sexta-feira, 21 de outubro de 2016

INVESTIGAÇÃO: Moraes diz que policiais presos do Senado extrapolaram sua competência

ESTADAO.COM.BR
Carla Araújo e Tânia Monteiro,
O Estado de S.Paulo

A PF prendeu na manhã desta sexta-feira, 21, quatro policiais legislativos sob a acusação de terem retirado escutas telefônicas de aparelhos em imóveis particulares e funcionais ligados a três senadores investigados na Lava Jato

Foto: JF Diório|Estadão
O ministro da Justiça Alexandre de Moraes

BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, afirmou nesta sexta-feira, 21, que as investigações que levaram à prisão de policiais legislativos apontam que os servidores extrapolaram o limite de sua competência. 
"O que as investigações levaram à conclusão, e isso referendado pelo Ministério Público, com ordem judicial, é que em tese alguns servidores da polícia do Senado realizaram uma série de atividades direcionadas à obstrução da Justiça. Em tese, eles extrapolaram o que seria de sua competência", disse Moraes, após participar de cerimônia de lançamento de um novo sistema eletrônico de inquéritos da Polícia Federal, em Brasília.
A PF prendeu na manhã desta sexta-feira, 21, quatro policiais legislativos, entre os quais o diretor da Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Carvalho, sob a acusação de terem retirado escutas telefônicas de aparelhos em imóveis particulares e funcionais ligados a três senadores investigados na Operação Lava Jato - Edison Lobão (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Fernando Collor (PTC-AL).
Pela manhã, Moraes, que participou de cerimônia em comemoração ao Dia do Aviador, na Base Aérea de Brasília, na qual o presidente Michel Temer estava presente, disse que a Polícia Federal "simplesmente cumpriu ordem judicial " ao executar as buscas e apreensões no Senado Federal. 
Segundo Moraes, o diretor geral da PF, Leandro Daiello, lhe telefonou "no inicio da manhã informando que haveria uma operação" sem detalhar que tipo de operação seria realizada e onde ela seria feita.

TRAGÉDIA: Trem superlotado descarrila em Camarões, mata 53 e fere 300

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

De acordo com ministro, composição deveria levar 600 a bordo, mas tinha 1.300 na hora

Público atende feridos e retira vítimas das ferragens de trem em Camarões - Reprodução

ESEKA, Camarões — Ao menos 53 pessoas morreram após um trem superlotado descarrilar nesta sexta-feira numa ferrovia que conecta a capital, Yaoundé, e Douala, a capital econômica. De acordo com o Ministério dos Transportes, outras 300 pessoas ficaram feridas.
De acordo com o ministro Edgard Alain Mebe Ngo'o, a composição levava 1.300 pessoas, em vez das 600 habituais. O trem descarrilou na manhã de sexta-feira (hora local) após trafegar em alta velocidade na cidade de Eseka, a duas horas da capital.

— Houve um forte barulho, olhei para trás e os vagões atrás de nós descarrilaram e começaram a cair. Houve muita fumaça — contou um jornalista da Reuters que estava em um vagão na frente. — Antes da partida, um funcionário disse que mais vagões foram adicionados para acomodar mais passageiros.
A cena do desastre foi tomada por pessoas revoltadas, e jornalistas teriam sido expulsos da área.
— Há corpos de mulheres, crianças. São muitas — disse chocado um funcionário da empresa operadora responsável. Três colegas seus morreram no desastre.
Segundo autoridades, fortes chuvas contribuíram para outros incidentes recentes na região. Uma ponte que caiu na estrada principal entre Yaoundé e Douala, nas últimas semanas, colaborou para o aumento na procura das viagens de trem para o percurso.

ÚLTIMAS DE MUNDO


POLÍTICA: Gilmar Mendes diz que Bolsa Família é 'compra de voto institucionalizada'

OGLOBO.COM.BR
POR JAQUELINE FALCÃO

Para ministro do STF, programa social é forma de ‘eternizar’ um governo no poder

O ministro do STF Gilmar Mendes no seminário “Soluções para Expansão da Infraestrutura no Brasil”, em São Paulo - Pedro Kirilos / Agência O Globo

SÃO PAULO — O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes fez críticas ao Bolsa Família e declarou que o programa social é uma forma de comprar votos e também de "eternizar" um governo no poder.
— Com o Bolsa Família, generalizado, querem um modelo de fidelização que pode levar à eternização no poder. A compra de voto agora é institucionalizada (com o programa) — disse o ministro nesta sexta-feira, durante o seminário “Soluções para Expansão da Infraestrutura no Brasil”, promovido pela Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham-Brasil) e pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB).
O ministro do STF disse que a Justiça Eleitoral não se preparou para tal situação:
— Se nós temos uma ampla concessão de Bolsa Família sem os pressupostos e sem a devida verificação, isso pode ser uma forma de captação de sufrágios que nós, no eleitoral, não conseguimos abarcar — comentou.
Esta não foi a primeira vez que Mendes criticou o programa e fez associação a uma compra de votos. Em novembro do ano passado, durante uma palestra sobre reforma eleitoral, em debate promovido pela Associação dos Advogados de São Paulo, ele afirmou que a implementação e ampliação de programas sociais, como o Bolsa Família e Seguro Defeso, em épocas eleitorais, eram “uma moderna compra de votos no Brasil”
— Eu tenho a impressão que a adoção de determinadas políticas públicas hoje, com finalidade exclusivamente eleitoral, é uma moderna compra de votos — declarou, na época.
Mendes participou, nesta sexta-feira, do seminário "Soluções para a Expansão da Infraestrutura no Brasil", em São Paulo. O ministro do STF evitou comentar a Operação Métis e disse apenas que deve "haver fundamentos" que justificam a ação da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta sexta-feira para desarticular associação criminosa armada, responsável por embaraçar a Operação Lava-Jato, entre outras investigações.
Questionado durante o seminário se o STF demorou para tomar alguma decisão a respeito do ex-deputado Eduardo Cunha, preso na quarta-feira por decisão do juiz federal Sérgio Moro, Mendes disse não ter certeza se havia fundamentos para a prisão de Cunha quando ainda exercia mandato parlamentar. Antes de ser cassado, Cunha tinha foro privilegiado, de forma que cabia ao STF avaliar eventuais pedidos de prisão.

ECONOMIA: Mesmo com redução pela Petrobras, preço da gasolina sobe no Brasil

OGLOBO.COM.BR
POR BRUNO ROSA

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, preço médio do combustível no país passou de R$ 3,654 para R$ 3,671

Posto Ipiranga da Rua Real Grandeza, em Botafogo - Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RIO - Apesar da redução dos combustíveis anunciada pela Petrobras na última sexta-feira, os preços de gasolina e do diesel subiram no Brasil na última semana, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Segundo o órgão regulador, o preço médio do litro da gasolina no Brasil subiu de R$ 3,654 (entre os dias 9 e 15 de outubro) para R$ 3,671 (de 16 a 22 de outubro). É um avanço de 0,4% nas duas últimas semanas.
No caso do diesel, o preço permaneceu estável, na casa dos R$ 3,00. Na sexta-feira passada, a Petrobras anunciou a redução do diesel em 2,7% e da gasolina em 3,2% na refinaria a partir do dia 15 de outubro. Se essa queda fosse repassada ao consumidor pelos revendedores, o recuo no preço final poderia chegar a 1,4% para a gasolina e 2,7% no diesel, em média por litro no Brasil . 
Segundo especialistas, o aumento do etanol no mercado ajuda a explicar a não redução dos preços. Para os especialistas, a cana de açúcar está no período de entressafra, o que eleva os preços. Além disso, ressaltaram, muitos postos aproveitaram o momento para repor suas margens. 
Segundo a ANP, o preço do etanol vendido na bomba subiu de R$ 2,633 para R$ 2,684 nas duas últimas semanas. É uma alta de 1,93%. Para especialistas, o preço do etanol anidro (que é misturado à gasolina) costuma acompanhar, mesmo que em menor grau, o aumento do etanol hidratado, o vendido na bomba.

NEGÓCIOS: Bolsa sobe no dia e mantém maior nível desde 2012; na semana, salta 3,8%

Do UOL, em São Paulo

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (21) em alta de 0,42%, 64.108,08 a pontos. 
É novamente o maior nível de fechamento desde 3 de abril de 2012, quando a Bolsa terminou o dia com 64.284,26 pontos. Isso já tinha acontecido na véspera e na última terça-feira (18).
Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula alta de 3,79% na semana e de 9,84% no mês.
O resultado de hoje foi puxado, principalmente, pelo desempenho positivo das ações da Vale, que subiram mais de 4%, e da Petrobras, que fecharam em alta de mais de 1%. Esses papéis têm grande peso sobre o Ibovespa. 
Dólar sobe e fecha a R$ 3,161
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,69%, a R$ 3,161 na venda, interrompendo uma sequência de três quedas. 
Apesar da alta do dia, a moeda norte-americana encerra a semana com desvalorização de 1,37%. No mês, acumula queda de 2,8% e, no ano, perdas de 19,94%. 
Vale 
As ações ordinárias da Vale (VALE3), com direito a voto em assembleia, valorizaram-se 4,24%, a R$ 19,91. As ações preferenciais da Vale (VALE5), que dão prioridade na distribuição de dividendos, ganharam 4,02%, a R$ 18,64.
Petrobras 
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) registraram alta de 1,9%, a R$ 19,32.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) tiveram alta de 1,18%, a R$ 17,95.
Bancos 
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 1,25%, a R$ 28,45.
No sentido inverso, as ações do Bradesco (BBDC4) perderam 0,95%, a R$ 32,36 e as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) caíram 0,16%, a R$ 36,31.
Bolsas internacionais
As principais Bolsas de Valores da Europa fecharam com leve variação:
Espanha: +0,43%
Itália: +0,15%
Alemanha: +0,09%
França: -0,09%
Inglaterra: -0,09%
Portugal: -0,22%
A maioria das principais Bolsas da Ásia e do Pacífico fechou em queda:
Cingapura: -0,41%
Coreia do Sul: -0,37%
Japão: -0,30%
Austrália: -0,22%
Taiwan: -0,11%
China: +0,22%
Hong Kong: não operou

(Com Reuters)


ECONOMIA: Dólar sobe 0,7% após 3 quedas e fecha a R$ 3,161; na semana, recua 1,4%

Do UOL, em São Paulo

O dólar comercial fechou esta sexta-feira (21) em alta de 0,69%, a R$ 3,161 na venda, interrompendo uma sequência de três quedas. 
Apesar da alta do dia, a moeda norte-americana encerra a semana com desvalorização de 1,37%. No mês, acumula queda de 2,8% e, no ano, perdas de 19,94%. 
Contexto brasileiro
A alta do dólar hoje foi um movimento de "ajuste", após a moeda ter caído 2,14% nas três sessões anteriores.
Investidores aproveitaram as cotações mais "baixas" para comprar a moeda. Quanto maior a procura, o preço tende a subir.
O dólar vem se desvalorizando recentemente devido a expectativas de entrada de recursos do Brasil, principalmente por causa da regularização de recursos de brasileiros no exterior.
A Receita Federal informou ter recebido cerca de 9.200 declarações no programa de regularização de ativos no exterior, somando R$ 61,3 bilhões em recursos regularizados e R$ 18,6 bilhões em impostos e multas.
Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o total de arrecadação com o programa de regularização deve chegar a R$ 80 bilhões.
Atuação do BC
Como nas últimas sessões, o Banco Central brasileiro ofertou 5.000 contratos de swap cambial reverso (equivalentes à compra futura de dólares). Todos foram vendidos.
Cenário externo
A alta do dólar hoje também acompanhou o movimento da moeda no exterior.
"Estamos sob efeito lá de fora", comentou o gerente de câmbio de uma corretora à agência de notícias Reuters.
O BCE (Banco Central Europeu) informou, na véspera, que não houve discussão sobre acabar ou estender seu programa de estímulo econômico.

(Com Reuters)

GERAL: Reprovada: Claudia Leitte terá que devolver R$ 1,2 milhão na Lei Rouanet

UOL


Divulgação
Prestação de contas de Claudia Leitte foram reprovadas na Lei Rouanet

A cantora Claudia Leitte ainda não se entendeu muito bem com a Lei Rouanet. No início do ano, ela desistiu de captar R$ 356 mil em leis de incentivo para a publicação de um livro por causa da repercussão negativa.
Agora, ela teve suas prestações de contas reprovadas, após captar R$ 1,2 milhão para uma série de 12 shows entre maio, junho e julho de 2013 em Rio Branco (AC), Macapá (AP), Belém (PA), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Teresina (PI), João Pessoa (PB), São Luiz (MA), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Brasília (DF).
O Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira (31) uma portaria informando que a cantora terá que devolver R$ 1.274.129,88 para os cofres do Fundo Nacional de Cultura.
Outros sete projetos, que vão desde o desfile de carnaval do meio-oeste catarinense, a festival de dança em Anápolis, também tiveram suas contas reprovadas.
Todos os projetos que tiveram as contas reprovadas - inclusive o de Cláudia Leitte - também receberam uma sanção administrativa de inabilitação. Ou seja, eles não poderão mais utilizar a lei de incentivo pelo prazo de três anos.
Procurada pelo UOL, a assessoria da cantora respondeu dizendo que está averiguando as causas da reprovação. Leia abaixo, na íntegra, o comunicado enviado:
"Na qualidade de advogado da Produtora CIEL, informo que todos os eventos do projeto foram realizados e devidamente comprovados ao Ministério da Cultura. Estamos averiguando os motivos da reprovação da prestação de contas junto ao MinC e informamos ainda que entraremos com recurso, pois a CIEL está apta a comprovar a realização dos eventos, bem como a distribuição dos ingressos. Dessimoni e Blanco Advogados".

LAVA-JATO: Laudo da PF aponta 'incompatibilidade' patrimonial de filho de Lula

UOL
De São Paulo e Curitiba


Reprodução
Luis Cláudio Lula da Silva

Laudo da Polícia Federal, com informações da Receita, apontam que a variação patrimonial de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, é "formalmente incompatível" entre 2011 e 2013 e no acumulado 2011 e 2014. A evolução patrimonial foi considerada compatível no ano de 2014.
"Frente às informações prestadas ao fisco federal, bem como movimentação bancária do investigado, foi constatado que variação patrimonial do sr Luis Cláudio Lula da Silva formalmente incompatível com as sobras financeiras correspondentes nos anos de 2011 2013, no acumulado do período (2011-2014), apresentando-se compatível no ano de 2014", diz o laudo anexado aos autos do inquérito que investiga a propriedade do sítio Santa Bárbara, no município de Atibaia (SP), atribuída ao ex-presidente.
A Polícia Federal analisou a compatibilidade dos rendimentos declarados por Luís Cláudio e sua movimentação financeira.
O delegado da PF Márcio Adriano Anselmo, da força-tarefa da Operação Lava Jato, havia solicitado, em agosto, a realização de perícias financeiras na documentação fiscal e bancária de Luís Cláudio, de seu irmão Fábio Luís, e de seus sócios Fernando Bittar e Jonas Suassuna - donos oficiais do sítio Santa Bárbara, de Atibaia (SP), que a Lava Jato afirma ser do petista.
O relatório da Federal destacou que em 2013, a "evolução patrimonial descoberto (falta de recursos) atinge valores superiores R$ 200 mil, quantia essa significativa frente posição patrimonial do investigado".
O documento faz menção LILS, empresa de palestras de Lula. "Essa variação descoberto em 2013, decorrente, em grande parte, de gastos com cartão de crédito (superiores R$ 300 mil), conforme registros na movimentação bancária do investigado. Observe-se que dos cerca de R$ 1,43 milhão de rendimentos brutos do investigado no período de 2011 2014, aproximadamente R$ 246 mil foram oriundos da empresa LILS Palestras, R$ 780 mil da LFT Marketing, R$ 100 mil de pessoas físicas, R$ 200 mil da sra Marisa Leticia", informa o documento da PF, subscrito pelo perito criminal federal Marcio Schiavo.
A reportagem fez contato com a defesa de Luis Cláudio, mas não houve resposta até o momento de fechamento deste texto.

TECNOLOGIA: Ataque hacker derruba parte da internet nos EUA

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Serviços como Twitter, Airbnb e Spotify ficaram fora do ar na costa leste do país

Mapa mostra mapa de calor sobre relatos de queda de serviços da Level 3 nesta sexta-feira - REPRODUÇÃO/LEVEL 3

RIO — Na manhã desta sexta-feira, moradores da costa leste dos EUA enfrentaram dificuldades para acessar uma série de serviços na internet, incluindo sites populares, como Twitter, Spotify, Reddit, Airbnb e Vox, entre outros. O problema teria sido causado por um ataque hacker contra o provedor de DNS Dyn.
“Nossa prioridade nas últimas duas horas foi restaurar a performance dos nossos clientes”, afirmou Scott Hilton, vice-presidente da Dyn, em comunicado.
De acordo com a companhia, um ataque distribuído de negação de serviço (DDoS, na sigla em inglês) atingiu a infraestrutura de gerenciamento de endereços DNS por volta das 9h10, pelo horário de Brasília, e os serviço só foram restaurados às 11h20. O problema afetou principalmente a costa leste dos EUA, onde estão grandes metrópoles, como Nova York e a capital, Washington.
Com sede em Manchester, em New Hampshire, a Dyn oferece, entre outros serviços, o gerenciamento de DNS (acrônimo para Domain Name System), responsável por fazer a conexão entre o requerimento de acesso do internauta e os computadores onde as informações de um site estão armazenadas.
Os ataques DDoS usam milhares de computadores e outros dispositivos infectados para enviarem requisições simultâneas a um único ponto na internet, fazendo com que ele seja sobrecarregado e saia do ar. No caso, os hackers miraram no gerenciamento de DNS e multiplicaram o escopo do ataque, já que o serviço serve de ponte para outros sites.


LAVA-JATO: Emocionados, Cunha e sua mulher conversam separados por vidro

OGLOBO.COM.BR
POR TIAGO DANTAS, ENVIADO ESPECIAL

Eles se falaram durante poucos minutos por fones interligados

Visita da jornalista Cláudiz Cruz ao marido foi rápida - Reprodução

CURITIBA - A jornalista Claudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, entrou silenciosa na ala onde seu marido está preso, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Com autorização dos agentes, conseguiu dar nele um longo abraço. Se emocionaram bastante, de acordo com quem acompanhou a primeira visita da mulher, que chegou sozinha usando óculos escuros, também em silêncio.
Depois do abraço, eles foram separados. Não puderam conversar ali, mas por poucos minutos no parlatório — espaço onde o preso e seu familiar ficam separados por um vidro e se falam por fones interligados.
Ali, o casal teve privacidade para conversar a sós. Parte do diálogo não foi acompanhada nem pelo advogado nem por agentes federais. O encontro novamente deixou ambos emocionados, segundo funcionários da Polícia Federal. Até então, a postura de Cunha na carceragem era descrita como fria e serena por agentes federais.
Ao deixar o prédio, mais uma vez a jornalista optou pelo silêncio. Acompanhada de um advogado, ignorou perguntas da imprensa. Entrou num carro importado que a esperava e não deve voltar ao local onde o marido está preso nos próximos dias. As visitas são proibidas no final de semana.

LAVA-JATO: Gleisi diz que pediu varredura à Polícia do Senado após operação da Lava-Jato

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Em nota, senadora diz que solicitação foi feita porque queria ‘segurança’

A senadora Gleisi Hoffmann - Parceiro / Agência O Globo

BRASÍLIA - A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) confirmou nesta sexta-feira que solicitou à Polícia Legislativa do Senado uma varredura em suas residências, mas nada foi encontrado. Em nota, a senadora informa que foi feito um pedido formal ao Senado após a operação da Polícia Federal em junho, que resultou na prisão de seu marido, o ex- ministro Paulo Bernardo.
Segundo Gleisi, a varredura foi realizada também em Curitiba (PR), porque a busca e aprensão da PF foi feita “sem a presença de alguém da família”.
“Fazer isso não configura obstrução alguma. Apenas queria ter informação de segurança sobre minha residência”, justifica.
Em junho deste ano, o ex-ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi, foi preso durante a Operação Custo Brasil, um desdobramento da 18ª fase da Lava-Jato. Bernardo permaneceu na prisão durante seis dias por suspeita de receber R$ 7,1 milhões em propina. À época, a PF o encontrou no apartamento da senadora em Brasília e cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do casal em Curitiba.
INTEGRA DA NOTA
“Logo após a operação de busca e apreensão realizada em minha casa em Brasília e em Curitiba, com a prisão de meu marido Paulo Bernardo, solicitei ao Senado que a Polícia Legislativa, dentro de suas atribuições legais, fizesse uma verificação e uma varredura eletrônica nas residências. Fiz o pedido formalmente. Tem processo no Senado com autorização formal para isso.
Em Curitiba, a busca e apreensão da Polícia Federal foi feita sem nossa presença ou de alguém da família. Não sei o que tinha acontecido. Por isso pedi para fazer a varredura lá também. Esse serviço da Polícia Legislativa existe regularmente há muito tempo. Temos todo processo de pedido formalizado. Tudo dentro das normas do Senado.
Fazer isso não configura obstrução alguma. Apenas queria ter informação de segurança sobre minha residência.
Também consultei  Polícia Legislativa sobre os procedimentos caso achassem algo nos locais. Foi me informado que se algo fosse encontrado, seria comunicado ao Ministério Público, para verificação de possível determinação judicial para o procedimento ou não. Como não encontraram nada, não tomamos nenhuma providência”.
Brasília, 21 de outubro de 2016”

