quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ECONOMIA: Dólar sobe a R$ 2,22; ações de teles puxam queda do Ibovespa

De OGLOBO.COM.BR
JOÃO SORIMA NETO (EMAIL)
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Mercado começa a ficar preocupado com o impasse para a elevação do teto da dívida dos EUA
Ações da TIM e da Vivo recuam nesta quarta
SÃO PAULO - O dólar comercial sobe mais de 1% nesta quarta-feira, mesmo após o Banco Central realizar mais uma intervenção no mercado de câmbio. Às 13h15m, a moeda americana estava sendo negociada a R$ 2,222 na compra e R$ 2,224 na venda, uma valorização de 1,04%. Na máxima do dia, a divisa foi negociada a R$ 2,236 e na mínima bateu em R$ 2,206. No leilão de contratos de swap cambial realizado nesta quarta, o BC não conseguiu vender os 10 mil papéis. Foram negociados 9.650 contratos, o equivalente a US$ 480,1 milhões. Também, pela primeira vez, o BC não recusou nenhuma proposta encaminhada pelo mercado para a compra dos swaps. O mercado entendeu que houve uma mudança de estratégia e passou a comprar dólares.
- O fato de o BC não vender todo o lote de contratos pela primeira vez desde o início do plano de ação acendeu uma luz amarela e o mercado passou a comprar dólares. Ou a demanda por dólares no mercado diminuiu, o que não parece ser o caso, ou o BC está mudando a estratégia e reduzindo a quantidade de contratos vendidos. Foi uma sinalização errada ao mercado - avalia Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso.
O cenário externo, com as preocupações em relação ao teto da dívida pública nos EUA e declarações ambíguas de membros do Federal Reserve (Fed) sobre o início da redução do programa de estímulos à economia também influenciam o dólar. Um dado do mercado imobiliário, divulgado hoje, veio mais forte do que o esperado, o que pode levar à redução dos estímulos já em outubro. As vendas de imóveis residenciais novos nos Estados Unidos subiram 7,9% em agosto ante julho, para 421 mil ante 390 mil unidades. Analistas esperavam taxa anualizada de 415 mil novas casas em agosto.
- O setor imobiliário é um indicador importante para que o fed comece a reduzir os estímulos - diz Galhardo.
Na Bovespa, ações de telecomunicações puxam queda
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, índice de referência do mercado de ações, está em queda, puxado por ações de telecomunicações. Às 13h15m, o índice se desvalorizava 0,24% aos 54.300 pontos e volume negociado de R$ 2,4 bilhões. O mercado continua analisando a notícia de que a espanhola Telefónica pode assumir o controle da Telecom Italia. Também está na pauta o efeito desse negócio no Brasil, já que a Telefónica passaria a ter controle da Vivo e da TIM.
Em discurso no Senado italiano, o presidente da Telecom Italia, Franco Bernabe, descartou nesta quarta-feira a possibilidade de vender as participações da TIM no Brasil justificando que isso significaria uma queda em suas perspectivas de crescimento. Na Bolsa de Milão, as ações ordinárias da TIM recuaram 4,67%. Na Bovespa, as ações ON da TIM caem 5,95% a R$ 10,42, a terceira maior baixa do pregão, enquanto os papéis da Vivo recuam 2,15% a R$ 50,39.
Mesmo assim, a venda da TIM ou sua dissolução entre as concorrentes continua sendo uma das alternativas mais apontadas por analistas.
- A compra da TIM por uma quinta operadora, de fora, acirraria o mercado competitivo atual, sendo mais prejudicial a empresas piores posicionadas, atingindo a Oi e a Claro de forma mais forte do que a Vivo - avalia o analista Marcelo Torto, da Ativa Corretora.
Outra possibilidade apontada pelo analista seria a dissolução da TIM entre as três operadoras que atuam atualmente no mercado. Mas ele ressalva que a Oi não tem caixa ou capacidade de incorporar parte da TIM em suas operações. Por isso, a empresa seria dividida apenas entre a Claro e a Vivo.
- Essa alternativa seria bastante benéfica tanto para a Claro como para Vivo, principalmente pela união de sinergias, ganhos de mercado e posicionamento no setor, e, assim, prejudicando a Oi - diz Torto.
As maiores quedas são apresentadas pelas ações da Oi. Os papéis preferenciais (PN) recuam 7,18% a R$ 4,78 e os ordinários (ON) perdem 7,04% a R$ 5,02.
Entre as blue chips, Vale PNA sobe 0,80% a R$ 32,53; Petrobras PN sobe 0,05% a R$ 18,79; OGX ON está estável a R$ 0,38; Itaú Unibanco PN perde 0,12% a R$ 31,44 e Bradesco PN sobe a R$ 30,78.
As ações da Embraer apresentam valorização de 2,51% a R$ 18,41, após a empresa anunciar a aquisição dos 50% das ações remanescentes da Atech Negócios em Tecnologia pela Embraer Defesa & Segurança. A compra é positiva para a fabricante de aeronaves, já que permitirá a Embraer aumentar sua oferta de produtos.
Dívida pública ameaça bater no teto
O mercado continua de olho nas declarações de membros do Federal Reserve (o Fed), o banco central americano. Cresceu a expectativa de que a redução dos estímulos à economia seja adiada um pouco mais, já que a economia americana ainda não cresce com a força esperada. Mas os membros do Fed estão enviando sinais conflitantes ao mercado em relação ao melhor momento para a redução da compra de ativos. Outra questão que começa a preocupar é sobre o teto da dívida pública dos EUA. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, pediu uma solução para o impasse da dívida até o dia 17 de outubro.
"As negociações sobre a dívida dos Estados Unidos e a confusão sobre as perspectivas para a política monetária do Federal Reserve estão criando uma inércia nos mercados financeiros internacionais. O Tesouro americano deve alcançar o limite do endividamento em meados de outubro, a não ser que seja aprovado uma elevação do teto. Além disso, o Congresso dos EUA tem até o fim deste mês para passar o orçamento federal do próximo ano fiscal, que começa em 1º de outubro, a fim de evitar uma paralisação parcial do governo", explicam os analistas da XP Investimentos.
Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam sem direção definida, mesmo com a alta da confiança do consumidor alemão, que subiu para o maior nível em seis anos em outubro. O grupo de pesquisa de mercado GfK informou que o indicador futuro de confiança do consumidor, com base em uma pesquisa junto a 2 mil pessoas, subiu para 7,1 para outubro, ante 7,0 no mês anterior. Analistas estimavam a leitura de outubro em 7,0.
O índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, ganhou 0,01%; o Cac, do pregão de Paris, recuou 0,01% e o FTSE, do pregão de Londres, teve queda de 0,30%. As Bolsas europeias foram pressionadas por receios em relação ao rumo da política monetária dos Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, os principais índices que estavam sem direção definida passaram para o azul. O S&P500 sobe 0,18%; o Dow Jones avança 0,09% e o Nasdaq tem ganho de 0,34%.

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