quarta-feira, 6 de abril de 2016

POLÍTICA: Em sinalização ao Planalto, PP decide permanecer na base de apoio a Dilma

FOLHA.COM
MARIANA HAUBERT, DE BRASÍLIA
JOÃO PEDRO PITOMBO, DE SALVADOR

Sergio Lima -12.abr.2013/Folhapress 
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do partido, que convocou a reunião

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou nesta quarta-feira (6) que o partido permanecerá na base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff até a votação do processo de impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.
Com a decisão, o partido, que tem a quarta maior bancada da Câmara, com 49 deputados, sinaliza ao Palácio do Planalto que está disposto a aceitar cargos no governo em troca dos votos que podem ajudar Dilma a continuar à frente do comando do país.
Na tentativa de evitar traições, a petista determinou à sua equipe acertar com, além do PP, também o PR e o PSD até o fim desta semana os novos postos que eles irão ocupar no governo federal após a votação. A expectativa do Planalto é que os partidos, assim como fez o PP, também sinalizem apoio à gestão petista nesta quarta.
Segundo Nogueira, havia uma reunião marcada com as bancadas da Câmara e do Senado para tarde desta quarta em que o partido tomaria a decisão oficialmente. O encontro havia sido solicitado por um grupo de 24 deputados favoráveis ao impeachment. O senador afirmou que a sigla fez um levantamento preliminar e identificou que dos 57 parlamentares da sigla, 40 são a favor da permanência no governo.
"Vendo isso, eles pediram o cancelamento da reunião e eu exigi que eles mandassem um documento assinado por todos pedindo o cancelamento e com isso mantém-se o Partido Progressista na base de apoio. Não vamos mais discutir o rompimento com o governo até a votação na Câmara", disse.
MINISTÉRIO DA SAÚDE
O governo pretende ofertar ao PP o Ministério da Saúde. Barrado o impeachment, o argumento do Palácio é que o partido se tornará o maior da base aliada e, por isso, deverá ocupar uma pasta de peso, já que o PMDB rompeu com o governo. Hoje, o ministro da pasta é o deputado peemedebista Marcelo Castro.
A ideia é que o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) ocupe a pasta e o atual ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, seja deslocado para a presidência da Caixa Econômica Federal. Em seu lugar, seria nomeado o deputado federal Cacá Leão (PP-BA).
Apesar das conversas com o governo em curso, Nogueira negou que o partido esteja negociando cargos no governo Dilma ou em um eventual governo Michel Temer. "Nós não iremos negociar e não iremos assumir nenhum cargo até a votação do processo de impeachment", disse.
Mesmo com o discurso, integrantes do partido têm sido nomeados para cargos de segundo e terceiro escalão da administração federal. Para Nogueira, as nomeações suprem apenas cargos que ficaram vagos após a saída do PMDB.
"O que aconteceu é que, por exemplo, no Ministério da Integração, pessoas pediram demissão com a entrega dos cargos do PMDB e esses cargos não podem ficar vagos. Foram indicados técnicos onde os cargos ficaram vagos. Não estamos em minuto nenhum assumindo ou negociando cargos novos. Nós temos uma responsabilidade no Ministério da Integração e temos que ocupar os cargos vagos. O ministério não pode ficar acéfalo", disse.
Questionado, no entanto, se o partido poderia assumir cargos depois da votação do impeachment, Nogueira recuou e afirmou que é "natural" que a sigla assuma cargos já que participa do governo. "Isso é natural que participemos do seu governo indicando membros para o seu governo. Isso é a coisa mais natural do mundo em qualquer país democrático que tenha um governo de coalizão", disse.
JAQUES WAGNER
O ministro-chefe do gabinete da Presidência, Jaques Wagner (PT), afirmou nesta quarta em Salvador que a decisão do PP de se manter no governo mostrou que a estratégia de setores do PMDB de forçar uma debandada de outros partidos do governo foi frustrada.
"Foi uma decisão que a gente esperava e mostra que a tentativa que um segmento do PMDB do chamado desembarque [do governo saiu] frustrado, que achava que ia puxar o desembarque dos outros. Mostrou que foi uma iniciativa precipitada e equivocada", disse Wagner, que tem sido um dos principais articuladores políticos da presidente.
Segundo o ministro, o governo espera que partidos como PR e PSD sigam o mesmo caminho: "A tendência é que haja essa consistência de permanência no governo", disse.
Ainda de acordo com Wagner, os partidos que se mantiverem no governo devem ampliar sua participação na gestão. "Temos que repactuar com aqueles que estão acreditando no governo."

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