Do blog do CLÁUDIO HUMBERTO
Por Carlos Chagas
O PMDB, porque está por cima. O PT, porque está por baixo. Através de suas bancadas no Congresso, ontem, os dois partidos reagiram com desdém à informação de que o presidente Lula vai promover a aliança de ambos nas sucessões estaduais. Trata-se de missão impossível, essa de unir desuniões legítimas nos estados onde já emergiram. Alguma coisa como obter previamente a concordância de a parte que for derrotada tomar veneno.
Mesmo perdendo as eleições, porque só um governador será eleito, tanto PMDB como PT necessitam de candidatos a governador para puxar a fila de pretendentes ao Congresso e às Assembléias Legislativas. Para sensibilizar o eleitorado. Como exceção poderá haver entendimento e formação de um único palanque num ou outro estado, mas, como regra, peemedebistas e petistas estarão jogando a própria sobrevivência nas disputas regionais.
Mesmo que Michel Temer e Ricardo Berzoini insistam, não serão ouvidos. Depois de almoçarem com o Lula, esta semana, os dois presidentes prometeram empenhar-se, mas, experientes que são, saberão da inviabilidade de acordo na maioria dos estados.
Tome-se o Rio Grande do Sul. Tarso Genro, aliás ministro da Justiça, admitiria abandonar sua candidatura e subir no palanque de José Fogaça? E a recíproca, seria verdadeira? Vale o mesmo para Santa Catarina, Paraná, São Paulo e assim por diante, até chegarmos ao Acre. Nesse particular, valem muito pouco as determinações do palácio do Planalto.
A fixação do presidente está na própria sucessão. Sabendo da fragilidade da candidata Dilma Rousseff, seu objetivo é de engajar o PMDB inteiro na campanha, mesmo precisando sacrificar o PT em muitas disputas estaduais. O problema é que os companheiros tem engolido tudo, desde submissão até humilhações, mas não chegarão a cometer suicídio. O que pensar, então, do PMDB, posto a cavaleiro na equação sucessória federal?
Comentários:
Postar um comentário