segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ECONOMIA: Analistas acreditam que Bovespa vai encerrar o ano com alta de 10% a 15%

De OGLOBO.COM.BR

Mesmo com cenário de crise internacional, expectativa para este último trimestre do ano é otimista. Ações ligadas ao mercado interno são as mais recomendadas
SÃO PAULO — A crise na Europa continua tirando o sono dos investidores, com Espanha e Grécia de novo no foco, mas o Banco Central Europeu (BCE) se mantém a postos para socorrer essas nações em caso de agravamento dos problemas. Os Estados Unidos mantém o ritmo moderado de crescimento e o banco central americano vai injetar US$ 40 bilhões por mês na economia para acelerar esse ritmo. No Brasil, embora a expectativa seja de que a economia cresça algo como 1,6% este ano, o governo vem se mexendo e anunciando medidas para tentar virar o jogo.
Assim, o último trimestre do ano, começa hoje com cenário econômico que ainda preocupa, mas o clima de 'fim do mundo' que atormentava os investidores, principalmente aqueles que investem em ações parece, que foi está afastado. A maioria dos analistas ouvidos pelo GLOBO aposta que a Bolsa pode encerrar o ano com uma valorização entre 10% e 15%, o que elevaria o Ibovespa do atual patamar de 61 mil pontos para até 70 mil, nível alcançado em abril do ano passado.Na última sexta-feira, a Bovespa fechou em baixa de 1,77%, aos 59.175 e acumulando ganhos de 4,27% no ano.
— A ação conjunta dos principais bancos centrais do mundo, dando uma injeção de liquidez nos sistemas financeiros, devolveu um pouco de ânimo aos mercados. Ninguém acredita, por exemplo, que a Bolsa brasileira repita os desempenhos ruins de 2008, com perdas de 41,2%, e 2011, desvalorização de 18,1%, dois anos de crise internacional mais aguda — diz o estrategista Pedro Galdi, da corretora SLW.
Até o capital externo começa a dar sinais de que está procurando oportunidades no pregão brasileiro.
— O dinheiro dos estrangeiros está voltando e ajudando a manter a Bolsa acima dos 60 mil pontos. Os problemas das principais economias do mundo não foram resolvidos, mas o clima ficou mais otimista. Acredito que a Bovespa possa se valorizar entre 10% e 15% este ano, voltando ao patamar dos 70 mil pontos do ano passado — diz Márcio Cardoso, sócio da corretora Título.
Para ele, ações de empresas que se beneficiam do mercado interno brasileiro podem ter um desempenho interessante. Ele destaca setores como papel e celulose, transporte, concessionárias de estradas e de alimentos.
Grandes bancos internacionais, como o HSBC, também voltaram a recomendar a compra de ações no Brasil, como papéis do setor financeiro. As ações dessas instituições tomaram um tranco na última semana com a pressão para que baixem os juros do cartão de crédito, mas tendem a se recuperar, segundo avaliação do HSBC. A equipe de analistas do HSBC recomenda posição de "overweight", ou seja, acima da média do mercado, para ações do Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Petrobras (PETR4), Brasil Foods (BRFS3), Odontoprev (ODPV3), entre outras. Algumas corretoras, como a Souza Barros, por exemplo, destacam os papéis da Ambev (AMBV4); OGX petróleo (OGXP3) e Cesp (CESP6), como alternativas que podem apresentar boa valorização.
Como o Ibovespa vem se mantendo acima dos 60 mil pontos, um patamar importante de sustentação, os analistas acreditam que a tendência para a Bolsa é de alta. O próximo objetivo do Ibovespa, dizem eles, é buscar os 65 mil pontos, se nenhuma notícia muito ruim desequilibrar essa projeção nos próximos dias e , então, dar um salto de volta aos 70 mil pontos.
Veja o que dizem estrategista de corretoras ouvidas pelo O GLOBO sobre o desempenho a Bolsa até o fim do ano:
Julio Oliveira, diretor de recursos de terceiros da Magliano corretora
— O Ibovespa deve encerrar 2012 com valorização entre 10% e 15%. Ações ligadas ao consumo interno têm boa perspectiva de valorização. Papéis que dependem do cenário externo, como siderúrgicas e mineradoras, são apostas de risco.
Pedro Galdi, corretora SLW
— O Ibovespa pode chegar rapidamente aos 65 mil pontos, com investidores animados por pacotes de estímulo às economias anunciados pelos principais bancos centrais do mundo. Se balanços de empresas vierem melhores no terceiro trimestre e a economia deslanchar, Ibovespa volta aos 70 mil pontos.
Matias Frederico Dieterich, analista da Solidus Corretora
— Não acredita em grandes altas do Ibovespa no curto prazo. O desempenho da Bolsa depende do cenário externo, que deve melhorar só daqui a dois ou cinco anos. O próximo ano ainda será de cautela. Com uma gestão ativa da carteira dá para encontrar boas oportunidades, com chance de papéis se valorizarem até 30% ou 40%.
Luís Gustavo Pereira, Futura Corretora
— O Ibovespa pode chegar aos 70 mil pontos no curto prazo. Ações ligadas ao mercado interno, como shoppings centers e concessão de rodovias, têm potencial de valorização, assim como ações pagadoras de dividendos.

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