quarta-feira, 10 de outubro de 2018

GERAL: MPF investiga Paulo Guedes, assessor de Bolsonaro, por suspeita de fraudes em fundos de pensão de estatais

OGLOBO.COM.BR
Mateus Coutinho

Coordenador de campanha teria captado ao menos R$ 1 bilhão dessas entidades de forma irregular

O economista Paulo Guedes, conselheiro econômico do candidato Jair Bolsonaro (PSL). Foto: Leo Pinheiro / Agência O Globo

BRASÍLIA — Principal conselheiro do candidato do PSL à Presidência,Jair Bolsonaro , o economistaPaulo Guedes , anunciado como ministro da Fazenda em um possível governo do ex-capitão, é investigado desde o dia 2 de outubro pelo Ministério Público Federal em Brasília por suspeita de envolvimento em fraudes em fundos de pensão estatais, como o Previ, de servidores do Banco do Brasil, o Petros, da Petrobrás, o Postalis, dos Correios, e o BNDESpar, braço do banco estatal. As operações investigadas teriam relações com dirigentes desses fundos ligados ao PT e ao MDB. O GLOBO teve acesso aos autos da investigação, revelada pela Folha de S.Paulo.
Guedes é suspeito de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas. Também está sendo investigada a emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias. A investigação é conduzida pela Força-Tarefa da Operação Greenfield, que apura fraudes em fundos de pensão em todo o país e foi aberta com base em relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) que apontam indícios de fraudes nos aportes feitos pelos fundos de pensão em dois fundos de investimentos criados pela BR Educacional Gestora de Ativos, empresa de Paulo Guedes.
Dentre os fundos que investiram na empresa de Paulo Guedes estão o Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa), Postalis (Correios) e o BNDESpar braço do banco estatal que atua com investimentos no mercado de capitais. Os aportes foram feitos em empresas do Grupo HSM Brasil, de Paulo Guedes. Em 2009 a Gestora BR Educacional que pertence à HSM lançou dois FIPs - Brasil de Governança Corporativa e o BR Educacional - que conseguiram captar R$ 1 bilhão junto aos fundos ligados a empresas públicas. Chamou a atenção dos investigadores o fato de os quatro maiores cotistas desses FIPs, na ocasião, serem exatamente os fundos que estavam sob gestão de pessoas ligadas a PT e MDB, investigadas na Greenfield por suspeita de fraudes em outras operações.
O Petros era gerido por Wagner Pinheiro e o Previ por Sérgio Rosa, ligados ao PT. O Postalis, por sua vez, estava sob a gestão de, Alexej Predtechensky conhecido como ‘Russo’ e apadrinhado do MDB. Ele é acusado pelo empresário e delator Paulo Roberto Gazani Júnior de pedir propina para políticos do partido ao negocia uma operação de debêntures.) Outro dirigente já investigado pela Greenfield por suspeita de fraudes e que estava na Funcef no período dos aportes é Carlos Alberto Caser.
As principais suspeitas envolvem os aportes no FIP BR Educacional que, no primeiro ano, aplicou todo o dinheiro recebido dos fundos de pensão em uma das empresas de Guedes, a HSM Educacional, que amargou prejuízos nos anos seguintes. Além disso, logo após receber o aporte a HSM Educacional adquiriu a empresa HSM do Brasil, que teve ágio de R$ 16,5 milhões no negócio. Sediada na Argentina, a empresa não tinha ações em bolsa e o valor de suas cotas que foram vendidas foi calculado com base em um laudo.
“Pelo que deduzimos de suas demonstrações contábeis, quando de sua aquisição a HSM Brasil S/A não era uma empresa operacional. Portanto, cabe indagar a razão de pagamento de ágio em montante considerável à empresa vendedora, com sede na Argentina”, segue o relatório da Previc que embasou a abertura da investigação. A Previc também constatou que a HSM Brasil teve prejuízo, sendo que o principal impacto nas contas da empresa foi a remuneração de palestrantes R$ 11,9 milhões entre 2011 e 2012 e despesas com pessoal, que acumularam R$ 23,1 milhões no mesmo período
Por telefone, ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky disse que não iria comentar o caso.O GLOBO entrou em contato com Paulo Guedes e aguarda resposta. Os demais citados também foram procurados.

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