terça-feira, 11 de setembro de 2018

ECONOMIA: Indefinição eleitoral faz dólar subir a R$ 4,15 e Bolsa cair 2,3%

OGLOBO.COM.BR
POR ANA PAULA RIBEIRO

Moeda americana sobe 1,48%; ações de estatais derretem com incerteza no cenário político

Tensões eleitorais fazem com que o dólar ganh força ante o real - Domingos Peixoto / Agência O Globo

SÃO PAULO — A incerteza eleitoral tomou mais uma vez conta dos mercados financeiros no Brasil, gerando perdas na Bolsa brasileira e enfraquecendo o real. O dólar comercial fechou em alta de 1,48% ante a moeda brasileira, cotada a R$ 4,155 ao final dos negócios. Já o Ibovespa, principal índice de ações do mercado local, recuou 2,33%, aos 74.656 pontos. As perdas acontecem em meio aos resultados apresentados pelo Datafolha, divulgados na noite de segunda, e a expectativa do levantamento do Ibope, que saíra na noite desta terça-feira.
Na avaliação de Marco Tulli, gestor da mesa de operações da corretora Coinvalores, afirma que é natural um amaior volatilidade no momento em que não há clareza sobre a sucessão presidencial. 
- Há uma série de movimentação para o cenário político, que vai permanecer durante quatro anos. Então o mercado faz uma reflexão imediata sobre o modelo que pode ser adotado por cada um dos candidatos. Essa incerteza gera desconfiança e mais ativos são impactados - avaliou. 
A disputa presidencial é um dos principais focos de atenção dos agentes do mercado financeiro. O avanço de candidatos menos alinhados às reformas econômicas tendem a desagradar os investidores, que temem uma mudança de política econômica que limite o crescimento da economia ou mais intervencionista. A Guide Investimentos destaca que o levantamento é o primeiro desde o ataque a um dos presidenciáveis. "O mercado está digerindo os números do Datafolha divulgado ontem à noite. É a primeira grande pesquisa após atentado", explicaram os analistas. 
As perdas no mercado interno ocorrem mesmo com a menor aversão ao risco no exterior. O “dollar index”, que mede o comportamento da divisa americana frente a uma cesta de dez moedas, estava praticamente estável, com pequena variação negativa de 0,05%, perto do encerramento dos negócios no Brasil. Entre os principais índices acionários globais, o Dow Jones fechou em alta de 0,44% e o S&P 500, 0,37%.
BOLSA EM QUEDA
- Não há nenhuma notícia corporativa que justifique essa queda. Além disso, a economia está se recuperando e a inflação baixa. Essa queda é mais pelo clima de medo do lado político - avaliou Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor.
O especialista lembra ainda que não há uma saída de recursos da Bolsa, mas sim um movimento forte dos "traders", que fazem operações de curtíssimo prazo. 
- Quem está sobressaindo é o daytrade. Ele vende e compra ação no mesmo dia e vai para casa no lucro ou prejuízo. Nunca fica com o papel. é ele que está potencializando esse ajuste para baixo - disse.
No mercado acionário local, as ações mais afetadas foram a de estatais, um reflexo da preocupação com a disputa eleitoral - o comportamento é semelhante ao registrado no pleito de 2014. As preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras recuaram 3,95% e as ordinárias (ON, com direito a voto) caíram 2,79%. A desvalorização ocorre apesar da alta de 2,71% do petróleo no mercado externo, com o barril do tipo Brent negociado a US$ 79,47.
No caso da Eletrobras, as PNs registraram tombo de 6,80% as ONs, de 5,27%, entre as maiores perdas do índice.
Também ficaram no terreno negativo os papéis do setor bancário, o de maior peso na composição do Ibovespa, as preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco recuaram, respectivamente, 3,44% e 3,01%. No caso do Banco do Brasil, as ações caíarma 4,53%.
Poucos papéis fecharam em alta hoje. A principal alta entre as ações do Ibovespa foi registrada pela Embraer, com valorização de 0,60%. r, a valorização é de 0,15%.

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