segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

ECONOMIA: FMI reduzirá previsões de crescimento para América Latina e Ásia

Do ESTADÃO.COM.BR

Álvaro Campos, da Agência Estado
Segundo Lagarde, Fundo reduzirá as projeções de expansão para boa parte do mundo em razão dos riscos criados pela crise da dívida na Europa
NOVA YORK - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou nesta segunda-feira, 16, que, em razão dos riscos criados pela crise da dívida na Europa, o Fundo está rebaixando suas previsões de crescimento para boa parte do mundo, inclusive os países emergentes, que têm ajudado a guiar a expansão econômica, como Ásia e América Latina.
"Mesmo essas previsões mais baixas presumem um caminho político construtivo que, de forma nenhuma, está garantido", disse Lagarde. O FMI deve divulgar amanhã as atualizações para seu Relatório de Perspectiva Econômica Global, Monitoração Fiscal e Estabilidade Financeira.
Em relação à Europa, Lagarde afirmou que o FMI vê um "risco considerável" de que a inflação cairá bem abaixo da meta no ano que vem e o crescimento ficará prejudicado. Assim, novas medidas de afrouxamento monetário, no tempo adequado, serão importantes para reduzir tais riscos.
Ao aumentar seus mecanismos de proteção contra choques financeiros, a Europa também será capaz de ajudar os bancos da região a elevar seus níveis de capital sem reduzir os empréstimos. Como parte dos projetos de integração no continente, Lagarde disse que a união monetária precisa receber suporte de uma integração financeira, por meio de uma supervisão unificada, uma única autoridade para regulamentação bancária e um único fundo de seguros de depósitos.
Lagarde também afirmou que a Europa pode se financiar por conta própria, por meio de eurobônus ou um fundo de resgate de dívidas. "Um acordo político sobre um bônus conjunto para escorar o compartilhamento de risco ajudaria a convencer os mercados da viabilidade futura da união monetária e econômica europeia".
A economia mundial enfrentará um colapso parecido com o do período da Grande Depressão na demanda, se a Europa não agir rapidamente para aumentar de forma dramática o tamanho da sua proteção contra a crise da dívida, implementar políticas pró-crescimento e integrar ainda mais a zona do euro, afirmou também a diretora-gerente do FMI. "Trata-se de evitar o momento de 1930, no qual a inércia, insularidade e ideologia rígida se juntam para causar um colapso da demanda global", afirmou Lagarde.
BCE deve continuar fornecendo liquidez
Lagarde afirmou ainda que é essencial que o Banco Central Europeu (BCE) preencha os vácuos enquanto os líderes europeus não conseguirem construir uma proteção maior contra a crise, dando continuidade ao fornecimento de liquidez para estabilizar os recursos bancários e as dívidas soberanas da zona do euro. Segundo analistas, com base nas compras semanais de bônus, o BCE poderia cobrir mais de € 1 trilhão em bônus de países debilitados durante o ano.
Diante de fortes pressões dos EUA e do FMI, a Alemanha e alguns outros países do norte da Europa têm resistido a aumentar o fundo emergencial da zona do euro, temendo que isso faça com que as nações enfraquecidas não reduzam os gastos como se espera.
Também há resistência política em fornecer mais recursos para resgates financeiros além dos que já foram oferecidos. Ainda assim, na semana passada, o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, afirmou que o governo da chanceler Angela Merkel está "profunda e firmemente comprometido" com a zona do euro.
Lagarde está em busca de aumentar a capacidade de empréstimos do FMI em mais de US$ 500 bilhões, para formar uma reserva de mais de US$ 1 trilhão, incluindo US$ 200 bilhões prometidos por países europeus. Aumentar a capacidade de empréstimos do FMI será uma das mais altas prioridades da reunião do G-20 no México em fevereiro.

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