segunda-feira, 10 de abril de 2017

ECONOMIA: Ações da Petrobras sobem e impedem queda da Bolsa

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO / RENNAN SETTI, COM AGÊNCIAS

Papel da estatal avançaram com elevação da nota de crédito; dólar cai 0,38%, a R$ 3,139

Bolsa de Frankfurt, na Alemanha. Foto: Reuters

SÃO PAULO e RIO - A elevação da nota de crédito (rating) da Petrobras impulsionou as ações da estatal nesta segunda-feira, impedindo que o Ibovespa fechasse no vermelho. A Bolsa terminou o pregão com leve variação positiva de 0,08%, aos 64.649 pontos. Já o dólar comercial recuou 0,38% ante o real, cotado a R$ 3,139, seguindo o mercado externo.
No início da tarde, a agência de classificação de risco Moody’s anunciou a elevação da nota da Petrobras de B2 para B1, com perspectiva de neutra para positiva. As ações da estatal, que já estavam em alta, ganharam força. As preferenciais (PNs, sem direito a voto) subiram 1,63%, cotadas a R$ 14,92, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) registraram valorização de 1,69%, a R$ 15,63.
— A elevação da nota da Petrobras acaba ajudando o mercado. Além disso, a Petrobras é um espelho para o governo e os investidores entendem que há a perspectiva de elevação da nota soberana — avaliou Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, lembrando que a melhora da nota da petrolífera é uma resposta ao desempenho da atual administração, que tem se concentrando em reduzir o endividamento da empresa e torná-la mais eficiente.
Do ponto de vista de perspectiva para a ação, no entanto, a elevação da nota de crédito não faz muita diferença. Essa mudança de nota ocorreu devido à melhora do perfil da dívida da empresa, e isso já havia sido percebido por investidores.
— A gente já via sinais claros da melhora da capacidade da empresa em honrar com os custos de serviço da dívida, com uma maior geração de caixa. Isso o mercado já tinha percebido. A elevação da nota de crédito só corroborou para essa avaliação — disse Luís Gustavo Pereira, analista-chefe da Guide Investimentos, acrescentando que o que poderia mudar a perspectiva para a empresa, é uma intensificação do plano de venda de ativos.
Hoje, a Petrobras também contou com a ajuda do mercado internacional de petróleo. Os preços estão em alta devido à tensão na Síria. O do tipo Brent subiu 1,43%, a US$ 56,03.
Os bancos também tiraram proveito desse movimento. O Banco do Brasil avançou 0,89% e as preferenciais do Bradesco, 0,62%. No caso do Itaú Unibanco, o movimento foi o contrário, com um recuo de 0,18%.
Mesmo as ações da Vale, pressionadas pela desvalorização do minério de ferro no exterior, tentaram sair do terreno negativo. As preferencias fecharam perto da estabilidade, com leve alta de 0,07%, e as ordinárias recuaram 0,415. A companhia é prejudicada pela terceira queda consecutiva do minério de ferro na China, que caiu de US$ 81,54 a tonelada para US$ 74,71 nesse período. Segundo o banco Barclays, o motivo é a fraca demanda chinesa pelo produto.
Os investidores estão atentos aos movimentos em torno da Reforma da Previdência e a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira. O Boletim Focus trouxe hoje ajustes nas expectativas de mercado para inflação e juros. Estima-se agora que o IPCA chegará no fim do ano em 4,09% de aumento, ante 4,10% na leitura anterior, e a Selic encerrará 2017 em 8,50%, ante 8,75%. Em meio a esse cenário, o equipe econômica já avisou que irá avaliar a redução da meta de inflação para 2019, atualmente em 4,5% do IPCA.
DÓLAR EM QUEDA
Apesar da tensão geopolítica, o “dollar index”, que mede o comportamento da divisa em relação a uma cesta de dez moedas, registrava desvalorização de 0,19%.
— O dólar trabalhou em queda, na esteira do movimento externo, com a moeda perdendo para seus pares e divisas de emergentes e ligadas às commodities. Ajudou também na fraqueza do dólar por aqui um fluxo positivo oriundo da via comercial por parte dos exportadores — disse Jefferson Luiz Rugik, analista da Correparti Corretora de Câmbio.
Além da disputa na Síria, os analistas também estão preocupados com os relatos de que Washington está deslocando unidades militares em direção à península coreana num sinal de força ante possíveis testes de mísseis de Pyongyang.

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