GESTÃO: Presidente da Casa da Moeda é exonerado por suspeita de receber propina

De O FILTRO

O presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, foi exonerado do cargo no último sábado (28), por suspeita de receber propina de fornecedores e enviar para o exterior, segundo o jornal Folha de S. Paulo. A exoneração foi publicada no Diário Oficial nesta segunda-feira (30).
Denucci é acusado de abrir duas empresas no exterior, uma em seu nome e outra em nome da filha, Ana Gabriela. Segundo a Folha, a Junta Comercial de Miami confirmou a abertura das empresas: a Helmond Commercial LLC, em nome de Denucci, e a Rhodes INT Ventures, em nome da filha. As empresas seriam usadas para receber as remessas de dinheiro de propina recebida de fornecedores da Casa da Moeda.
A WIT aponta que os valores são oriundos de pagamento de comissão feito por dois fornecedores exclusivos da Casa da Moeda, equivalente a 2% dos contratos firmados.(…) Procurada, a WIT diz ter sido contratada para realizar as transações por Jorge Gaviria, advogado em Miami e procurador dos Denucci. Informou, ainda, que a movimentação está registrada em sua contabilidade.Denucci admite conhecer o dono da WIT, a quem chama de primo, mas disse que o relatório é falso.
De acordo com a reportagem, as empresas teriam recebido um valor de U$ 25 milhões em operações financeiras no exterior, segundo um relatório da WIT, companhia especializada em transferência de dinheiro com sede em Londres. Luiz Felipe Danucci nega as movimentações no exterior, mas admite a criação das empresas. Segundo a Folha, Denucci também está sendo investigado pela Polícia Federal por suposta remessa ilegal de dinheiro do exterior para o Brasil. Ele teria depositado R$ 1,8 milhão em sua conta no Brasil, sem comprovar a origem, em 2005. Em novembro, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) confirmou multa da Receita Federal a Denucci devido a essa remessa. O Ministério Público Federal também abriu inquérito para investigação das contas de Denucci.
Denucci diz estar sendo vítima de perseguição política. Segundo ele, o relatório que aponta os pagamentos de propina, é uma “fraude”. Ele foi indicado para o cargo em 2008 por Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara. Para Arantes, Denuccio teria tratado o partido como se não tivesse obrigações com ele.
Denucci relatou a auxiliares do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ser vítima de uma armação partidária para tirá-lo do cargo, conforme a reportagem apurou. (…) Em uma das conversas, chegou a dizer que pediria demissão. Procurou Mantega, mas não foi atendido por ele. (…) No fim de semana, porém, o governo resolveu se antecipar à reportagem em apuração e o exonerou.
(Keila Cândido)