segunda-feira, 4 de junho de 2012

ECONOMIA: BC decreta intervenção no Banco Cruzeiro do Sul



De OGLOBO.COM.BR

Aplicações até R$ 70 mil estão garantidas, diz FGC. Banco teria rombo de R$ 1,3 bilhão
SÃO PAULO — O Banco Central decretou nesta segunda-feira Regime de Administração Especial Temporária (Raet) no Banco Cruzeiro do Sul por 180 dias “em decorrência do descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro e da verificação de insubsistência em itens do ativo”.

O Raet não interrompe os negócios em andamento nem as relações com o correntistas do banco, mas substitui os dirigentes da instituição por um conselho de diretores ou por uma pessoa jurídica especializada para “corrigir procedimentos operacionais ou de eliminar deficiências que possam comprometer seu funcionamento”, segundo nota do BC.
Como resultado da intervenção, o BC nomeou o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) como administrador especial temporário do Cruzeiro do Sul. De acordo com o FGC, aplicações até R$ 70 mil por cliente, pessoa física ou jurídica, estão garantidas, como prevê a lei. O fundo disponibilizou o telefone (11) 3848-2865 para esclarecer dúvidas dos clientes.
Segundo reportagem do jornal “Estado de S. Paulo” publicada nesta segunda-feira, foi identificado um rombo de cerca de R$ 1,3 bilhão nos balanços da instituição. De acordo com a matéria, foram detectadas, a princípio, fraudes semelhantes às encontradas nas contas do Banco Panamericano no ano passado. A intervenção foi decretada depois de fracassarem negociações para compra do banco pelo BTG Pactual, acrescentou o artigo.
Considerada uma instituição financeira pequeno porte, o Cruzeiro do Sul detinha em dezembro de 2011, ativos que representavam apenas 0,22% do total dos ativos do sistema financeiro e 0,35% dos depósitos, segundo nota do BC divulgada nesta segunda-feira. O banco tem oito agências no país, no Rio, em São Paulo, Campinas, Salvador, Recife, Belém, Macapá e Palmas.
A autoriade monetária também instituiu pelo mesmo prazo o Raet nas empresas do grupo Cruzeiro do Sul, que incluem Cruzeiro do Sul Corretora de Valores e Mercadorias, Cruzeiro do Sul DTVM, e Cruzeiro do Sul Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros, informou o BC em comunicado.
Negociação de ações do banco na Bovespa é suspensa
Cruzeiro do Sul teve prejuízo de R$ 57 milhões no primeiro trimestre, ante lucros de R$ 32 milhões no quarto trimestre de 2011 e de 41 milhões de reais um ano antes.
O banco vendeu mais de US$ 300 milhões em títulos nos mercados internacionais no ano passado, mas essa fonte secou em decorrência da crise de dívida que atingiu muitos países da Europa.
Procurados, representantes do Cruzeiro do Sul não estavam imediatamente disponíveis.
O Cruzeiro do Sul, que pertencia ao grupo do Grupo Pullman, foi comprado em 1993 pelo empresário Luís Octávio Indio da Costa e no mesmo ano ingressou no mercado de crédito consignado. Segundo o site da instituição, atualmente, o banco é parte de 337 convênios de crédito consignado a funcionários públicos, aposentados e pensionistas no país. O Cruzeiro do Sul começou a operar no segmento de crédito para empresas de médio porte em 2004, oferecendo empréstimos atrelados a recebíveis para fornecedores de produtos e serviços. Em 2005, lançou cartão de crédito com a bandeira Visa que permite dedução na folha de pagamento.
A negociação das ações do banco Cruzeiro do Sul foi suspensa a partir desta segunda-feira na Bovespa. Na última sexta-feira, as ações preferenciais (CZRS4) tombaram 15,65%, a R$ 7,60, depois de cair 25,23% na quinta-feira quando foi divulgado na imprensa que o banco BTG Pactual poderia comprá-lo.
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