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Rafael Nascimento, Louise Queiroga e Hellen Guimarães
"Tinham muitos funcionários da Vale no momento. Infelizmente, deve ter muitas vítimas", diz presidente da companhia
Vítimas cobertas de lama são resgatadas por helicóptero do Corpo dos Bombeiros de Minas Gerais em Brumadinho Foto: Reprodução / TV Record
RIO — O corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, na tarde desta sexta-feira, que 200 pessoas estão desaparecidas, em decorrência do rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, que seguirá para Brumadinho, no momento do acidente havia muitos funcionários da empresa na barragem .
- A região é de acesso muito difícil e uma região muito afastada. Tinham muitos funcionários da Vale no momento. Infelizmente, deve ter muitas vítimas.
As barragens do Feijão e da Jangada, que integram o Complexo de Paraopeba, tinham ao menos 700 funcionários, segundo informou a Vale em um texto publicado em seu site em fevereiro do ano passado.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o comando de operações foi montado no Centro Social do Córrego do Feijão, nas proximidades do campo de futebol e da igreja católica do município. O campo foi utilizado como área de avaliação e triagem de vítimas para atendimento médico.A operação conta com 51 bombeiros militares e seis aeronaves.
A lama de rejeitos atingiu o Rio Paraopeba , segundo o secretário do Meio Ambiente de Betim, Ednard Barbosa Almeida. As informações foram repassadas ao município por uma equipe da Guarda Municipal da cidade.
Moradores das proximidades da barragem da Vale em Brumadinho estão deixando as suas casas Divulgação/CBMMG
Barragem da Vale se rompe em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Reprodução / Agência O Globo
Segundo os bombeiros, há possíveis vítimas no local. Divulgação/CBMMG
Representantes de movimentos ambientalistas na região de Brumadinho (MG) afirmam que desde 2011 vinham relatando as autoridades a possibilidade de riscos de rompimento da barragem I da Mina do Feijão . Segundo Maíra do Nascimento, do Movimento pelas Águas de Casa Branca, há oito anos as comunidades que vivem no entorno da mina em Brumadinho se preocupavam com a situação do complexo, que inclui também a mina Jangada, e lutavam para que não fosse autorizada a ampliação do complexo. Mesmo assim, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de MG autorizou acréscimos em 11 de dezembro passado
Feridos são levados para hospital em BH
O Hospital João XXIII, em Belo Horizonte acionou o plano de emergência para atendimento de vítimas em situação de catástrofe após o rompimento de uma barragem de rejeitos da Vale nesta sexta-feira em Brumadinho, na Região Metrolitana da capital mineira.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), até a tarde desta sexta-feira, quatro vítimas deram entrada no João XXIII. Deles, duas mulheres foram levadas até a unidade de helicóptero, por volta das 15h. O estado de saúde delas, conforme a pasta, é considerado estável.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que houve um rompimento de barragem, possivelmente de rejeitos, nesta sexta-feira, na região de Mário Campos e Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, há possíveis vítimas no local. Uma aeronave Arcanjo está sobrevoando a área afetada.
Mais tarde, outras duas pessoas deram entrada no hospital — um homem e uma mulher. Eles chegaram de ambulância ao local.
O acidente em Brumadinho acontece pouco mais de três anos da tragédia em Mariana. No dia 5 de novembro de 2015, uma barragem da empresaSamarco rompeu, destruiu o distrito de Bento Rodrigues e deixou 19 mortos , entre moradores e funcionários da empresa. Esse foi o maior desastre ambiental da História do Brasil, de acordo com o Ibama.
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