terça-feira, 22 de novembro de 2011

ECONOMIA: Bolsa inverte tendência e cai; dólar recua frente ao real

De O GLOBO.COM.BR

João Sorima Neto
Reuters

Redução da dívida nos EUA continuou sob impasse, mas Obama garante que déficit cairá
SÃO PAULO - O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu o dia em alta, mas inverteu a tendência pouco tempo depois da abertura do pregão. O índice estava subindo 0,45% às 11h15m aos 56.539 pontos, mas por volta de 11h36m, já apresentava queda de 0,44% aos 56.034 pontos, acompanhando os principais pregões europeus que também passaram a operar negativos.. O dólar abriu os negócios com desvalorização em relação ao real na manhã nesta terça. Por volta de 10 horas, a moeda americana estava sendo negociada a R$ 1,802 na venda, uma queda de 0,22% em relação ao fechamento desta segunda.
A divisa americana fechou com alta de 1,68% no primeiro dia da semana em meio a um impasse no Congresso americano sobre os planos de redução do déficit orçamentário dos Estados Unidos. Republicanos e democratas não chegaram a um acordo para a redução de US$ 1,2 trilhão da dívida nos próximos dez anos, mas o o presidente Barak Obama afirmou que o déficit será reduzido de 'uma maneira ou de outra'.
O temor dos investidores era de que agências de classificação de risco, como a Moody's e a Fitch, rebaixassem a classificação da dívida americana, assim como fez a Standard & Poor's. A Moody's informou que a falta de acordo não afetará a classificação do país. A Fitch informou que poderá rever apenas a perspectiva - de positiva para negativa - e não o grau de investimento.
- Com a indefinição do cenário global, o Banco central deve ter uma atuação apenas pontual no mercado de câmbio - diz um operador de mercado.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, fechou com queda de 2,11% nesta segunda.
Ao término da reunião desta segunda-feira, o supercomitê encarregado de discutir a redução da dívida divulgou a seguinte nota: “Apesar de nossa incapacidade de superar as diferenças significativas do comitê, terminamos esse processo unidos em nossa crença de que a crise fiscal do país deve ser tratada e que não podemos deixá-la para a próxima geração de resolver".
- O que evita uma consequência maior desse impasse são os indicadores positivos da economia americana - diz o mesmo operador de mercado de uma corretora de São Paulo.
Na Europa, as preocupações continuam focadas no refinanciamento da dívida de países como Espanha e Itália, e na perspectiva de rebaixamento da nota da França - que tem AAA - mas está pagando juros altos para rolar seus títulos no mercado.
Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Fitch informou em nota que o novo governo eleito, de centro-direita, terá que tomar medidas adicionais para cumprir os objetivos de redução do déficit fixados no plano de estabilidade em Bruxelas, sede da comunidade europeia. A Fitch manteve a nota AA- para a Espanha, assim como fez a Standard & Poor's nesta segunda. mas a perspectiva se mantém negativa, o que abre espaço para novas reduções se as medidas não aparecerem. A eleição com maioria absoluta do PP de Mariano Rajoy, segundo a Fitch, é uma 'janela de oportunidade para a Espanha e o novo governo deve supreender positivamente os investidores com um ambicioso e radical programa de reformas estruturais e fiscais. Com isso, poderá melhorar as expectativas sobre sua capacidade de crescer e reduzir sua dívida", diz a nota da Fitch.
Ainda nesta terça, a Espanha teve que pagar juros altos para rolar seus títulos de curto prazo - de 3 e 6 meses - com a taxa chegando a 5%. O Tesou espanhol ofereceu ao mercado 2,9 bilhões de títulos, mas só conseguiu rolar 2 bilhões. O nível dos juros é maior inclusive do que os investidores estão exigindo de Portugal e Grécia para rolagem de títulos de curto prazo desses países. Na semana passada, o Tesouro espanhol teve que pagar juros de 7% para rolar papéis com vencimento em 2021.
As bolsas europeias, que vinham sem tendência definida nesta terça, passaram a operar negativas. Em Madri, a queda era de 0,89%, Paris tinha desvalorização de 0,12% e Frankfurt vinha em queda de 0,67%. A Bolsa de Londres era a única que apresentava estabilidade, operando com leve alta de 0,04%.
Na Ásia, a falta de uma solução consensual para a redução da dívida americana provocou baixa nos principais pregões nesta terça-feira. Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,40%, tendo alcançado o menor patamar dos últimos oito meses. Também fecharam em queda a bolsa de Taiwan, com desvalorização de 0,61%, e o índice referencial de Xangai perdeu 0,10%. Na China, as ações caíram depois que dados do Banco Central mostraram que Pequim pode ter vendido moeda estrangeira para elevar o iuan pela primeira vez em quatro anos, sinalizando queda de fluxos de capital para a segunda maior economia do mundo.

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