terça-feira, 20 de novembro de 2012

MUNDO: Sirenes são acionadas em Jerusalém pela 2ª vez desde início de ofensiva em Gaza

De OGLOBO.COM.BR
Com agências internacionais

Dois morteiros caem em zona aberta perto da cidade; comunidade internacional tenta tecer trégua 
Menino palestino caminha entre a casa de um militante do Hamas, totalmente destruída - Said Khatib / AFP 

CAIRO e JERUSALÉM - Sirenes foram acionadas nesta terça-feira em Jerusalém, pela segunda vez desde o início do confronto com o Hamas. Segundo o jornal “Haaretz”, dois morteiros caíram em uma área aberta ao sul da cidade e não há vítimas ou estragos. O Hamas assumiu a autoria do ataque. Minutos antes, um foguete atingiu uma estrutura no Conselho Regional de Eshkol, no sul do país e parece ter feito muitas vítimas, afirma o jornal “Jerusalem Post”. Em Gaza, o dia também foi de ataques. Israel bombardeou o banco do território, e cinco pessoas teriam sido mortas. 
Só nesta manhã, foram lançados de Gaza mais de 80 morteiros contra o sul de Israel. Um soldado ficou ferido em Eshkol. A cidade de Beersheba, também no sul, foi alvo de quase 20 foguetes. Não há relatos de vítimas, mas um dos hospitais da cidade precisou ser esvaziado. Um ônibus, casas e um carro foram atingidos pelos projéteis palestinos. 
Em Gaza, o Exército israelense bombardeou o banco da Faixa de Gaza. O interior do prédio foi destruído, dizem fontes. O Hamas montou o banco depois que investidores estrangeiros, com medo de serem enquadrados em leis contra o financiamento de terroristas (países como Israel e EUA consideram o Hamas um grupo terrorista), pararam de fazer negócio com o governo do território. Segundo soldados israelenses, cerca de 100 alvos foram atacados durante a noite. Cinco pessoas teriam morrido e outras dez teriam ficado feridas. 
Hillary visita Israel para pressionar por trégua 
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, viaja nesta terça-feira para Israel em mais uma nova tentativa de alcançar um cessar-fogo entre o governo israelense e o Hamas, na Faixa de Gaza. Hillary vai se reunir com o premier Benjamin Netanyahu e outras autoridades israelenses, em Tel Aviv, na quarta-feira, e ainda vai a Ramallah, onde deve se encontrar com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Ela não vai tem encontro marcado com autoridades do Hamas. 
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também deve visitar Jerusalém nesta terça-feira, depois de participar, no Egito, das negociações indiretas para a trégua. No Cairo, o governo de Mohamed Mursi lidera a mediação do cessar-fogo. Na noite de segunda-feira, a imprensa israelense chegou a noticiar que a trégua seria acordada em poucas horas. 
- Passos imediatos são necessários para evitar qualquer escalada, incluindo a operação por terra, que só pode resultar em mais tragédia - disse Ban, fazendo um apelo para uma trégua imediata. 
O líder do Hamas Khaled Meshal e o chefe da Jihad Islâmica Ramadan Abdullah Shalah devem se reunir nesta manhã com o chefe da inteligência egípcia, Raafat Shehata, em uma tentativa de acertar os últimos detalhes do cessar-fogo. De acordo com fontes no Cairo, citadas pelo jornal israelense “Haaretz”, a trégua seria implementada em duas fases. Na primeira, os dois lados suspenderiam os ataques, e depois haveria uma discussão sobre o fim do bloqueio a Gaza, imposto por Israel desde 2007. 
Na noite de segunda-feira, membros da equipe de Segurança de Israel se reuniram para discutir as últimas iniciativas para um acordo com o Hamas. O governo concordou em dar mais tempo aos esforços diplomáticos internacionais, dizem fontes. Segundo o “Jerusalem Post”, uma solução diplomática é a primeira opção de Israel, mas a ofensiva terrestre ainda não foi descartada. 
Em reunião nesta manhã com o chanceler alemão, Guido Westerwelle, Netanyahu disse exigir que o cessar-fogo inclua “uma acordo de longo alcance que assegure o fim dos lançamentos de foguetes de Gaza”. O premier israelense voltou a dizer que prefere uma solução diplomática, mas que “Israel tem o direito de se defender por outros meios”. 
Um quarto dos mortos palestino são crianças 
O aumento do número de civis mortos na ofensiva israelense a Gaza aumenta a pressão internacional por uma trégua. De acordo com dados do ministério da Saúde no território, 40% dos mortos palestinos são mulheres, crianças e idosos. Dos 110 mortos no confronto, que entra hoje em seu sétimo dia, 27 são crianças. 
Os dados motivaram críticas de várias ONGs internacionais e da Unicef. Uma das mortes mais emblemáticas aconteceu no domingo, quando 11 pessoas da mesma família morreram em Gaza, vítimas de um bombardeio. Entre as vítimas, estavam quatro crianças - entre 2 e 5 anos - e seis mulheres.

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