Nate Silver. A margem já foi melhor: em 14 de agosto, bateu em 89%.
Trump, que em 30 de julho chegou a superá-la (50,1%) nas previsões de Silver, perdeu fôlego após polêmicas que não pouparam um bebê que chorava em um de seus comícios (ele convidou a mãe a se retirar do local).

Após mudar o comando da campanha, ele está mais contido e começou a investir em grupos que alienava, como negros e latinos. Mas não descuidou da base fiel que delira quando promete construir um muro na fronteira com o vizinho; num aceno diplomático, fez uma visita ao México, mas obliterou o presidente Enrique Peña Nieto, trucidado em casa por não ter sido mais duro com Trump.
"O cara que zombava de Obama e de Hillary por lerem discursos de teleprompter está ficando melhor em seguir o roteiro", diz o site Politico.
"Sua nova equipe parece tê-lo convencido a parar de focar em ataques colaterais", afirma à Folha Robert Shapiro, da Universidade Columbia. Para ele, Trump ganhou pontos ao deixar de reagir com o fígado às provocações.
Já a democrata atolou em controvérsias próprias, como a divulgação de e-mails que mostram relações suspeitas entre sua equipe no Departamento de Estado (2009-13) e a Fundação Clinton.
Notas do FBI revelaram ainda que ela usou 13 aparelhos Blackberry e cinco tablets, alguns destruídos com martelo, para acessar um e-mail privado quando era secretária de Estado.
Nesta quarta (7), ela voltou a defender a forma como lidou com os e-mails, dizendo que nenhuma das mensagens enviadas pelo servidor privado eram confidenciais. "Fiz exatamente o que deveria ter sido feito e levo isto muito a sério, sempre levei e continuarei levando", afirmou.
Para John Green, da Universidade de Akron, o mapa eleitoral ainda a favorece, mas é preciso atentar a outro possível fenômeno. "Os simpatizantes de Trump podem ir às urnas em peso, incluindo quem não costuma votar".

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