quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ELEIÇÕES: Vamos regularizar atuação de terceirizados, afirma Marina

ESTADAO.COM.BR
LILIAN VENTURINI E ANA FERNANDES - O ESTADO DE S. PAULO

Em entrevista, candidata do PSB à Presidência descarta mudanças na CLT e diz ainda que chorar não é sinal de fragilidade e lembra choro de Lula na posse
São Paulo - A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira, 25, que em um eventual governo vai regulamentar o trabalho terceirizado no País. Tema de discussão jurídica e ainda sem lei clara, a atualização das regras da terceirização foi apresentada pela candidata durante entrevista concedida ao programa Bom dia Brasil, na Rede Globo, como meio para reduzir a informalidade no mercado de trabalho e garantir segurança jurídica ao empregador. Marina também rebateu que seu choro ao falar de ataques do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja sinal de fragilidade.
Segundo a candidata, a sua proposta seria voltada somente às chamadas atividades meio desempenhadas pelo trabalhador e não à atividade fim - aquelas diretamente ligadas à atuação das empresas. "Fazer essa atualização para que aqueles que vivem na informalidade possam entrar no mercado formal de trabalho. E, ao mesmo tempo, aqueles que estão na atividade meio, que já estão no processo de terceirização - não a atividade fim, que fique bem claro que é o que já existe - que essas pessoas possam ter seus direitos respeitados. E que empregados e empregadores possam ter segurança jurídica. Esse é o esforço que nos estamos nos comprometendo para melhorar as condições dos trabalhadores e possa criar um espaço de segurança", afirmou Marina.
Incorporado ao cotidiano das empresas, o trabalho terceirizado ainda não tem lei específica e é alvo constante de contestações jurídicas entre empregados e empresas. O debate atualmente é regrado por meio da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que, em resumo, diz que as empresas podem terceirizar atividades meio, mas não as atividades fim. Uma ação sobre o tema também está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF).
Marina voltou a dizer que não pretende mexer nas regras das leis trabalhistas. "Nós não vamos mexer na CLT. Nós queremos fazer uma atualização para que direitos possam ser ampliados e para que aqueles aspectos que ainda não estão sendo cumpridos adequadamente possam ser cumpridos."
Choro. A candidata admitiu na entrevista que chorou ao comentar os ataques do ex-presidente Lula, durante a conversa com uma jornalista. Marina, no entanto, disse que a reação não sinaliza fragilidade. "Não é fragilidade. Quem foi que disse que um presidente da República não tem emoções?", questionou, para em seguida lembrar que Lula também chorou quando assumiu a Presidência.
Marina reconheceu que a reação pode ter passado uma imagem de fragilidade para parte do eleitorado. Ela afirmou, contudo, que talvez alguns eleitores tenham feito essa imagem dela porque há muito preconceito com sua origem humilde. "Já vi tantas vezes líderes chorando e não é por isso que eles são mais fracos ou menos fracos. Sou uma pessoa sensível, mas não se pode confundir sensibilidade com fraqueza. As pessoas que não se deixam emocionar, essas sim podem ser muito fracas", disse.
Marina explicou que, no momento em que chorou, falava com uma repórter filha de um ex-companheiro do PT - o vereador José Américo. Segundo a candidata, ela falava das filhas, que têm a mesma idade da repórter, e sobre a lembrança delas da relação mantida com o PT e com Lula, e por isso se emocionou. "O álbum de fotografia delas, quando crianças, era sapatinho vermelho, chapéu vermelho, botão do PT, tudo do PT. (...) E a minha filha disse 'mãe, o que foi feito com a gente? A gente tinha tanto orgulho do nosso álbum, agora a gente não tem mais'", contou.

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