segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ECONOMIA: Dólar mantém queda e é negociado a R$ 2,20; Bolsa sobe na contramão do exterior

De OGLOBO.COM.BR
JOÃO SORIMA NETO
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Indicador da atividade industrial na China subiu mais do que o esperado em setembro, animando o mercado
SÃO PAULO - Influenciado por dados mais positivos da economia chinesa, o dólar comercial se mantém em queda nesta segunda-feira. Às 14h05m, a moeda americana estava sendo negociada a R$ 2,202 na compra e R$ 2,204 na venda, uma baixa de 0,67%. Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$ 2,216 e na mínima bateu em R$ 2,197. O dólar ampliou a queda depois de mais uma intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. Declarações de membros do Federal Reserve (Fed), o banco central americano reforçam a percepção do mercado de que a retirada dos estímulos à economia dos EUA pode demorar mais do que o esperado, o que também contribui para a queda do dólar.
Para William Dudley, presidente da unidade de Nova York do banco central dos Estados Unidos, a economia americana ainda não melhorou o suficiente para que o Federal Reserve (Fed) comece a reduzir as compras mensais de ativos. E o presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, disse que a produtividade no mercado de trabalho do país está caindo, e a tendência mensal de criação de novos empregos desacelerou.
Na intervenção desta segunda no câmbio, o BC vendeu US$ 497,4 milhões em contratos de swap cambial tradicional, numa operação que equivale a uma oferta de dólares no mercado futuro. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que não há mudança prevista nas vendas de dólares que a instituição vem fazendo diariamente, mesmo após a decisão do Fed de não alterar sua política monetária. De acordo com o boletim Focus, compilação feita pelo Banco Central junto a instituições financeiras, a expectativa do mercado é que o dólar feche 2013 cotado a R$ 2,33 ante os R$ 2,35 estimados na semana anterior. Para 2014, a expectativa para o câmbio se manteve em R$ 2,40.
Bovespa segue em alta na contramão do mercado externo
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o principal índice, o Ibovespa, se mantém em alta na contramão das Bolsas no exterior e às 14h03 subia 0,45% aos 54.353 pontos e volume negociado de R$ 2,4 bilhões. O Ibovespa recupera-se de dois pregões consecutivos de quedas.
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA sobe 1,26% a R$ 32,79, impulsionada pelo dado industrial da China; Petrobras PN tem alta de 0,68% a R$ 19,07; OGX Petróleo ON está estável a R$ 0,39; Itaú Unibanco PN sobe 0,22% a R$ 31,47 e Bradesco PN sobe 0,78% a R$ 30,85.
A alta da Vale sustenta a valorização do Ibovespa. A companhia mineradora é beneficiada diretamente por um crescimento mais robusto da economia chinesa. Os papéis da Petrobras voltam a subir com informações publicadas pela imprensa de que um reajuste de combustível deve mesmo acontecer este ano.
As ações ON da Marfrig apresentam a maior baixa do Ibovespa, com perda de 5,40% a R$ 5,96 após a imprensa publicar a informação de que a empresa planeja vender ativos para reduzir o endividamento de R$ 11 bilhões.
- O Ibovespa sobe, mas ainda há espaço para uma realização de lucros, já que o índice apresenta valorização de mais de 8% no mês. Depois da euforia do Fed, que manteve os estímulos à economia dos EUA, semana passada, o mercado começa a acompanhar as negociações para elevar o teto da dívida nos EUA - avalia o estretagista da corretora SLW, Pedro Galdi.
Republicanos e democratas travam uma disputa em relação ao orçamento dos EUA. Enquanto os aliados de Obama querem elevar o teto da dívida do país, a oposição insiste em um orçamento mais apertado.
"As definições em torno do orçamento americano, a indefinição acerca do novo presidente do Federal Reserve e as declarações de presidentes regionais do Fed devem ser os agentes mais importantes da semana", avalia a equipe de economistas da XP Investimentos.
As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) estão sem direção única. Os contratos com vencimento em janeiro de 2015 apresentavam estabilidade a 10,04%. Os papéis para janeiro de 2014 tinha queda de 9,23% de sexta para 9,22% enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2017 subiam de 11,08% para 11,09%.
Dados positivos da China animam investidores
Na China, o índice dos gerentes de compras (PMI,na sigla em inglês) da atividade industrial subiu de 50,1 pontos em agosto para 51,2 pontos em setembro. É o maior patanar em seis meses, segundo o instituto de pesquisas Markit Economics que faz o levantamento em parceria com o banco HSBC. Acima de 50 pontos, o indicador sinaliza aquecimento da atividade econômica, por isso os investidores ficaram animados com o dado.
"Sinais mais positivos vindos da indústria reforçam a expectativa de aceleração do PIB neste terceiro trimestre na China.Após essa retomada no trimestre corrente, deveremos observar alguma estabilização do crescimento e, aos poucos, as atenções deverão se voltar aos desdobramentos da terceira sessão plenária do Partido Comunista, em novembro, quando teremos indicações mais claras da agenda de reformas", avalia o economista-chefe do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos do Bradesco, Octávio de Barros.
Na Europa, as principais Bolsas fecharam em queda. O índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, recuou 0,47%; o Cac, do pregão de Paris, teve queda de 0,75% e o FTSE, da Bolsa de Londres, perdeu 0,59%.
Os principais pregões americanos também se desvalorizam. O S&P500 perde 0,42%; o Dow Jones recua 0,21% e o Nasdaq tem baixa de 0,29%. O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da atividade industrial dos Estados Unidos caiu de 53,1 pontos em agosto para 52,8 pontos em setembro, o menor nível desde junho, de acordo com o instituto de pesquisas Markit Economics.

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