De O GLOBO
O presidente Lula aproveitou a sua ampla popularidade para, na comemoração dos 30 anos da fundação do PT, enquadrar mais duramente ainda o partido, que já ensaiava a recuperação de sua autonomia diante da possibilidade de vitória da ministra Dilma Rousseff na sucessão presidencial.
Na presunção de que, com sua eleição, voltará a ser o centro do poder partidário no novo governo, o PT tratou de aprovar um programa mais à esquerda, com pontos que suscitaram polêmicas no Programa Nacional dos Direitos Humanos ou na Conferência Nacional de Comunicações, como a taxação de grandes fortunas, o controle social dos meios de comunicação e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, que ainda está em discussão no Congresso.
Procurando tirar dos ombros de sua candidata oficial o esquerdismo petista, o próprio presidente disse em entrevista ao “Estadão” que o fato de o partido ter programas mais radicais não quer dizer que o futuro governo os adotará.
Também o PMDB pretende apresentar o seu programa para um eventual governo Dilma, que certamente se chocará com as diretrizes mais esquerdistas aprovadas ontem no programa do PT.
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