terça-feira, 10 de abril de 2012

MUNDO: Líder rebelde nega que tropas sírias são retiradas, e oposição denuncia mais de 40 mortes



   Do UOL
Foto 139 de 147 - 4.abr.2012 - Refugiada síria carrega bebê em acampamento em Hatay, na fronteira entre Síria e Turquia. Milhares de pessoas deixaram o território sírio e se refugiaram em acampamentos nos países vizinhos, por conta de onda de violência entre o governo e oponentes à ditadura desde 2011 Mais Osman Orsal/Reuters
Do UOL, em São Paulo

Embora expire hoje o prazo para o cumprimento do plano de paz proposto pela ONU na Síria, o número dois do Exército Livre Sírio (ELS), Malek Kurdi, negou que o regime esteja retirando suas tropas das cidades e assegurou que a única ação empreendida foi mudar de lugar os tanques em algumas localidades.
“O Exército nem recuou nem vai recuar suas tropas. Conhecemos suas mentiras à comunidade internacional. Ele continua com seus massacres, detenções e ataques a cidades”, denunciou Kurdi.
O líder reconheceu que as operações de combate lançadas pelos soldados são de menor escala hoje, embora "haja algumas detenções e existam preparativos para uma ampla operação que pode acontecer em qualquer parte".
Na visão do militar desertor, o Exército de Bashar al Assad considera que agora o ELS está menos forte e por isso tentará lançar um ataque contra eles.
Segundo Kurdi, o ELS não realizou nenhuma operação hoje, "manteve a calma e só respondeu aos ataques do Exército sírio em Aleppo (norte), Hama (centro) e Deraa (sul)".
"As tropas de Bashar al Assad estão tentando invadir bairros de alguns povoados distantes e entraram em lugares onde há ativistas. O ELS só se defende e nunca desenvolveu uma operação que não fosse para defender o povo dos ‘shabiha’ (atiradores) que assassinam cidadãos", indicou.
Segundo a oposição, nesta terça morreram pelo menos 45 pessoas, a maioria delas crianças e mulheres -- 25 delas durante bombardeios do regime no bastião opositor de Homs, no centro do país.
As autoridades sírias por enquanto não confirmaram essas baixas.
O plano de paz de Kofi Annan, emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, estipula o fim da violência por parte de todos os envolvidos, a retirada das forças armadas das cidades e o restabelecimento da autoridade do Estado em todo o território. Tanto o regime sírio como o ELS têm até hoje para aplicar essa iniciativa e retirar as tropas das cidades, e até o dia 12 para pôr fim de forma definitiva às hostilidades.
Em entrevista coletiva, o chanceler russo, Serguéi Lavrov, frisou que o prazo para a retirada total das tropas sírias das cidades não termina nesta terça. “Neste primeiro passo, o Conselho (de Segurança da ONU) chamou o governo para começar a retirada das unidades militares de uma forma clara, que seja possível de ser vista, mas não retirá-las em sua totalidade”, disse Lavrov, ao lado do chanceler sírio, Walid al Mualem.
“Sobre o definitivo e completo cessar-fogo, deve ser cumprido por todas as partes sob uma eficaz supervisão internacional”, continuou. O russo assegurou que Damasco confirmou ter começado a aplicar o plano de Annan, e pediu aos Estados Unidos e outras potências ocidentais a pressionar a oposição síria para que faça o mesmo.
“Os Estados Unidos e os outros países que têm uma influência direta sobre os grupos opositores sírios deveriam utilizar essa influência para fazer de verdade com que todos deixem de disparar uns contra os outros.” Lavrov acrescentou que fará o mesmo apelo amanhã, durante a cúpula do G8 em Washington.
O chanceler sírio, por sua vez, acusou a Turquia de armar a oposição e ajudá-la a entrar no território sírio. “A Turquia apoia grupos armados ilegais sírios. Entrega armas e contribui para a entrada ilegal de militantes na Síria”, disse Mualem. “Isto é contrário ao plano de Annan.”
Annan, por sua vez, desembarcou nesta terça na Turquia para visitar os campos de refugiados sírios na fronteira entre os dois países. A visita ocorre um dia após disparos efetuados da Síria ferirem quatro sírios e dois turcos em território da Turquia.O emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria pretende visitar campos em Hatay, província turca na fronteira com a Síria que abriga muitos refugiados. Também deverá sobrevoar de helicóptero a área de Kilis, onde ocorreu o incidente de segunda. (Com AFP e EFE)

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