segunda-feira, 30 de março de 2015

COMENTÁRIO: INCONSTENTÁVEL E INSUSTENTÁVEL

Por HELIO FERNANDES - Via blog do autor -
TRIBUNA DA IMPRENSA

Dona Dilma desgovernou durante 48 meses, pânico total. Completa três meses do segundo mandato, prisioneira dela mesma. Isolada, com depressão. Se fecha numa cabine com despressurização. Não deixa que Temer, Cunha e Renan compartilhem do mesmo trajeto. Isso vai durar mais 45 meses, 200 milhões têm que aguentar esse roteiro. Macabro. Tétrico. Tenebroso. Catastrófico. Desajustado. 

6 milhões de desempregados 
O desemprego aumenta descontroladamente. Para Dona Dilma era a "joia da coroa", não parava de exaltar si mesmo. Como só publicam percentagem poucos sabiam quantos viviam miseravelmente, sem emprego, sem renda, sem habitação, passando da casa dos 5 milhões.
Agora caminha em alta velocidade para chegar aos seis milhões, ultrapassaram os cinco milhões e meio. Uma parte porque o país está completamente parado, indústria, comércio, serviços. E a roubalheira da Petrobras contribuiu também para o desemprego alarmante.
Waldir Mendes, Norma Cardoso, Honorio Monteiro, Aldo Roberto, Jose Calixto escrevem de Macaé. Itaboraí e outros municípios, revelando que o desemprego aumenta diariamente.
E Campos, que vivia prosperidade incomum por causa do petróleo, agora exibe desalento, desconforto, desemprego. Não há o que fazer, multidões nas ruas sem trabalho. Dona Dilma nem sabe onde fica a bela cidade de Campos dos Goytacazes. 

Ministro da Educação 
Os partidos estão de tal maneira desmoralizados, que assim que Cid Campos consumou seu plano de sair do Ministério, Dona Dilma afirmou publicamente: “Vou pensar atentamente no nome do substituto, só não pode pertencer a qualquer partido”.
Sexta-feira surpreendentemente apareceu com o indicado. Seu nome: Renato Janine Ribeiro. Assim que surgiu foi saudado por foguetes e rojões, elogios de todos os lados.
Encantou a quase todos pelo fato de ser professor (aposentado), vários livros publicados, (mas pouco lidos) filósofo. Até um escritor comunista, patrocinado e comprometido com Orestes Quércia, disse publicamente: “Desta vez a presidente acertou”.
Teria acertado sem duvida, se ele fosse candidato a uma vaga na Academia de filosofia. Mas para o ministério mais importante o da “Pátria educadora”, cabem muitas restrições dúvidas, incertezas, explicações. Não tem a menor experiência administrativa, foi sempre professor e filósofo, o que não é suficiente para um realizador.
Com 69 anos e aposentado há tempos, dá a impressão de que cumpriu a missão, almejaria no máximo se eternizar na posição de “Le Penseur” de Rodin. Também do ponto de vista ético, um desencontro visível. Há dois meses criticou a própria Dilma e seu modo de governar. Publicado pelo “Estado de S. Paulo”. Dona Dilma que nunca ouvira seu nome, perguntou a um subalterno de plantão: “Quem é esse professor aposentado?”.
Não demorou e passou a ser Ministro importantíssimo. Professor e filósofo, nada ver com realizador. Um só exemplo: José Serra não era médico e nunca ficou doente, foi excelente Ministro da Saúde. Todos esperam que não seja exceção. 

A receita da roubalheira ou a roubalheira na receita 

Míope, medíocre, diante do volume de escândalos com os dinheiros públicos, Dona Dilma fulminou: “A corrupção não começou agora, é uma velha senhora, muito conhecida”. Rigorosamente verdadeiro. Mas nos últimos 20 anos, PSDB, PT, PMDB, na presidência da República ou governadores do maior estado da Federação, quase uma presidência paralela, exageraram nos “mal-feitos”, royalties para Dona Dilma.
O maior recebedor de propina, Barusco, revelou: “Eu recebia propina desde 1997”. Primeiro período de FHC, que nesse mesmo 1997, começava a comprar e a pagar á vista, a própria reeleição. Na história da República, foi a primeira. E não só pelo vulto de dinheiro, mas pela reeleição que serviu para todos, dificilmente acabará. Depois ou a seguir, FHC foi personagem protagonista de três atos de vandalismo corruptos.
1 – A Comissão de Desestatização, fonte inesgotável de escândalos, maiores até mesmo dos que surgiram em outros governos. Escrevi muito sobre isso na Tribuna impressa, chamei de “doação”, entregava grandes empresas recebia (?) em moedas podres, que não valiam nada.
2 - A desvalorização do Real, que fabricou inacreditáveis fortunas, de gente do próprio governo. É impossível calcular o enriquecimento de muitos. Foram para o exterior, viveram oito ou 10 anos como marajás, com mansões, cavalos de corridas, impunes, voltaram para cá, onde dominam.
3 - O maior escândalo de todos, esse sem precedentes, o aumento dos juros. Foi subindo de 11 por cento, sem constrangimento, até chegar a 44 por cento. A conta é simples; quem comprava 1 BILHÃO da dívida, dobrava o capital quase um ano depois. Passou o governo a Lula com juros em 25 por cento.
Em 2005 surgiu o mensalão que englobou PT-PMDB, começou em Pasadena, arruinou a Petrobras, Lula e Dilma “não sabiam de nada”. Dona Graça na semana passada em mais um depoimento, se disse “envergonhada” e perguntou: “Não sei como tudo isso podia acontecer, sem ninguém saber ou perceber”. Mais direto, impossível.
De 2001 a 2007, o PSDB no governo de são Paulo, arruinou a CBMF, a roubalheira dos trens e metrôs. As próprias empresas que enriqueceram com o cartel, confessaram, mas só agora começam a ser investigadas. Mas os políticos que patrocinavam tudo, impunes, se elegiam e se reelegiam, disputando três vezes a presidência da República.
E finalmente este espantoso caso por enquanto em 19 BILHÕES, com a sonegação do Imposto de Renda. Envolve a alta cúpula da receita, todos eles sócios de escritórios de advocacia ou de Consultoria.
De propina foram pagos mais de 600 milhões, o apurado até agora. São grandes empresários, do mais elevado escalão. Por enquanto só aparece o nome de Gerdau, que já devia ter sido chamado para depor na CPI da Petrobras. Para cumulo de tudo, querem manter o escândalo em sigilo.
O Ministério Público não se conforma, exige “transparência, para que a coletividade saiba de tudo”. Vamos acompanhar, os responsáveis e cúmplices, na certa virão com o lugar comum, “não sabíamos de nada”. 

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