POLÍTICA: Ministro da Justiça diz que policiais do Senado ‘extrapolaram’

OGLOBO.COM.BR
POR CAROLINA BRÍGIDO

Diretor da PF garante que a operação não significa disputa com a Polícia Legislativa

O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes - Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA — O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta sexta-feira que os quatro policiais do Senado que foram presos na manhã desta sexta-feira cometeram uma série de atividades com o objetivo de obstruir a Operação Lava-Jato. Ele não quis listar essas condutas, porque alegou que o caso estaria sob segredo de Justiça. Mas garantiu que o problema não seria apenas as varreduras em apartamentos funcionais para eliminar eventuais escutas telefônicas instaladas pela Lava-Jato.
— Foi uma operação instrumental, em relação a condutas que, em tese, estariam obstruindo a Operação Lava-Jato. As investigações levaram à conclusão de que alguns servidores da polícia do Senado Federal realizaram uma série de atividades direcionadas à obstrução da justiça. Em tese, extrapolaram o que seria de sua competência — afirmou o ministro, em um evento realizado na Superintendência da Polícia Federal.
— São vários eventos que justificaram a autorização do juiz (para as prisões) — completou o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Leandro Daiello Coimbra, que também compareceu à cerimônia.
Nem o ministro, nem o diretor da PF quiseram comentar a nota do Senado explicando que a Polícia Legislativa teria poderes para fazer varreduras em apartamentos funcionais. Mas afirmaram que a tentativa de atrapalhar as investigações é ilegal — seja por meio de varreduras, ou com outros instrumentos.
— Não podemos comentar o caso até ter certeza de que o sigilo foi encerrado. O que é ilegal é tentar atrapalhar investigação. Fazer varredura com esse objetivo é, sim, ilegal — disse Daiello.
Questionado, o diretor da PF garantiu que a operação não significa qualquer disputa entre a corporação e a Polícia Legislativa.
— A Polícia Federal tem atribuições definidas e aprendeu a trabalhar em parceria em ações específicas. Temos na nossa cultura que a parceria é um caminho. Não há disputa nenhuma nesse momento, eu não consigo vislumbrar isso — declarou Daiello.
O diretor da PF esclareceu que a operação foi realizada “da maneira mais tranquila possível”. Ele e o ministro da Justiça ressaltaram que a operação foi realizada dentro da legalidade, a partir da concordância do Ministério Público e de uma determinação judicial. Daiello contou que a Presidência do Senado foi avisada dos mandados de prisão e de busca e apreensão antes de eles serem cumpridos. Ele ressaltou que esse procedimento não é obrigatório, mas é uma forma de demonstrar respeito pelo Legislativo. Para Moraes, a operação não fere a autonomia entre os Poderes.
— Cada uma das instituições deve exercer estritamente suas competências e atribuições constitucionais e legais, até porque a Constituição determina a harmonia entre os Poderes. A Polícia Federal realizou as buscas e as prisões com base em mandados. Esses mandados foram determinadas pelo Poder Judiciário, a partir da investigação, que demonstrou várias condutas e atividades dessas quatro pessoas que estão presas com desvio de finalidade e com uma finalidade clara de obstruir a investigação — explicou o ministro.
Os dois comandantes garantiram que apenas os quatro policiais do Senado são investigados no inquérito. Eles explicaram que, se houvesse qualquer indício contra um senador, o caso seria remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), o foro específico para investigações contra parlamentares. Moraes declarou que qualquer indício de tentativa de atrapalhar a Lava-Jato será sempre combatido pela PF.
— Toda e qualquer atividade que vise frustrar, obstruir ou atacar a Operação Lava-Jato será investigada, como vem ocorrendo. Quando há indícios de autoria, se faz uma operação autônoma para impedir isso. Todo empenho, tanto do Ministério da Justiça, quanto da Polícia Federal, vem sendo realizado para garantir a eficácia da Operação Lava-Jato — disse Moraes.


ECONOMIA: Governo pretende fazer investimentos de R$ 110 bilhões entre 2016 e 2018

FOLHA.COM
FERNANDA PERRIN
JOANA CUNHA
DE SÃO PAULO

Beto Barata - 13.set.2016/PR/Xinhua

O governo federal pretende investir R$ 110 bilhões entre 2016 e 2018, dos quais R$ 38 bilhões serão destinados a rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, disse o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira.
Apesar da redução de gastos ser a principal bandeira do governo Michel Temer, o orçamento de 2017 foi feito prevendo espaço para novos investimentos e inclui ainda uma folga de R$ 1 bilhão, de acordo com o ministro.
Em seminário sobre infraestrutura com autoridades e empresários, Oliveira disse estar tranquilo com a aprovação da PEC 241 no Congresso, que estabelece um teto de gastos para o governo. "O calendário transcorre normalmente", afirmou.
Ele também se mostrou confiante na recuperação econômica do país. "O ajuste externo já foi feito, com superávits na balança comercial", disse. A melhora dos indicadores de confiança do setor privado e a redução da taxa básica de juros nesta semana também indicariam uma trajetória de estabilização da crise e retomada de investimentos.
A consolidação desse processo, porém, depende da aprovação de medidas do ajuste fiscal, como a PEC do teto de gastos, e a reforma da Previdência –maior despesa do orçamento da União.
CONCESSÕES
Aumentar a participação do investidor privado, nacional ou estrangeiro, nos projetos de infraestrutura é uma das metas do pacote de concessões anunciado pelo governo. Para isso, a equipe econômica busca formas de dar maior segurança jurídica aos interessados, uma das principais demandas do empresariado.
O fortalecimento das agências reguladoras é um dos caminhos para isso, diz o ministro. A ideia é que elas tenham "o instrumental necessário" para fazer adequações nos contratos já em vigor, como revisão de tarifas.
Outra proposta é criar um procedimento mais claro para devolução de projetos.
"Há alguns que enfrentam problemas. Estamos pensando em criar a possibilidade de que, em situações extremas, que haja uma devolução coordenada dos projetos. Não se trata aqui de favorecer concessionário ou acionista. Protege-se a concessão, o financiador, e aí teríamos uma nova licitação, fazendo a indenização dos investimentos já feitos", afirmou Oliveira.

