quarta-feira, 2 de julho de 2014

COPA NO BRASIL: Manipulação de resultados pela máfia das apostas preocupa a Fifa

De OGLOBO.COM.BR
POR JORGE LUIZ RODRIGUES

'É importante proteger a integridade e a credibilidade do jogo', diz chefe de segurança da entidade
O diretor de segurança, Ralf Mutschke, diz que a máfia de apostas preocupa a Fifa - Vanderlei Almeida / AFP
RIO - O diretor de Segurança da Fifa e chefe da entidade para o combate à manipulação de resultados, Ralf Mutschke, disse que o futebol é um esporte ameaçado pela manipulação de resultados. Nesta terça-feira, Camarões iniciou uma investigação sobre fraudes em resultados da seleção durante as suas partidas na Copa do Mundo. Sete dos 23 jogadores estariam envolvidos em manipulação.
- O futebol está sendo ameaçado pela manipulação, pelo crime organizado. Eles (os criminosos) tentam se infiltrar. É importante proteger a integridade e a credibilidade do jogo - justificou.
Ex-policial da Interpol com 33 anos de experiência em investigações de crimes internacionais, Mutschke informou que a Fifa assinou um contrato de dez anos com a Interpol para trabalhar conjuntamente no combate à manipulação e na fraude. Em apenas dois anos no cargo, 192 das 209 federações nacionais filiadas à Fifa nas seis confederações continentais já receberam cursos, folhetos explicativos e orientação. Só no Brasil, este ano, aconteceram três reuniões prévias antes da Copa do Mundo com os chefes de segurança das 32 seleções participantes do megaevento.
- Estabelecemos essa estratégia de tolerância zero. Estamos examinando cada denúncia de manipulação de resultados.
A maior dificuldade, segundo o dirigente, é a legislação de um sem número de países que ainda não prevê punição na área criminal. E lembrou do escândalo da Máfia do Apito, que, em 2005, anulou apenas 11 jogos do Campeonato Brasileiro da Série A de um total de 40 contaminados.
- Há cada vez mais gente do crime organizado infiltrada e tentando fraudar os resultados do futebol porque não há risco de prisão para eles. A legislação de muitos países não prevê. Há muitas pessoas tentando fraudar o mercado de apostas porque a punição penal muitas vezes não acontece - reclamou. - Por isso, aumenta a responsabilidade de cada federação, cada confederação e associação membro (da Fifa). Precisamos educar as federações para que digam não à manipulação.
O sistema de combate à manipulação é feito em análises com base em ações de inteligência, jogadores, partidas de alto risco e árbitros. Há o monitoramento de apostas em tempo real pela EWS (Early Warning System), com exame forense de padrões de apostas suspeitas. Até o TSG colabora com análises em tempo real sobre táticas e comportamento anormal de jogadores.
- Quando algo é observado, discutimos entre nós os comportamentos e decidimos se devemos apresentar alguma denúncia - acrescentou Mutschke.
De 15 de maio a 11 de junho, véspera da abertura da Copa), 89 partidas internacionais foram analisadas pelo grupo que faz parte do EWS e nenhuma, segunda Mutschke, apresentou comportamento anormal dentro de campo ou no mercado de apostas.

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