terça-feira, 10 de abril de 2012

ECONOMIA: Medidas de estímulo : consumo e investimento (I)


Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
Um dos "enigmas" mais complexos na ciência econômica é aquele que tenta discernir se é o consumo que precede o investimento ou vice-versa. Este "enigma" torna-se ainda mais relevante quando se decide adotar medidas macroeconômicas : deveriam estas estimular prioritariamente a variável "consumo" ou a variável "investimento" para estimular a economia ? Bem, enquanto a ciência econômica não resolve completamente esta questão, o governo brasileiro resolveu estimular o consumo por meio de medidas fiscais e creditícias. Uma rota de mesma natureza do que ocorre nos EUA, para citar o exemplo mais gritante do momento. Todavia, contrariamente aos EUA, que têm uma magnífica base de investimentos instalada, sobretudo em termos de infraestrutura, o Brasil carece de meios de transporte, logística, energia, tecnologia, etc., que sejam suficientes para tornar o crescimento sustentável (crescimento do PIB sem inflação).
Medidas de estímulo : consumo e investimento (II)
Tomada a questão da nota anterior e analisado o pacote de estímulos adotado pelo governo na semana passada, não poderíamos afirmar que as medidas carecem de fundamentos e, no geral, eficiência para fazer a economia crescer. Já o total de recursos (R$ 7 bi de renúncia fiscal, por exemplo) parece pouco para reverter a atual estagnação econômica. Ademais, os estímulos às exportações foram muito pontuais e baseados essencialmente em medidas protecionistas. Nada de relevante do ponto de vista de todo o sistema foi adotado. Este sim é um ponto crucial. Além disso, medidas de proteção contra importações podem ser até justificadas em função das práticas adotadas por países como a China, mas, de outro lado, não há evidências de que a produtividade doméstica está aumentando a ponto de nos deixar mais competitivos no futuro. Em outras palavras, o pacote ataca as adversidades conjunturais com eficiência duvidosa, mas não deixa nenhum rastro de que há uma mudança estrutural à vista.
Medidas de estímulo : consumo e investimento (III)
Não há razão, entretanto, para que fiquemos pessimistas com o que o governo implementou na semana do feriadão de Páscoa. A direção das medidas está correta, embora o tiro seja de curto alcance e faltem medidas de estímulo ao investimento. Por exemplo, por que o governo não lança um largo programa de estímulos às PPPs para elevação dos investimentos em infraestrutura (estradas, energia, transporte ferroviário, etc.) ? Mesmo o tão comemorado pré-sal merece maiores atenções. Não é preciso ser um analista dedicado para perceber que o PAC está lento e que muitas das medidas não são efetivas para a melhoria das condições da infraestrutura nacional. Talvez estas medidas estruturais sofram um peso maior da "avaliação ideológica" que se faz delas no centro do poder. Afinal, teriam de ser discutidos temas caros ao PT e outros partidos que apoiam o governo, tais quais, a privatização e mudanças regulatórias. O que estará pensando a presidente a respeito disso ?

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