sexta-feira, 26 de junho de 2015

POLÍTICA: Petistas tentam unificar discurso após críticas de Lula

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Bancada do partido na Câmara convidou ex-presidente para uma reunião na próxima segunda-feira


BRASÍLIA — Depois da turbulência provocada pelas críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, integrantes do governo e do PT entraram em campo para tentar baixar a temperatura e acertar a linha de ação. O ministro Edinho Silva (Comunicação Social) foi a São Paulo na quarta-feira conversar com o ex-presidente e a bancada do partido na Câmara convidou Lula para uma reunião na próxima segunda-feira, em Brasília. No mesmo dia, a presidente Dilma Rousseff estará nos Estados Unidos.
Reunida na quinta-feira, a bancada do PT na Câmara adiou a divulgação de um documento respaldando críticas feitas por Lula ao governo Dilma Rousseff e ao próprio partido. Os deputados Arlindo Chinaglia e Vicente Cândido, ambos de São Paulo, apresentaram textos, com contribuições de outros deputados.
— Fazer o debate público agora não nos ajuda — disse Vicente Cândido.
Depois que a bancada do Senado divulgou, na última terça-feira, uma nota de solidariedade a Lula, o líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), afirmou que os deputados petistas fariam o mesmo, para preservar “nosso grande ícone”.
— Estamos tentando juntar todos os deputados da bancada em uma linha unitária de ação. Tem a pauta do Congresso, o diálogo com movimentos sociais, contestamos a forma como o (juiz Sérgio) Moro está conduzindo a Lava-Jato. Ficamos com medo de dizer algo que seja só para marcar posição, então vamos esperar um pouco (para divulgar o texto) — disse Sibá nesta quinta-feira.
Integrante da bancada petista, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (CE), foi o único que discordou publicamente de Lula até o momento. Em encontro com religiosos na semana passada, o ex-presidente afirmou que ele próprio e Dilma estão no “volume morto”, em referência à baixa popularidade, e que o PT está “abaixo do volume morto”.
Após confidenciar a aliados estar cansado de não ser ouvido por Dilma nem ser defendido pelo governo ao ter seu nome ligado a empreiteiras investigadas pela Operação Lava-Jato, Lula passou a articular o contra-ataque por conta própria. Além de fazer duras críticas ao governo Dilma e cobrar abertamente reação por parte do PT, trabalhou para que a bancada petista no Senado divulgasse, na última terça-feira, uma nota de desagravo a ele que sequer a citava.
— O Lula quis dar uma chacoalhada no PT. E as declarações dele refletem a impaciência de alguém que fala e não é ouvido (pelo governo) — afirmou uma pessoa próxima do ex-presidente. A ida dele a brasília na próxima semana ainda não está confirmada.
Desde a última sexta-feira, quando o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi preso, Lula acionou emissários para conversar com petistas e articular sua defesa pública. Depois que deixou a Presidência, Lula fez viagens internacionais pagas pela empreiteira. Nessas ocasiões, ele deu palestras para empresários e teve encontros com políticos em países onde a Odebrecht tinha interesse em obras.

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