MUNDO: Brasileiro confessa ter assassinado e esquartejado família na Espanha

UOL
Em Madri

Reprodução
Marcos Campos Nogueira e sua mulher Janaína Santos Américo foram encontrados mortos na Espanha, onde viviam

O brasileiro François Patrick Nogueira Gouveia confessou nesta sexta-feira (21) à Guarda Civil espanhola que foi o responsável pelo assassinato de seus tios e os dois filhos deles, duas crianças de 4 e 1 anos, em uma casa do município de Pioz, na província de Guadalajara (centro).
Assim disseram à Agência Efe fontes da investigação, que acrescentaram que o jovem, de 20 anos, não apresentou muitos detalhes, à espera da declaração que prestará perante um juiz de Guadalajara.
O jovem chegou na quarta-feira a Madri após se entregar voluntariamente após as conversas que os investigadores da Guarda Civil mantiveram durante vários dias com a família de Patrick no Brasil.
Os corpos do casal Gouveia (esquartejados) e os das duas crianças foram achados em uma casa em setembro depois que um vizinho alertou sobre o mau cheiro perto da casa da família, o que fez suspeitar que teria sido assassinada semanas antes.
Os parentes do jovem se convenceram de que o suspeito tinha que se apresentar à Justiça na Espanha, porque, além disso, a Guarda Civil tem vários indícios que apontam para o jovem.
Tudo parece indicar que na decisão do jovem de se entregar às forças de segurança espanholas pesou muito a convicção de que na Espanha o suposto autor teria um julgamento mais objetivo e uma detenção diferente da qual teria nas prisões brasileiras, segundo as fontes.
Por sua vez, a Promotoria de Guadalajara pedirá a prisão provisória de François Patrick.
Assim afirmou à Efe a promotora-chefe de Guadalajara, Dolores Guiard, que justificou esse pedido de prisão provisório "pela gravidade dos fatos e a ausência de firmeza no país" para assegurar assim sua permanência na Espanha.
Sobre as possíveis penas, a promotora-chefe disse que o Código Penal estabelece que os assassinatos de crianças menores de 16 anos são penalizados com prisão permanente que pode ser revisada depois de um tempo.

POLÍTICA: Renan defende Polícia Legislativa e diz que independência dos poderes precisa ser reiterada

JB.COM.BR

Em nota divulgada nesta sexta-feira (21), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirma que a polícia legislativa do Senado atua dentro da lei e que as varreduras solicitadas por senadores "restringem-se a detecção de grampos ilegais".
Renan afirmou também "valores absolutos e sagrados do estado democrático de direito, como a independência dos poderes, as garantias individuais e coletivas, liberdade de expressão e a presunção da inocência precisam ser reiterados."
Na manhã desta sexta-feira (21), uma operação da Polícia Federal prendeu quatro policiais legislativos suspeitos de prestar serviço de contrainteligência para ajudar senadores investigados na Lava Jato. Esses policiais legislativos estariam fazendo varreduras nas casas de políticos para descobrir e eliminar escutas instaladas com autorização judicial.
Renan defende Polícia Legislativa e diz que independência dos poderes precisa ser reiterada

Um policial legislativo teria revelado que estavam sendo feitas varreduras eletrônicas anti-grampo telefônico em endereços fora do Senado. Pelas normas da Casa, as varreduras podem ser feitas nas dependências do Senado. A Polícia Legislativa teria sido usada em seis imóveis ligados a dois senadores e dois ex-senadores: Fernando Collor (PTC-AL), Edison Lobão Filho (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e José Sarney (PMDB-MA).
Veja a nota divulgada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros:
A direção do Senado Federal tomou conhecimento na manhã desta sexta-feira (21-10-2016) das diligências no âmbito da Polícia Legislativa. O Senado designou advogados do próprio órgão para acompanhar todos os procedimentos até a conclusão das investigações.
Convém reiterar que Polícia Legislativa exerce suas atividades dentro do que preceitua a Constituição, as normas legais e o regulamento administrativo do Senado Federal.
Atividades como varredura de escutas ambientais restringem-se a detecção de grampos ilegais (Regulamento administrativo do Senado Federal Parte II Parágrafo 3, inciso IV), sendo impossível, por falta de previsão legal e impossibilidades técnicas, diagnosticar quaisquer outros tipos de monitoramentos que, como se sabe, são feitos nas operadoras telefônicas.
Como de hábito, o Senado Federal manterá postura colaborativa e aguardará as investigações para quaisquer providências futuras.
As instituições, assim como o Senado Federal, devem guardar os limites de suas atribuições legais. Valores absolutos e sagrados do estado democrático de direito, como a independência dos poderes, as garantias individuais e coletivas, liberdade de expressão e a presunção da inocência precisam ser reiterados.
Renan Calheiros
Presidente do Senado

