quarta-feira, 7 de julho de 2010

POLÍTICA: Turma do colchão armazena em casa R$ 3,5 milhões

Do blog do JOSIAS DE SOUZA

Dono de poder de sedução natural, o papel-moeda dispensa o apelo a artificialidades afrodisíacas. Não se presta à impressão de caras bonitas, seios torsos e dorsos.
Feio, sujo e, por vezes, rasgado, o dinheiro é mais sexy do que a capa da Playboy. Não espanta que tantos queiram levá-lo para o colchão –ou para baixo dele.
Obrigados a informar o patrimônio à Justiça Eleitoral, um grupo de políticos viu-se forçado a iluminar a intimidade da alcova monetária.
Os repórteres Breno Costa, Filipe Coutinho e Márcio Falcão identificaram pelo menos mais 15 investidores domésticos.
São candidatos a governador, vice ou a senador. Juntos, guardam em casa a bagatela de R$ 3,5
milhões. Ou seja, Dilma Rousseff (R$ 113 mil guardados em casa) não está só.
A mania não é ilegal, apenas ilógica. Aplicado, o dinheiro é protegido da corrosão inflacionária. Com alguma sorte, pode ser até vitaminado.
Candidato ao Senado, Orestes Quércia (PMDB-SP) diz que conserva em casa R$ 1,28 milhão –parte em reais, parte em dólares.
Levada à poupança, a cifra seria adensada em R$ 78,8 mil ao ano. Dinheiro de troco, no caso de Quércia –patrimônio declarado de R$ R$ 117,4 milhões.
Companheiro de chapa de Quércia, o postulante ao Senado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) mantém sob o colchão R$ 50 mil.
Outro tucano, Nilo Coelho, candidato a vice-governador da Bahia na chapa de Paulo Souto (DEM) conserva longe da rede bancária R$ 912,6 mil.
Joaquim Roriz (PSC), cuja candidatura ao governo do DF convive com o assédio da lei da Ficha Limpa, dorme sobre R$ 160 mil em grana viva.
O vice de Roriz, Jofran Frejat (PR), retém em casa R$ 250 mil. Menos do que tinha em 2006, quando se elegeu deputado: R$ 1,3 milhão.
Frejat arrisca uma explicação: "Eu já perdi dinheiro em banco que faliu e no Plano Collor...”
“...Esse dinheiro é fruto da minha renda como médico e deputado. Você nunca sabe quando precisa de dinheiro numa emergência".
Noves fora as emergências da vida, o hábito de dormir sobre maços de dinheiro há de proporcionar repouso inaudito.
Há no mundo muita gente cansada de amor, de trabalho, de política e até de ideais. Só não há quem se canse de dinheiro.

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