segunda-feira, 7 de julho de 2014

POLÍTICA: No Norte Fluminense, Lindbergh defende Eduardo Campos

De OGLOBO.COM.BR
POR ALEXANDRE RODRIGUES


Candidato ao governo do Rio afirmou ser uma ‘inverdade’ a argumentação de que presidenciável estaria por trás da redistribuição dos royalties do petróleo
Lindbergh Farias fez seu primeiro dia de campanha no domingo, ao lado de Romário, candidato ao Senado, na feira de São Cristovão - Pablo Jacob / Agência O Globo
MACAÉ - O senador Lindbergh Farias, candidato do PT ao governo do Rio, disse não ter dificuldades de responder a eventuais cobranças dos eleitores do Norte Fluminense por causa de sua aliança regional com o PSB. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidencia, foi um dos defensores do projeto de redistribuição dos royalties do petróleo aprovado no Congresso, que acabou por reduzir o volume de recursos decorrentes da produção de petróleo em alto mar recebidos pelo estado do Rio e por cidades do Norte Fluminense. Em entrevista durante visita a Macaé, Lindbergh defendeu Campos, que foi atacado no domingo pelo casal Garotinho.
- Eu participei de todas as negociações no Congresso. É uma inverdade dizer que o Eduardo Campos era de uma linha intransigente. Muito pelo contrário. Ele sempre mostrou disposição de negociar. Sempre teve uma posição conciliadora de tentar um acordo que envolvesse todos - disse.
No final da tarde de domingo, durante comício inaugural da campanha de Anthony Garotinho (PR) em Campos dos Goytacazes, a mulher dele, Rosinha Garotinho disse que os eleitores da cidade "não podem votar" no candidato a presidente do PSB, Eduardo Campos, porque "ele está por trás" da proposta de redistribuição dos royalties do petróleo. Rosinha é a atual prefeita da cidade, a que mais recebe royalties do petroleo hoje no Brasil, seguida pela vizinha Macaé.
- Acho que essa é uma posição de preconceito contra nordestino - criticou Lindbergh. - É natural que um governador do Nordeste queira defender vantagens para o seu estado, assim como a gente quer que os recursos fiquem aqui. Mas ele nunca foi intransigente.
O senador aproveitou para criticar o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), a quem atribuiu a derrota no Congresso:
- Acho que faltou ao Rio maior capacidade de diálogo. Quero ser um governador que não vai se isolar do resto do pais. Acho que a posição de isolamento do governador Sérgio Cabral nos levou a uma posição de perda no Congresso Nacional - A postura de um governador tem que ser a de diálogo com todos os estados. Não pode bater pé, fazer birra.
Lindbegh, que gosta de enfatizar nas campanhas sua naturalidade paraibana, afirmou ser contra o que chamou de tentativa dos adversários de estabelecer um debate do Rio contra o Nordeste.
- Somos todos brasileiros - defendeu.
Embora tenha se comprometido com a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), Lindbergh abriu a possibilidade de um palanque duplo ao incorporar o PSB de Campos em sua aliança regiional. Em Macaé, ele não mencionou Dilma ou Campos no discurso. O candidato ao governo do Rio deixou Macaé por volta das 14h em direção a Cabo Frio, para caminhada no centro comercial.
CRÍTICAS À ‘INTERIORIZAÇÃO DA VIOLÊCIA’
O senador Lindbergh Farias, candidato ao governo do Rio, fez nesta segunda-feira um discurso improvisado em praça do centro de Macaé, no Norte Fluminense, criticando o aumento da violência nas cidades do interior. Lindbergh chegou à cidade no início da manhã.
Discursando em frente à Câmara dos Vereadores sem microfone para cerca de cem correligionários - que repetiam cada frase para ampliar a mensagem -, ele acusou o atual governo de privilegiar a Zona Sul da capital em detrimento da segurança na Baixada Fluminense e no interior, com a transferência de policiais para as Unidades de Polícia Pacidicadora (UPPs). Lindbergh prometeu que, se eleito, vai reforçar os batalhões locais para aumentar o policiamento.
- Está acontecendo uma interiorização da violência e nós vamos mudar isso - prometeu.
Em entrevista pouco antes de iniciar uma caminhada pelo centro comercial da cidade, Lindbergh disse que, caso seja eleito, vai formar policiais novos tanto para as UPPs quanto para os batalhões:
- Não adianta o governo dizer que vai levar UPP para todos os lugares. Sabemos que não é possível. UPP serve para uma coisa específica, área dominada por tráfico de drogas. O problema é que reduziram a política de segurança como um todo às UPPs.
O petista voltou a criticar a gestão da distribuição de água no estado, lembrando que Macae também vive esse problema. Ele disse que não é contra o projeto de Guandu 2, uma nova estação de tratamento com financiamento federal anunciada pelo governador Luiz Fernando Pezao (PMDB), candidato à reeleição. No entanto, disse que o problema da água na região metropolitana não se resolve produzindo mais água. Ele afirmou que a questão está na gestão do sistema interligado de distribuição de água que penaliza as periferias, segundo ele, por falta de investimento em troncos alimentadores, elevatórias e reservatórios:
- O Rio não pode se queixar de recursos federais. O governo estadual é que não soube escolher como prioridade as obras que melhoram a vida das pessoas.
Na caminhada pelo comércio, Lindbergh entrou nas lojas, abraçou eleitores e posou para fotos, mas não entregou panfletos. Numa loja de esportes, comprou uma camisa do Brasil. Pagou R$ 39,90. Segundo o senador, a campanha ainda não tem um CNPJ para distribuir material ou alugar carro de som, mas não quer perder tempo. Usando um microfone na camisa para gravar imagens para o programa de TV, ele disse acreditar que o ainda baixo nível de conhecimento de sua candidatura é uma vantagem para crescer nas pesquisas. Muita gente que abordou demonstrou não saber que ele é candidato a governador.
- Não vamos ficar um único dia sem campanha nesse estado - disse ele.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |