terça-feira, 25 de agosto de 2015

ECONOMIA: Brasil está preparado para crise chinesa e turbulência nos mercados, diz Levy

OGLOBO.COM.BR
POR FLÁVIA BARBOSA, CORRESPONDENTE

O ministro disse que a economia brasileira está sendo ajustada para uma nova realidade, e que não vê 'depressão global'

WASHINGTON - O Brasil está preparado para enfrentar a onda de mau humor nos mercados globais, desencadeada pelas incertezas sobre o futuro da economia da China, avalia o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Para ele, o momento é de volatilidade, mas os danos não serão permanentes, pois o governo brasileiro tem implementado medidas que estão consertando erros passados e promovendo uma reforma estrutural. Se este caminho for mantido, o Brasil será "vencedor neste mundo" em transformação e voltará a crescer.
— Estamos preparados (...) Nós estamos ajustando a economia para um nova realidade, uma realidade em que as mudanças dos termos de troca serão persistentes. Uma realidade brevemente também em que os juros globais talvez comecem a subir um pouquinho, e a gente sabe que isso vai ocorrer. O que nós estamos fazendo é preparar o Brasil para isso, para ser vencedor neste mundo. O Brasil como sétima ou oitava maior economia do mundo, bastante diversificada, que tem independência energética e inúmeras coisas a favor dela, é lógico que consegue se dar bem mesmo num cenário global um pouco mais adverso — afirmou Levy, em entrevista na embaixada do Brasil nos EUA.
FRUTOS DO AJUSTE
O ministro defendeu que, mesmo com os obstáculos no caminho, o Brasil já colhe os frutos do ajuste implementado desde 1º de janeiro:
— A gente está preparado. A gente tem de atravessar os momentos de volatilidade. A gente tem que atravessar continuando a fazer o que a gente tem que fazer. Implementando as políticas, as reformas, as mudanças no Brasil estão indo bem. E o que a gente fez já está dando resultado. A gente já vê pessoas começando a exportar. A gente já vê a nossa conta corrente se reequilibrando.
Levy foi cauteloso em relação à dimensão do pânico nos mercados, depois que as Bolsas em todo o mundo desabaram. Para ele, "a única coisa de que se deve ter medo é de ter medo":
— Não acho que vai ter depressão nos mercados globais — ponderou Levy. — Nós sabemos como os mercados se comportam, ainda mais verão, não tem tanta liquidez. Nós já vimos esse filme antes. Nós temos que estar com a economia com fundamentos adequados.
Ele também evitou classificar como grave a situação da China:
— Olhamos com atençãio. É uma acomodação o que está acontecendo na China. Não era sustentável (o padrão de crescimento), está saindo de crescimento totalmente apoiado no investimento para mecanismos mais tradicionais de demanda. Esse é um trabalho de transição. Temos que estar atentos, já passamos por outras transiçees, às vezes os mercados não têm informação completa.
Levy embarca de volta para o Brasil nesta terça-feira.

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