quarta-feira, 11 de junho de 2014

ECONOMIA: Com produção em queda, emprego na indústria recua 0,3% em abril

Da FOLHA.COM
PEDRO SOARES, DO RIO

Após dois meses seguidos de retração da produção das fábricas, o emprego na indústria se mantém debilitado.
Em abril, as vagas de trabalho no setor caíram 0,3%, na comparação livre de efeitos sazonais (típicos de cada período) com março. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (11).
Em relação a abril do ano passado, a queda é de 2,2%.
Sem uma retomada à vista da produção e com empresários pouco otimistas, o emprego na indústria patina e tende a fechar 2014 em terreno negativo.
O emprego não reage, nem mesmo quando a produção dá soluços de melhora, diante da reduzida confiança de empresários, que não esperam uma retomada mais forte à frente –e por isso não contratam diante dos elevados custos de admissão.
Essa situação ocorre em um cenário de inibição ao consumo causado por juros maiores, crédito escasso, inadimplência em nível elevado e inflação alta.
O índice acumulado nos primeiros quatro meses de 2014 aponta uma retração de 2%. No acumulado dos últimos 12 meses até abril, a queda é de 1,5%.
RENDIMENTO
Mesmo sem o avanço do emprego, a renda da indústria segue em alta –embora num ritmo menor– diante da falta de mão de obra em alguns setores e funções. Também estimula a manutenção dos salários em alta a concorrência de outros ramos que mostram melhor desempenho e abrem vagas, como o comércio e os serviços.
Nesse contexto, a folha de pagamento em abril avançou 0,7% no mês, após assinalar recuo de 2,3% em março e crescer 1,5% em fevereiro.
O IBGE informou que pagamentos de bônus e participações nos lucros inflaram o desempenho de abril.
Na comparação abril de 2013, o valor da folha de pagamento real (indicador de rendimento do setor) teve crescimento de 0,9%, quarto resultado positivo consecutivo nesse indicador.
Na taxa acumulada no primeiro quadrimestre de 2014, a renda na indústria avançou 1,8%, invertendo a queda de 0,7% observada no último quadrimestre de 2013. Já o índice acumulado nos últimos 12 meses subiu 1,2% em abril de 2014, numa clara perda de ritmo frente dos meses anteriores.
PRODUÇÃO
Em abril, a produção industrial nacional caiu 0,3% frente ao mês imediatamente anterior. Tal cenário só corrobora as retração do emprego no setor.
Considerando o desempenho frente a abril de 2013, a queda foi ainda mais expressiva: recuo de 5,8%, a pior nessa base de comparação desde setembro de 2009.
Os dados mostram que a indústria já iniciou o segundo trimestre do ano pior do que terminou o período de janeiro a março. No ano, de janeiro a abril, a indústria acumulada queda de 1,2%.
Editoria de arte/Folhapress 
Esse fraco desempenho se refletiu no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre do ano, com alta de apenas 0,2%.
Sob a ótica da produção, a indústria foi o grande destaque negativo, com queda de 0,8% no primeiro trimestre frente aos três últimos meses de 2013, afetada por menores exportações (sobretudo para uma Argentina em crise), investimentos em desaceleração, juros altos e confiança combalida.
O cenário para o ano não é otimista. O Banco Mundial divulgou nesta terça-feira que reduziu para 1,5% sua previsão de alta do PIB brasileiro.
Analistas no Brasil, segundo o último Boletim Focus, do Banco Central, reduziram sua previsão para 1,44%. 

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