De OGLOBO.COM.BR Bruno Rosa, com Reuters IPCA-15 ficou em 0,39%, diz IBGE. Mercado esperava
alta de 0,36%
Preço do carro novo passou de uma deflação 2,47% em julho para uma alta de
0,04% em agosto Agência O Globo
RIO - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou o
passo em agosto, ao subir para 0,39%. Em julho, o índice ficou em 0,33%. A
informação é do IBGE.
O número veio acima do esperado pelo mercado. As projeções médias indicavam
que a prévia da inflação oficial do país avançaria para 0,36%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 ficou em 5,37%, também acima dos
12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 5,24%. Segundo o IBGE, o
principal vilão neste mês foi o grupo Transportes, que havia registrado queda de
0,59% em julho e, em agosto, apresentou estabilidade de preços. O movimento no
período veio de automóvel novo (-2,47% para 0,04%); ônibus interestadual (1,49%
para 3,4%); seguro de veículos (-0,33% para 0,96%); e automóvel usado (-2,45%
para -0,15%).
Analistas já esperavam que esse grupo parasse de ajudar no indicador de
inflação pelo fim do efeito das recentes reduções feitas pelo governo nas
alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para o setor
automotivo.
Luis Otavio de Souza Leal, economista-chefe do ABC Brasil, diz que o índice
geral pode ser considerado ruim por que mostrou aceleração tanto na comparação
mensal quanto na anual, apesar do avanço estar atribuído ao fim do impacto do
IPI de automóveis.
O economista destacou ainda as preocupações em torno dos alimentos. Ele
destacou que o grupo de carnes ainda não sentiu na totalidade o impacto do
aumento das rações por conta da alta dos grãos.
-A pressão está latente no setor - diz
O IBGE destacou ainda que o grupo Saúde e Cuidados Pessoais também pesou em
agosto, passando de uma alta de 0,37% em julho para 0,52% agora. Leal destacou
que houve aumento acima do esperado em produtos farmacêuticos, cuja variação
ficou em 0,52%, contra uma expectativa menor de alta, de 0,23%.
Não por menos, analistas elevaram, mais uma vez, as projeções para o IPCA
neste ano, a 5,15%, de acordo coma pesquisa Focus do Banco Central. Com isso, o
mercado vê a inflação se afastando ainda mais do centro da meta oficial, de
4,5%.
Em julho, o IPCA havia acelerado para 0,43%, a maior variação mensal desde
abril, acima das expectativas e ante 0,08% no mês anterior. O vilão dos preços
foram os alimentos "in natura", por conta de problemas climáticos.
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