LAVA-JATO: Sarney, Lobão e Collor teriam sido beneficiados por ação de grupo alvo da PF

UOL
De Brasília e São Paulo

Roberto Jayme 1º.fev.2013/UOL
Sarney participa, ao lado de Fernando Collor de Mello, de sessão do Senado

Os senadores Fernando Collor (PTB), Edison Lobão (PMDB) e o ex-presidente José Sarney (PMDB) teriam sido beneficiados pela ação do grupo de policiais legislativos preso na manhã desta sexta-feira (21) pela Polícia Federal. Todos os três políticos são alvos de investigação no âmbito da Lava Jato.
A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (21) diligências no Senado na Operação Métis. Quatro policiais legislativos foram presos por suspeita de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e em outras ações da Federal.
São eles: Pedro Ricardo (diretor), Geraldo Cesar de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antonio Tavares.
Estão sendo cumpridos nove mandados judiciais, todos em Brasília, sendo quatro de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, um deles nas dependências da Polícia do Senado. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal.
"Foram obtidas provas de que o grupo, liderado pelo Diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência", informou a Federal em nota.
O Ministério Público Federal informou em nota nesta sexta que um policial legislativo afirmou, em delação premiada, que, em quatro ocasiões, servidores públicos - utilizando equipamentos do Senado - fizeram varreduras em imóveis particulares e funcionais ligados a três senadores e um ex-parlamentar investigados na Operação Lava Jato.
O objetivo, segundo as declarações do colaborador, era fazer a chamada contrainteligência: localizar e destruir eventuais sistemas utilizados para escutas telefônicas e ambientes.
Segundo a PF, o diretor da Polícia do Senado "ordenou a prática de atos de intimidação à Polícia Federal, no cumprimento de mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal em apartamento funcional de Senador".
Os investigados responderão por associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa (art. 2º, §1º, da Lei 12.850/2013). Somadas, as penas podem chegar a 14 anos e seis meses de prisão, além de multa.
O nome da operação faz referência à Deusa da proteção, com a capacidade de antever acontecimentos.
Outro lado
Em nota, Collor negou relação com os acontecimentos. "O senador Fernando Collor não tem conhecimento acerca dos fatos narrados na manhã de hoje e nega que tenha se beneficiado de qualquer ação da Polícia Legislativa do Senado Federal que seja estranha às suas funções institucionais."
O advogado do senador Edison Lobão e do ex-presidente José Sarney, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, negou que seus clientes tenham cometido alguma irregularidade.
"O presidente Sarney ficou completamente atônito, disse que não usa os serviços do Senado desde que saiu do Senado e não fez nenhum pedido de varredura. Ele tem uma estrutura de ex-presidente da República. O presidente Sarney não usou, não fez pedido absolutamente nenhum e não foi feita varredura", disse Kakay.
A respeito de Lobão, o advogado disse que o senador peemedebista fez pedido justificável neste sentido - da polícia legislativa fazer varredura em sua casa, após os grampos feitos pelo ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado. "O senador Lobão desde 2007, esporadicamente faz na tentativa de encontrar grampos ilegais. O mais importante é que não foi encontrado. Se não foi encontrado, não tem como se falar em obstrução. Se fosse encontrado, teria de ter uma formalização. Ele pediu para efeitos de grampo ilegal e eu acho que é natural. Você tem um cidadão do naipe, do porte de Sergio Machado que grampeia o presidente do Senado e um ex-presidente da República, é natural que você queira saber se tem grampo ilegal", destacou o advogado.

NEGÓCIOS: Com ações em alta, Previ reduz déficit para R$ 12,9 bi

UOL
Mariana Durão

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, encerrou o terceiro trimestre com desempenho superior à meta atuarial em seus investimentos e com ativos totais de R$ 169,5 bilhões. O plano de benefício definido da fundação - Plano 1, que é o maior do País - registrou um superávit de R$ 3,191 bilhões nos nove primeiros meses do ano, reduzindo o déficit acumulado para R$ 12,9 bilhões. O resultado revela uma melhora em relação a 2015, quando a Previ teve desempenho negativo em R$ 16,1 bilhões, em decorrência da desvalorização de ativos e da alta da inflação.
De janeiro a setembro a rentabilidade do Plano 1, que concentra 95% dos ativos da Previ, atingiu 13,67%. O patamar é superior à meta atuarial de 10,13%, rentabilidade mínima estipulada para garantir o pagamento dos compromissos do fundo com os participantes. O resultado foi puxado pelos segmentos de renda variável e renda fixa, onde estão 90% dos recursos.
Os números indicam que a Previ caminha em direção positiva, mas o resultado final dependerá da avaliação das participações acionárias detidas pela Previ em blocos de controle, como as da Vale, Invepar e Neoenergia, contabilizadas apenas no balanço fechado de cada ano. Essas avaliações têm forte impacto positivo ou negativo no resultado do Plano 1, cujos pagamentos a honrar somavam R$ 143,8 bilhões em setembro.
O presidente da Previ, Gueitiro Genso, diz que os ativos de renda variável do fundo estão reagindo aos sinais de recuperação da credibilidade da economia, após sofrerem desvalorização conjuntural em 2015.
Dividendos
O executivo cita ganhos de mais de R$ 3 bilhões com a retomada dos papéis da Petrobrás, mesmo valor referente à valorização da fatia no Banco do Brasil. Os dividendos recebidos no ano pelas participações em companhias somam cerca de R$ 890 milhões.
"Só vamos ter certeza do resultado de 2016 ao avaliarmos esses três ativos (Vale, Invepar e Neoenergia), mas estamos bastante otimistas em fechar o ano superando a meta atuarial", diz Genso em um vídeo destinado aos participantes do fundo. A Previ reduziu sua despesa administrativa em 1,4% ante os nove meses de 2015.
O resultado de 2016 será importante para definir o equacionamento do déficit do ano passado. Pelas novas regras dos fundos de pensão, a Previ tem que cobrir o que ultrapassar o limite do déficit - o que falta para honrar todos os benefícios -, que no Plano 1 é de R$ 2,9 bilhões.
Contribuições extras
Só no fim deste ano, com todos os ativos contabilizados, será possível saber se os participantes e o patrocinador terão de fazer contribuições extraordinárias.
O plano Previ Futuro, para funcionários que ingressaram no BB e na Previ após 1997, teve rentabilidade de 19,27%, 9 pontos porcentuais acima da meta. O plano tem ativos totais de cerca de R$ 8,9 bilhões. 
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



