quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

ECONOMIA: Entidades de empresários e trabalhadores criticam nova alta da taxa Selic

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Para eles, decisão deve asfixiar ainda mais o crescimento da economia
SÃO PAULO - A decisão do Copom de elevar a taxa Selic para 11,75% ao ano foi criticada tanto por instituições que representam empresários, quanto por entidades sindicais de trabalhadores. Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) o governo derrubará ainda mais a atividade econômica que "já se encontra anêmica". Para a Força Sindical, o governo deu um presente de Natal aos especuladores ao aumentar os juros.
“Ao utilizar apenas a taxa de juros como instrumento de controle da inflação, o governo erra e derrubará ainda mais a atividade econômica, que já se encontra anêmica”, afirma Paulo Skaf, presidente da Fiesp, em nota divulgada.
Skaf lembra que, segundo o IBGE, o consumo das famílias deve encerrar 2014 com crescimento ao redor de 1%, o desempenho mais fraco desde 2003. Além disso, diz ele, a indústria de transformação e os investimentos devem encerrar o ano com queda em torno de 3,5% e 7,0%, respectivamente.
“O governo gasta muito e gasta mal. A nova equipe econômica deve ter como prioridade o controle dos gastos correntes e aumento da eficiência, e não o aumento de juros”, conclui Skaf.
Segundo a Fiesp, o governo brasileiro já pagou, desde o início do ano, R$ 253,2 bilhões em juros.
Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) a solução para os problemas da economia brasileira não se resume apenas a elevar os juros. Para a entidade, num cenário de baixo crescimento econômico e inflação elevada, o governo precisa reduzir a pressão fiscal decorrente dos exagerados gastos públicos.
"O anúncio da nova equipe econômica renova as perspectivas de um maior alinhamento entre as políticas monetária e fiscal, o que permitirá ao país reduzir a inflação sem impor custos elevados em termos de investimentos, produção e geração de empregos. Só com retorno à transparência e diminuição dos gastos de natureza corrente, será possível retomar a confiança de empresas e consumidores e, assim, abrir espaço para a retomada do crescimento", disse em nota a entidade.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou em comunicado que o governo insiste em editar medidas de aperto monetário num país que está com a atividade econômica estagnada e com uma indústria que vem acumulando resultados negativos mês após mês.
"Estas políticas inflacionárias mal orientadas deprimem ainda mais a economia, em vez de fazê-la crescer", disse Torres.
Para ele, os juros proibitivos para o setor produtivo já comprometem as campanhas salariais das categorias com data-base no primeiro semestre de 2016.
A Contraf-CUT também criticou a decisão do Banco Central em comunicado divulgado logo após a elevação.
"Essa nova elevação vai travar ainda mais o ritmo de crescimento econômico, na contramão do desenvolvimento com mais empregos e distribuição de renda", afirmou na nota Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Para ele, a elevação da taxa de juros é totalmente descabida, uma vez que não há qualquer ameaça de descontrole inflacionário no horizonte. Para ele, o juro alto é prejudicial para a economia brasileira, já que deve frear a expansão do crédito, o fortalecimento da produção e do consumo e a geração de empregos, disse Cordeiro.
Para a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores em relação à Selic enquanto não houver um sério comprometimento do governo com o controle das contas públicas, ao lado de um programa consistente de incentivo a investimentos na economia real, a alta de juros mais penaliza a sociedade do que contribui para o controle inflacionário.

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