segunda-feira, 9 de outubro de 2017

MUNDO: Prefeita de Barcelona pede que Catalunha não declare independência

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Para Ada Colau, resultado do referendo não pode ser aval para secessão

A prefeita de Barcelona, Ada Colau, faz um discurso na Câmara Municipal da cidade - JORGE GUERRERO / AFP

BARCELONA — A prefeita de Barcelona, Ada Colau, pediu ao presidente catalão, Carles Puigdemont, que não declare a independência unilateralmente e afirmou que os resultados do referendo não podem ser um aval para a secessão. Colau solicitou que o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, e Puigdemont não tomem nenhuma decisão que possa dinamitar o espaço de diálogo. A prefeita ainda disse que a coesão social pode estar em risco.
"Os resultados do 1º de outubro não podem ser um aval para proclamar a independência", disse Colau em declaração institucional.
Firme defensora da realização de um referendo legal, a prefeita da capital catalã, de 1,6 milhões de moradores, pediu a Rajoy que não suspenda as instituições autônomas catalãs e retire os reforços policiais enviados à Catalunha. O Parlamento da região de 7,5 milhões de habitantes realizará uma sessão na terça-feira que poderá resultar numa declaração de independência.
"O que precisamos agora são gestos de distensão de ambas as partes. Não precisamos de uma escalada que não beneficia ninguém. É a hora de fazer pontes, não de dinamitá-las", afirmou Colau.
Após o referendo proibido do dia 1º de outubro, Puigdemont se comprometeu a declarar a Catalunha independente. Segundo o governo regional, o voto a favor da separação da Espanha ganhou com 90%, com uma participação de 43% dos catalães. O presidente catalão está sendo pressionado de ambos os lados, tanto por seus aliados independentistas que querem a a separação da Espanha, quanto pelo restante das forças políticas e do poder econômico que são contra a secessão.
A incerteza diante de uma possível declaração de independência se propaga na Catalunha, enquanto bancos e grandes empresas começaram a mudar suas sedes para outras cidades espanholas. Depois que o Caixabank, o terceiro maior banco da Espanha, o Banco Sabadell e a empresa Gas Natural trasladaram suas matrizes na semana passada, as mudanças continuaram nesta segunda-feira com anúncios similares da gestoras de autoestradas Abertis e a imobiliária Colonial.
Se Puigdemont declarar a independência, a Espanha enfrentará sua maior crise política desde o regresso da democracia em 1978. Rajoy poderia suspender o governo regional, que dirige a Catalunha sob o sistema de autonomia. O artigo 155 da Constituição espanhola diz que se o governo de uma região não cumpre suas obrigações constitucionais ou atua de forma que atente o interesse geral do país, Madri pode tomar as "medidas necessários" para obrigá-la a cumpri-las.
O governo espanhol, estimulado pelos protestos de domingo em Barcelona, a capital catalã, deixou claro nesta segunda-feira que reagirá imediatamente a qualquer votação deste tipo.
— Estou pedindo às pessoas sensatas do governo catalão... não saltem do precipício porque levarão as pessoas com vocês — disse Santamaría, em uma entrevista à rádio Cope. — Se houver uma declaração unilateral de independência, serão tomadas decisões para restaurar a lei e a democracia.
A União Europeia tampouco mostrou interesse em uma Catalunha independente, apesar de Puigdemont ter pedido uma mediação de Bruxelas para a crise. A França, que faz fronteira com a região, disse nesta segunda-feira que não reconheceria uma declaração unilateral de independência.

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