quarta-feira, 24 de setembro de 2014

MUNDO: Refém francês é decapitado por grupo ligado ao Estado Islâmico

UOL
Em Paris

HO/Jund al-Khilafa via YouTube/AFP
22.set.2014 - Frame de vídeo divulgado nesta segunda-feira (22) pelo grupo Jund al-Khilifa mostra o turista francês Herve Pierre Gourdel, sentado entre dois jihadistas armados em um local não divulgado
Um grupo ligado ao EI (Estado Islâmico) decapitou o refém francês Hervé Gourdel, de acordo com um vídeo publicado nesta quarta-feira (24) pelos extremistas. 
O governo do presidente François Hollande confirmou a morte do refém.
O refém, de 55 anos, tinha sido sequestrado na Argélia, no último domingo (21). Ele trabalhava como guia de alpinistas e havia chegado ao país no dia 20 de setembro.
No vídeo, intitulado "Mensagem de Sangue ao Governo Francês", membros do grupo Jund al-Khilafah, filiado ao EI na Argélia, anunciam a decapitação do francês.
O Jund al-Khilafah havia dado um ultimato de 24 horas para o governo da França suspender os ataques aéreos contra a Síria e o Iraque. Em um vídeo divulgado na segunda-feira (22), Gourdel apareceu fazendo um apelo para que seu país parasse com os ataques.

Avanço do Estado Islâmico provoca nova onda de violência no Oriente Médio
24.set.2014 - Refugiados curdos caminham para cruzar a fronteira entre a Síria e a Turquia na cidade de Suruc, na província de Sanliurfa. A ONU alertou que 400 mil pessoas devem tentar entrar na Turquia fugindo da violência do Estado Islâmico Murad Sezer/ Reuters
A França é um dos que formam a aliança internacional apoiada pelos Estados Unidos para combater o EI. Há dias, aviões bombardeiam a região norte dos dois países, que está sob o controle dos jihadistas.
"A nossa segurança nacional está em jogo como nunca esteve nos últimos anos", disse hoje o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, em um discurso na Assembleia Nacional do país sobre a participação da França nas intervenções militares contra o EI.
Ele prometeu que Paris continuará ajudando nos bombardeios até que o Exército do Iraque retome o controle da situação.
Mais cedo nesta quarta-feira, fontes do governo argelino haviam anunciado uma operação conduzida pelo Exército local para localizar o refém francês. Mais de 1.500 soldados estariam envolvidos nessa operação.
O anúncio da decapitação do refém francês foi feito no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursou na abertura da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, no qual falou sobre a luta contra o EI.
Apesar de defender a estratégia militar de bombardeios, Obama disse que a "América nunca entrará em guerra contra o Islã".
O EI tenta estabelecer um califado sunita entre o norte da Síria e do Iraque. Para isso, adota métodos extremos, como sequestros, perseguições, mutilações e decapitações. Outros reféns, sendo dois norte-americanos e um britânico, já foram decapitados pelo grupo.
Entenda a violência no Iraque
O que está acontecendo?
Desde que as tropas americanas saíram do Iraque, em 2011, o grupo islâmico EI vem rapidamente ocupando cidades do país. Desde junho, já tomou Mosul, segunda maior cidade e bastião da resistência à ocupação dos EUA e aliados, e partes de Tikrit, cidade de Saddam Hussein próxima da capital Bagdá
Quem está atacando?
O EI (Estado Islâmico), um grupo islamita sunita que surgiu da união de diversos grupos que lutaram contra a ocupação do Iraque pelos EUA e que recentemente criou um califado nas áreas sob o seu controle no Iraque e no Levante (parte de Síria e Líbano). Seu principal líder foi Al-Zarqawi, morto em 2006. Hoje a liderança tem vários nomes, mas o principal é Al-Baghdadi
O que é um califado?
É uma forma de governo centrada na figura do califa, que seria um sucessor da autoridade política do profeta Maomé, com atribuições de chefe de Estado e líder político do mundo islâmico. O Estado, que seguiria rigorosamente a lei do Islã, compreenderia a região entre o mar Mediterrâneo e o rio Tigre
Qual a força do EI?
O grupo, que recebe grandes doações ocultas de dinheiro, tem milhares de militantes, inclusive "jihadistas" americanos e europeus, e se aproveita da disputa entre o governo de Maliki, apoiado pelos xiitas, e a minoria sunita para conquistar espaço. Acredita-se que seja patrocinado por governos da região. Embora seja considerado um braço da Al-Qaeda, se rebelou e foi expulso pelo líder Al-Zawahiri
Quem está na mira do EI?
Cerca de 50 mil membros da minoria yazidi, que estão isolados em montanhas no noroeste do Iraque, sem comida nem água, depois de terem fugido de suas casas, e cristãos, que chegaram a ser crucificados. Mulheres tem sido forçadas a se submeter à mutilação genital e usar véus cobrindo o corpo inteiro
O Iraque pode se dividir?
Apesar de o governo central de Bagdá ainda controlar oficialmente as províncias do país, é possível que haja a fragmentação em ao menos três territórios. Isso porque a divisão do Iraque entre árabes sunitas, xiitas e curdos já está bem avançada
Arte UOL
Cidades sob controle do Estado Islâmico ou sob ameaça de ataques na Síria e Iraque

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