segunda-feira, 22 de outubro de 2018

ECONOMIA: Com eleições, dólar recua e fecha a R$ 3,688

OGLOBO.COM.BR
Ana Paula Ribeiro

Ibovespa conta também com ajuda da China e fecha em alta de 1,63%

Cédula de dólar, a moeda oficial dos Estados Unidos Foto: Thomas White / Reuters

SÃO PAULO E RIO — Na reta final das eleições, o dólar comercial voltou a ceder e fechou abaixo dos R$ 3,70. A moeda americana recuou 0,72% ante o real, encerrando os negócios a R$ 3,688. Outros ativos brasileiros também tiveram valorização no pregão. O Ibovespa, principal índice de ações local, subiu 1,63%, aos 85.596 pontos, e os juros recuaram.
Na avaliação de Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, o mercado já dá como certo a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT) e passa agora a analisar as propostas econômicas. Do lado externo, a ajuda veio da China, que sinalizou medidas de estímulo, uma forma de evitar que a guerra comercial intensifique a desaceleração da segunda maior economia do mundo.
- Vemos um cenário consolidado para a eleição. Do lado externo, a questão geopolítica, com a Arábia Saudita, preocupa, mas temos indicadores positivos do lado da China, com estímulos para reaquecer a economia - disse.
O dólar foi na contramão do mercado externo. "Dollar Index" da Bloomberg, que mede o comportamento da divisa americana frente a uma cesta de dez moedas, registrava variação positiva de 0,32% próximo ao horário de encerramento no Brasil.
- O recuo do dólar no Brasil ocorre por uma combinação de fatores. No cenário interno, a situação está melhor para emergentes, que estão recuperando valor. Internamente, o mercado assumiu uma postura construtiva em relação ao próximo governo. O fluxo de notícias neste momento tende a ser mais favorável - afirmou Mauricio Oreng, economista-chefe do Rabobank no Brasil.
O cenário eleitoral também ajudou no recuo dos juros no mercado futuro da B3. Os contratos com vencimento e janeiro caíram de 6,486% para 6,470% ao ano. Já os com vencimento em janeiro de 2020 passaram de 7,55% para 7,44% ao ano.
Principais ações em alta
A indicação de estímulo na China fez com que o Hang Seng, de Hong Kong, e o CSI, de Xangai, fechassem em alta de, respectivamente, 2,32% e 4,32%, o que contribuiu para a valorização das empresas ligadas ao setor de mineração de siderurgia. Com isso, os papéis da Usiminas lideraram os ganhos no pregão, com alta de 7,73%. Os da Gerdau subiram 4,61% e os da Vale, 3,25%.
As ações ordiárias (ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras registraram ganhos de 2,70% e 2,35%, respectivamente. Outro destaque de alta foi a Eletrobras. As ações ordinárias da companhia subiram 4,36%.
Os bancos, de maior peso no Ibovespa, também operaram em alta. As ações ON do Banco do Brasil subiram 0,68%. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco tiveram valorizaçao de, respectivamente, 1,46% e 1,22%.
Suzaki, da Lerosa, lembrou ianda que os investidores estão atentos ao início da temporada de balanços no Brasil, o que também dá impulso aos papéis.
Dólar a R$ 3,75 no fim do ano
Pela segunda semana consecutiva, os economistas reduziram as previsões para o dólar no fim de 2018. De acordo com os especialistas consultados pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC), o dólar deve terminar 2018 cotado a R$ 3,75. Na semana anterior, a previsão era de R$ 3,81.
Na semana anterior, a moeda dos EUA registrou queda de 1,6% ante o real. No acumulado de outubro, o recuo é maior, 8%.

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