sexta-feira, 26 de abril de 2013

ECONOMIA: Após 2 meses de alta, juro ao consumidor cai em março; inadimplência fica estável

Da FOLHA.COM
RENATA AGOSTINI, DE BRASÍLIA
Após dois meses de alta, os juros de empréstimos cobrados pelos bancos de pessoas físicas caíram em março, de 24,9% em fevereiro para 24,4% no mês passado.
O juro cobrado de pessoas jurídicas, por sua vez, se manteve estável em 14% - patamar alcançado em janeiro -, e a taxa média geral teve redução de 0,2 ponto percentual, para 18,5% ao ano.
As informações divulgadas nesta sexta-feira (26) pelo BC (Banco Central) mostram que, na comparação anual, a redução é mais significativa. Em março de 2012, o juro total estava em 23,4% ao ano - 30,6% para pessoas físicas e 17,8% para pessoas jurídicas.
A taxa de inadimplência total, que contabiliza atrasos de mais de 90 dias nos pagamentos, incluindo os saldos com recursos livres e direcionados, se manteve estável em 3,6%.
Segundo Tulio Maciel, chefe do departamento econômico do BC, o indicador é positivo e a taxa pode cair nos próximos meses. "Da metade do ano passado para cá, há um redução gradual. No caso das famílias, essa inadimplência já foi de 8,2% e agora está em 7,6%. Ainda há espaço, olhando a série histórica, para que essa inadimplência recue".
SPREAD
O spread bancário - diferença entre o custo de captação e o valor que o banco cobra do tomador de crédito - recuou 0,3 ponto percentual no mês passado para 11,7 pontos percentuais.
A queda total foi resultado de uma forte redução no spread dos recursos livres, que saiu de 18,3 pontos percentuais em fevereiro para 17,7 pontos percentuais em março. Há um ano, o spread estava em 22,1 pontos percentuais.
Na avaliação do Banco Central, a redução deve-se à maior concorrência no setor, desde que os bancos públicos decidiram baixar a taxa de juros dos empréstimos, mas também à queda na inadimplência.
EMPRÉSTIMOS
O estoque de operações de crédito do sistema financeiro aumentou 1,8% em março em relação ao mês anterior, totalizando R$ 2,4 trilhões. Foram emprestados R$ 280,2 bilhões em março, uma alta expressiva de 10,4% devido ao número maior de dias úteis e efeitos sazonais, segundo o BC.
Os bancos públicos representaram 48,7% do total de crédito do sistema financeiro no mês passado. Em 2012, a fatia era de 44%.
O prazo dos financiamentos ficou um pouco menor: 86 meses em março, contra média de 86,7 meses em fevereiro.
SELIC
Na semana passada, o BC decidiu elevar a Selic (taxa básica de juros da economia brasileira) de 7,25% ao ano para 7,5%, dando início a um possível ciclo de aperto monetário devido à resistência da inflação.
Os dados de março não foram influenciados pela decisão, mas as sinalizações de aumento podem ter impacto na divulgação dos dados de crédito dos próximos meses.
Este efeito, contudo, ainda é incerto segundo o BC. Maciel diz que é preciso ver como ficará o custo de captação dos bancos, que é influenciado não só pela Selic mas também por outros aspectos de conjuntura. Para ele, o aumento da taxa básica não terá efeitos sobre a inadimplência.

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