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POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Líder espanhol pede ao Senado autorização para destituir presidente catalão

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy (sentado), é aplaudido por senadores - SUSANA VERA / REUTERS
MADRI - Os partidos separatistas apresentaram nesta sexta-feira uma resolução ao plenário do Parlamento da Catalunha em que desejam declarar a independência, sob a ameaça de intervenção por parte do governo central, informou o porta-voz da coalizão de governo. Durante a sessão do Senado espanhol que avalia a ação de Madri, o presidente do governo espanhol Mariano Rajoy pediu à Casa autorização para destituir o líder catalão Carles Puigdemont e toda sua equipe, com a intenção de frear seu projeto independentista. Ele também solicitou poderes para dissolver o Parlamento catalão a fim de convocar eleições regionais em um prazo máximo de seis meses.
"Declaramos a Catalunha como Estado independente em forma de República", afirma a introdução da proposta de resolução apresentada pelos independentistas, com maioria absoluta na câmara regional, destacou o porta-voz.
O Senado espanhol iniciou uma reunião às 6h (horário de Brasília) para considerar a aplicação do artigo 155 da Constituição, que permite que a administração central assuma o controle de uma região se ela infringir a lei. Entretanto, há grande incerteza sobre como isso funcionaria na prática e se os catalães aceitarão a medida. Rajoy pediu para "proceder ao fim do presidente da Generalitat da Catalunha (sede do governo regional), do vice-presidente e dos conselheiros", recebendo aplausos dos senadores.
— Estamos diante de uma violação flagrante das leis e, portanto, da democracia e dos direitos de todos, e tudo isto, senhoras e senhores, tem consequências — advertiu Rajoy.
O Partido Popular (PP, conservador) de Rajoy tem a maioria absoluta no Senado. Além disso, o governo conta, a princípio, com o apoio do opositor Partido Socialista (PSOE) e do liberal 'Ciudadanos'.
Alguns defensores da independência prometeram uma campanha de desobediência civil.
Enfraquecido pelas pressões de todos os lados, Puigdemont, de 54 anos, um ex-prefeito de arraigadas convicções independentistas, preferiu não convocar eleições — medida que talvez evitasse a votação no Senado — e devolver a palavra ao Parlamento catalão. Segundo ele, Rajoy não apresentava garantias suficientes para adotar tal estratégia.
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