terça-feira, 11 de maio de 2010

MUNDO: A Europa e não apenas a Grécia

Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

A envergadura do pacote da UE - 750 bilhões de euros, US$ 960 bilhões aproximadamente - dá uma dimensão mais real para os problemas de liquidez dos países que fazem parte do euro e aqueles que pretendem nele ingressar. Ao contrário do que muitos pregaram fora das salas fechadas dos ministérios econômicos europeus, a crise não era somente da Grécia. O país helênico era apenas o pavio da bomba instalada no mundo financeiro do Velho Continente.
Fundo de Estabilização. Estabilização ?
A resposta imediata dos mercados mundiais ao anúncio (na madrugada da segunda-feira) foi de alívio, mas não deve ser de euforia. O tratamento à crise tem chance de ser um sucesso, mas a dimensão dos problemas estruturais da Europa indica que a recuperação da atividade econômica deve ser muito mais lenta que a dos EUA. Os problemas de coordenação econômica da UE ficaram evidentes, sobretudo quando o tema é financeiro. Além disso, falta à grande maioria das nações europeias condições estruturais de competir com as nações em desenvolvimento, sobretudo a China, e os EUA. O sistema de proteção social do Velho Continente é um sistema de proteção comercial e gera um insulamento impossível no mundo atual. Assim sendo, é muito provável que assistamos nos próximos meses variações bruscas no humor dos investidores em relação à zona do euro.
A Grécia não está salva
Muito embora o pacote de 110 bilhões de euros possibilite a rolagem da dívida grega nos próximos anos, o programa de ajuste fiscal é incompatível com as possibilidades sociais do país. Logo, não se deve descartar novas e severas turbulências, incluindo a possibilidade de reestruturação de sua dívida, bem como sua saída do sistema monetário europeu.
Portugal, Espanha, Itália
A prontidão dos europeus para que outros países mediterrâneos não adentrassem no cenário da Grécia deve evitar o pior no curto prazo. Todavia, como imaginar que estes países, cujas taxas de desemprego estão entre 15% e 20%, superem suas mazelas ao mesmo tempo em que fazem ajustes fiscais ? Seria infantil acreditar em um cenário de estabilização sem que esta questão seja enfrentada do ponto de vista político e econômico.
Alemanha só funciona quando pressionada
O ministro das relações exteriores da França Bernard Kouchner resumiu bem o quão nefasta foi a demora de ajuda à Grécia : "Não podemos viver segundo a graça dos mercados. A zona do euro deveria ter ajudado mais rapidamente a Grécia." Recado direto à Chanceler Alemão Angela Merkel, responsável maior pela péssima gestão da crise por parte da UE.

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