terça-feira, 25 de agosto de 2015

ECONOMIA: Em novo esforço para estimular a economia, China reduz taxa de juros

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

É o segundo corte em dois meses para frear desaceleração do país
Nota de 100 yuans - FRED DUFOUR / AFP

PEQUIM - O banco central da China reduziu as taxas de juros e, ao mesmo tempo, afrouxou as taxas de compulsório pela segunda vez em dois meses nesta terça-feira. Desde novembro, é o quinto corte de juros, intensificando os esforços para amortecer a crise no mercado de ações e o aprofundamento desaceleração econômica.
O Banco do Povo da China anunciou em seu site, depois do fechamento dos mercados, que reduziu a taxa de empréstimo de um ano em 0,25 ponto percentual, para 4,6%. O corte é o quinto desde novembro e entra em vigor a partir de amanhã. Além disso, cortou a taxa de depósito de um ano também em 0,25 ponto percentual.
Ao mesmo tempo, o banco central reduziu a taxa de compulsório em 0,5 ponto percentual, para 18%, para a maioria dos grandes bancos, sendo que a mudança terá efeito a partir de 6 de setembro.
A afrouxamento monetário visa ao cumprimento do objetivo do premier Li Keqiang de atingir crescimento de 7% este ano.
“A economia está sob grande pressão”, escreveu em relatório Yao Wei, economista chinês baseado em Paris, do Société Générale. “A política fiscal tem de ser intensificada, e a política monetária pode desempenhar um papel auxiliar, fornecendo liquidez”, acrescentou.
– Francamente, isso mostra um pouco de pânico – afirmou Andrew Polk, economista do Conference Board em Pequim. – Isso é uma grande mudança. E tem o objetivo de lidar com algumas questões reais e também com o sentimento que prevaleceu no mercado nos últimos dois dias.
A desvalorização da moeda da China e um quase colapso em seus mercados de ações desde o início do verão no Hemisfério Norte têm suscitado receios de que a segunda maior economia do mundo esteja em risco, com uma desaceleração mais forte do que o esperado, podendo afetar o crescimento mundial e os mercados mundiais.
O banco central chinês chocou os mercados mundiais ao desvalorizar o yuan em quase 2% no último dia 11. O Banco do Povo da China havia classificado a medida de reforma de livre mercado, mas alguns a viram como o início de uma depreciação do yuan de longo prazo para impulsionar as exportações.
A economia da China cresceu 7% em taxa anualizada no segundo trimestre, estável com relação ao trimestre anterior e um pouco melhor do que as previsões dos analistas. Mas mais estímulos ainda são esperados.
Analistas acreditam que o governo pode ter que manter sua política de estímulo no restante do ano para combater as adversidades e, assim, atingir a meta de crescimento para o ano inteiro de cerca de 7%.
Na segunda-feira, os mercados mundiais tiveram um dia de pânico por temores de enfraquecimento persistente da economia da China. Tóquio fechou em seu nível mais baixo em seis meses, após retroceder 4,61%, e Xangai registrou a maior perda diária desde 2007, despencando quase 8,5%.
Nesta terça-feira, porém, a volatilidade nos mercados globais deu sinais tímidos de arrefecimento, com investidores comprando ações a preço de barganha. No entanto, as bolsas chinesas, epicentro das perdas, desabaram novamente. Xangai perdeu 7,63%. A Bolsa de Shenzen, a segunda do país e com uma forte presença de empresas tecnológicas, teve queda de 7,09%.
A Bolsa de Tóquio encerrou a sessão com uma perda de 3,96%, com o índice Nikkei terminando 733,98 pontos abaixo da jornada de segunda-feira, nos 17.806,70 pontos. Por sua vez, o índice Hang Seng da Bolsa de Hong Kong caiu 0,7%.
O fraco desempenho das asiáticas não se refletiu na abertura das principais bolsas europeias. Paris abriu com uma alta de 1,84%, Londres iniciou o pregão com elevação de 1,65% e Frankfurt avançou 1,87%. Às 13h40 em Frankfurt, o Bolsa elevava a alta a 4,34%, enquanto Paris avabaçava 4,54% e Londres, 3,45%.

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