terça-feira, 23 de setembro de 2014

ECONOMIA: Bolsa cai e dólar vai a R$ 2,41, puxados por nova pesquisa eleitoral

FOLHA.COM
RENATO OSELAME, DE SÃO PAULO

A Bolsa de Valores opera em queda nesta terça-feira (23), com os investidores mais uma vez especulando em relação ao cenário eleitoral do Brasil. A divulgação de nova pesquisa de intenção de voto também impulsionou o dólar, que venceu a barreira dos R$ 2,40.
No exterior, os mercados financeiros são impactados pelos bombardeios dos Estados Unidos e aliados à Síria e a indicadores ruins das principais economias da Europa.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, chegou a cair aos 56.306 pontos no início das negociações, impactado pelo resultado da pesquisa eleitoral da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Às 11h56, estava em baixa de 0,59%, a 56.480 pontos.
A pesquisa, divulgada na abertura do pregão, indica crescimento da candidata Dilma Rousseff (PT) e queda nas intenções de voto de Marina Silva (PSB) no primeiro turno. No segundo turno, as adversárias permanecem em empate técnico, mas com Dilma um ponto percentual a frente.
Em virtude do recuo da oposição na pesquisa, as ações de estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil começaram o dia em forte queda. Minutos depois, no entanto, o movimento se inverteu. "O mercado trabalha com o que me parece ser uma expectativa de que o Ibope e outras pesquisas mostrem o contrário, uma desvantagem do governo", afirma Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.
Por volta das 12h, contudo, as apostas mudaram novamente e as ações da Petrobras retornaram ao terreno negativo. Os papéis ordinários, que dão direito a voto, caíam 1,23%, a R$ 19,16, enquanto os preferenciais, de maior liquidez, cediam 1,74%, a R$ 20,23.
O índice também era impulsionado pela Vale, que nesta terça se beneficia dos dados do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria chinesa. O mercado, que especulou a respeito de uma desaceleração econômica no país asiático no último pregão, foi surpreendido por uma melhora no indicador.
O resultado foi de 50,5 pontos em setembro, ante os 50,2 registrados no mês anterior. No PMI, qualquer número acima de 50 sugere expansão no setor.
"Isso gerou um certo alívio no receio de desaceleração", afirma Revi. "É importante lembrar que pouco menos da metade do faturamento da Vale está relacionado à China. A companhia já vem trabalhando essa alocação, mas ainda é muito relevante".
Às 11h58, as ações ordinárias da mineradora subiam 0,32%, a R$ 27,37, enquanto os papéis preferenciais avançavam 0,12%, a R$ 23,90.
DÓLAR
A moeda norte-americana tem novo avanço ante o real no pregão desta terça.
O dólar comercial, utilizado em transações do comércio exterior, subia 0,83% às 12h13 e superou o patamar de R$ 2,40, chegando a R$ 2,414.
Já o dólar a vista, referência para negociações do mercado financeiro, tinha alta de 0,35%, cotado a R$ 2,399.
O movimento de alta na moeda também está relacionado ao cenário eleitoral. "O mercado relevou completamente a cena externa e focou puramente nas eleições", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, à Reuters.
Além disso, analistas acreditam que o mercado financeiro também testa o Banco Central, com o intuito de descobrir se a autoridade monetária pretende intensificar suas intervenções diárias no mercado de câmbio como forma de represar a valorização da divisa.
Nesta terça, o BC vendeu toda a oferta de 4.000 contratos de swap cambial, que equivalem a venda futura de dólares, com vencimento em 1º de setembro de 2015. O volume da operação equivale a US$ 197,5 milhões.
A autoridade monetária também rolou os vencimentos de 6.000 contratos de swap, no valor de US$ 296,2 milhões.
CENÁRIO EXTERNO
As Bolsas norte-americanas estão sendo afetadas pelos ataques conduzidos pelos Estados Unidos na Síria, em combate ao Estado Islâmico (EI).
Pelo menos 20 membros da facção EI morreram nos primeiros bombardeios, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Às 11h46, o índice Dow Jones recuava 0,21%, a 17.136 pontos e o S&P 500 caía 0,13%, aos 1.991 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq também estava em queda, de 0,14%, a 4.521 pontos.
Segundo Revi, da Spinelli Corretora, a escalada no conflito geopolítico pode trazer benefícios ao Brasil indiretamente. "Com a tensão, há uma busca por ativos de maior segurança dos Estados Unidos ou investimentos de maior remuneração nos emergentes. Mas isso pode ou não afetar a atratividade desses países", diz.
Na Europa, as Bolsas também estão no vermelho e, além da guerra no Oriente Médio, repercutem dados negativos da França e da Alemanha. As duas maiores economias do bloco mostraram sinais de enfraquecimento e estagnação.
Como resultado, o índice CAC 40, de Paris, caía 1,57%, aos 4.372 pontos e o DAX, de Frankfurt, cedia 1,25%, a 9.627 pontos. Já o FTSE 100, de Londres, recuava 1,27%, a 6.687 pontos.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |