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Empresa diz que dono da Engevix condicionou negócio à contratação de coronel
Comprovantes bancários obtidos pelo El País detalham repasses que, de acordo com um empresário, teriam sido pagamentos feitos indiretamente ao presidente Michel Temer (PMDB). Os documentos apontam depósitos de R$ 469.250 em 17 de outubro de 2014 e R$ 622.225,50 em 3 de novembro de 2014, em uma conta bancária da PDA Projeto, uma empresa do coronel reformado João Baptista Lima Filho, velho amigo do presidente e investigado como o mais antigo operador de propinas de Temer na Operação Lava Jato. A conta fica no banco HSBC.
Os pagamentos, que somam R$ 938.500, foram classificados como propina pelo empresário José Antunes Sobrinho, sócio-controlador da empreiteira Engevix, que teria ordenado os repasses, e que participou do consórcio Inframérica, que assumiu o aeroporto de Brasília após a privatização em 2012. De acordo com o El País, os documentos reforçam a versão apresentada por Antunes em uma tentativa de delação premiada, no ano passado.

Pagamentos foram classificados como propina pelo empresário José Antunes Sobrinho, da Engevix
Ao jornal espanhol, Temer disse "que não autorizou ninguém a receber valores em seu nome, nem jamais pediu valores a quem quer que seja".
Antunes informou ao Ministério Público que solicitou a um prestador de serviços do Aeroporto de Brasília, a Alúmi Publicidade, que fizesse os repasses ao coronel Lima. Na época, Antunes era presidente do conselho da concessionária do aeroporto e a Alúmi tentava prestar serviço de mídia externa.
Antunes informou aos procuradores que o repasse de R$ 1 milhão foi solicitado por Lima, em nome de Temer, durante a campanha eleitoral de 2014. "Este pagamento foi feito através da empresa Alúmi, que prestava serviços de mídia externa no Aeroporto de Brasília", disse Antunes em um dos anexos de sua proposta de delação, citado pelo jornal.
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