OGLOBO.COM.BR
POR CAROLINA BRÍGIDO / DANIEL GULLINO
Decisão, referente ao período entre 2014 e 2017, também atinge irmã e primo do senador

O senador Aécio Neves - Michel Filho / Agência O Globo 06/12/2017
BRASÍLIA — O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF),determinou nesta quinta-feira a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador Aécio Neves (PSDB-MG), de sua irmã, Andrea Neves da Cunha, do seu primo, Frederico Pacheco de Medeiros e de Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), baseado na delação da JBS, e é referente ao período de 1º de janeiro de 2014 a 18 de maio de 2017.
Marco Aurélio também determinou a quebra de sigilo das empresas Tapera Participações e ENM Auditoria e Consultoria, que teriam sido utilizadas no repasse de dinheiro da JBS para Aécio. O ministro negou, contudo, a extensão da medida para duas pessoas ligadas às companhias: Gustavo Henrique Perrela Amaral Costa e Euler Nogueira Mendes. Ele alegou que não foram apresentados indícios suficientes para justificar a quebra de sigilo.
“A situação deste processo enquadra-se na previsão constitucional, mostrando-se relevante a pretensão do Ministério Público Federal. Tudo deve objetivar a elucidação dos fatos, definindo-se, se for o caso, responsabilidades”, escreveu.
Em outro despacho, também divulgado nesta quinta-feira, Marco Aurélio revogou a prisão domiciliar de Andrea Neves, Frederico Pachedo e Mendherson Lima. O ministro considerou que a medida consiste em uma "prisão mitigada" e que não se justificaria a manutenção do status.
Em junho, o então procurador-geral Rodrigo Janot denunciou no STF Aécio Neves por corrupção passiva e obstrução de justiça. Ele é acusado de ter recebido propina de R$ 2 milhões da JBS e de ter tentado atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato.
Janot também denunciou por corrupção passiva outros três investigados no mesmo inquérito: Andrea, Frederico e Mendherson. Andrea fez o contato inicial com a JBS para pedir propina, enquanto Frederico e Mendherson viabilizaram os repasses.
Em nota, a assessoria de Aécio Neves afirmou que os seus sigilos bancário e fiscal “sempre estiveram à disposição da Justiça”, e destacou que a medida é “extremamente natural e salutar para confirmar a absoluta correção dos seus atos”.
ÚLTIMAS DE BRASIL
Cinco ministros votam contra revogação de prisão por assembleias
Cabral vai prestar Enem para tentar vaga no curso de História
Aécio deve ter participação discreta em convenção do PSDB
Marco Aurélio revoga prisão domiciliar de irmã e primo de Aécio
Em carta de despedida a tucanos, Aécio diz que irá provar inocência
No mesmo dia, Imbassahy recua de nomeação do presidente da juventude tucana
Comentários:
Postar um comentário