sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

DIREITO: STJ - Youssef confirma propina de empresas para campanha de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão

O empresário Alberto Youssef confirmou que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral recebeu propina de empresas que atuavam na obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo o empresário, o valor total pago foi de R$ 30 milhões para a campanha de Cabral à reeleição, em 2010.
“Eu não participei da negociação e de nenhuma reunião. O que me foi repassado por Paulo Roberto Costa é que eu deixasse de cobrar o consórcio Compar, porque esse dinheiro seria repassado a integrantes do governo do Rio de Janeiro”, declarou Youssef ao juiz auxiliar Ricardo Coimbra, em audiência realizada por videoconferência, nesta quinta-feira (10), no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O juiz auxiliar citou depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, em que ele afirma que o dinheiro para a campanha de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão veio de empresas que atuavam na obra do complexo petroquímico. Segundo depoimento de Costa, as empreiteiras OAS, Odebrecht e UTC – que formam o consórcio Compar – contribuíram com R$ 15 milhões. O restante foi feito por empresas como Skanska e Alusa.
O juiz destacou, ainda, que Costa afirmou que a intermediação foi feita diretamente pelo ex-chefe da Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro Regis Fichtner, sem a participação de Alberto Youssef. “O dinheiro saiu do próprio caixa das empresas”, explicou.
Valores ilícitos
O empresário Alberto Youssef disse que tinha contato com todas as empresas, pois ele foi o responsável por captar, a partir de 2008, os valores ilícitos com as empresas destinados ao Partido Progressista (PP).
Segundo Youssef, a cobrança acontecia logo após a assinatura dos contratos. Entretanto, nesse caso específico, ele deixou de receber para os partidos para que os valores fossem repassados diretamente para a campanha do governo do Rio.
“Na verdade, o valor correto era de R$ 34 milhões, onde Paulo Roberto Costa, negociando com Ricardo Pessoa, presidente da UTC, deu um desconto de R$ 4 milhões. Dos R$ 30 milhões restantes, foi pedido para que R$ 15 milhões fossem destinados à Odebrecht para que a empresa fizesse o repasse para a campanha do Sérgio Cabral e do seu vice, Pezão”, afirmou. Acrescentou: “Os outros R$ 15 milhões foram para o PP. Eu não fazia repasse para o PMDB”.
A audiência foi determinada pelo ministro do STJ Luis Felipe Salomão. Ele é o relator do inquérito que apura se o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, o atual governador do estado, Luiz Fernando Pezão, e o ex-chefe da Casa Civil Regis Fichtner receberam dinheiro desviado da Petrobras para campanhas eleitorais no estado.

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