De OGLOBO.COM.BR
HENRIQUE GOMES
Em relação ao mesmo mês do ano passado, no entanto, a indústria apontou queda de 2,0%
RIO — A produção industrial cresceu 1,5% em agosto na comparação com o mês anterior, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PMI) divulgada pelo IBGE nesta terça-feira. Este é o terceiro resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação que, no total, acumula alta de 2,3%.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, no entanto, a indústria apontou queda de 2,0%, a décima segunda taxa negativa consecutiva nesta comparação. No acumulado do ano, a produção industrial registra queda de 3,4% e nos últimos 12 meses a retratação é de 2,9%.
André Luiz Macedo, responsável pela pesquisa da produção industrial no IBGE, afirma que o resultado de agosto mostra uma evolução muito mais consistente que a registrada nos meses anteriores. Ele afirma ainda que apesar da alta do crescimento da produção estar disseminada pelos diversos setores industriais, bens duráveis, que inclui segmentos mais beneficiados pela redução tributária do governo, como automóveis, eletrodomésticos da linha branca e móveis, puxam esta alta.
— A magnitude deste crescimento de agosto é mais intensa, é a maior malta na comparação do mesmo mês anterior desde maio de 2011, quando a alta foi de 1,6%. Mas desta vez vemos alta de todos as categorias de uso da indústria e de 20 dos 27 ramos pesquisados, ao contrário do que ocorreu em junho e julho, onde a análise dos setores mostrava um predomínio de resultados negativos. Isso é um crescimento mais consistente, embora a produção industrial ainda esteja em nível inferior ao registrado no ano passado — afirmou.
Ele acredita que esta evolução ocorre mas os grandes problemas da indústria neste ano — estoques mais elevados que o ideal, aumento da concorrência com produtos importados e dificuldades para a exportação — continuam afetando o setor industrial. Ele cita como exemplo de estoques ainda indesejados o setor metalúrgico e, no caso de maior dificuldade na exportação, a indústria extrativista mineral, com destaque para o minério de ferro que sente a desaceleração global.
Na comparação de agosto sobre julho, todas as categorias da indústria apresentaram alta, com destaque para a produção de bens duráveis que avançou 2,6%.
Na avaliação setorial, 20 dos 27 ramos da indústria apresentaram alta na produção, com destaque para veículos automotores, cuja produção cresceu 3,3%.
Outros resultados positivos vieram de alimentos (2,1%), fumo (35,0%), refino de petróleo e produção de álcool (2,5%), outros produtos químicos (1,9%), farmacêutica (3,1%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (5,9%).
Entre os ramos que recuaram, o desempenho de maior importância para a média global foi registrado por máquinas e equipamentos (-2,6%), que eliminou parte da expansão de 5,0% acumulada no período de março a julho de 2012.
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