ENTREVISTA: Problema do fundo partidário não é lei, mas cultura política, diz Gilmar Mendes

Do UOL, em Brasília
Leandro Prazeres

Modificar a lei que regula a utilização e distribuição do fundo partidário não é o caminho para que esses recursos públicos sejam mais bem aplicados. Essa é a opinião do ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), entidade responsável, em última instância, por aprovar ou reprovar as contas dos partidos políticos brasileiros.
O fundo partidário, cujo nome oficial é Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, é um montante repassado todos os anos pelo poder público para os partidos formalmente registrados junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para receber o dinheiro, que serve para atividades partidárias, as siglas devem estar com suas prestações de conta em dia. Em 2015, o fundo distribuiu R$ 867 milhões aos partidos.
Nesta semana, o UOL publicou uma série de reportagens em que mostra como os três partidos que mais recebem o fundo - PT, PMDB e PSDB - utilizam esses recursos. Há desde viagens de dirigentes pagas com dinheiro público a financiamento de churrascos e contratação de assessores.
Veja abaixo o que disse o ministro ao UOL sobre fundo partidário, eleições e financiamento de campanha:
UOL - O fim das doações empresariais aumenta a importância da fiscalização sobre o fundo partidário?
Gilmar Mendes - Com a percepção de que o modelo de doação privada estava em risco, os partidos passaram a aumentar o fundo partidário, talvez no propósito de suprir a eventual falta de recursos vindos da iniciativa privada com recursos públicos. Não é uma quantidade pequena de recursos -- nós já estamos aí nos avizinhando de R$ 1 bilhão. O fundo continua servindo para manter as finalidades básicas do partido, atender ao custeio da fundação, as despesas com propaganda, mas também está servindo certamente para contribuir para a participação do partido nas eleições.
Em 2014, foram distribuídos R$ 407 milhões aos partidos entre fundo partidário e multas. Em 2015, esse número saltou para R$ 867 milhões. Os partidos estão drenando recursos demais do contribuinte?
É muito difícil responder dessa maneira. É preciso que o contribuinte saiba que esses recursos estão sendo transferidos para os partidos. E essa tendência que se vê é uma tendência de ampliação. E aí o distinto público tem que se pronunciar. Qual a sua disposição de financiar esse modelo? Especialmente esse modelo altamente desorganizado. Nós estamos com 28 partidos com representação no Congresso Nacional. Nós temos ao todo 35 partidos. Todos eles recebem parte do fundo.
Vou dar um exemplo que ilustra bem isso. Um desses pequenos partidos, sem um representante na Câmara dos Deputados, recebe por mês algo próximo a R$ 500 mil. O partido funciona na casa do presidente, a secretária-geral é sua mulher, a outra burocrata do partido é sua filha, em suma, é uma instituição familiar e tem uma renda próxima a R$ 500 mil. [Em 2013, reportagem do jornal "O Globo" revelou que o PTC emprega em sua Executiva nacional 14 parentes do presidente, Daniel Tourinho]
Certamente o público não fica satisfeito de saber que os recursos destinados a essa atividade cívica estão sendo destinados a essa finalidade.
Considerando que há uma tendência de aumento dos recursos do fundo partidário, qual a sua avaliação sobre a legislação que regulamenta o uso, não a distribuição, do fundo partidário? O senhor acha que ela é suficientemente rígida?
Ela atende aos propósitos. Mas o problema, como a gente sabe no Brasil, não é só de legislação. É também de cultura política.
Nós saímos de um modelo autoritário [na ditadura], em que tínhamos um sistema bipartidário, e partimos para algo que foi se tornando mais ou menos ilimitado. O sistema partidário gerou esse monstrengo que aí está.
Recentemente nós tivemos por exemplo o fenômeno do Partido da Mulher Brasileira, que recebeu, numa dessas janelas, 24 adesões. E a partir daí ele passa a ter um ativo: ele tem direito a receber o correspondente do fundo partidário ao número de parlamentares. Esse passa a ser o critério. Aqui [no TSE] nós fizemos depois uma releitura que essas pessoas passaram pelo partido como cometas, e ficaram lá pouco tempo, nós fizemos uma releitura da nossa resolução dizendo que o partido só se beneficiaria daqueles parlamentares que lá ficaram, que eram dois. Mas veja que o sistema é muito vulnerável a esse tipo de prática.
Na nossa apuração, conversamos com alguns especialistas em transparência e alguns defenderam uma legislação para reger o uso dos recursos, porque embora sejam entidades privadas, esses partidos utilizam recursos públicos. O senhor é a favor de alguma disposição nesse sentido, que restrinja ou aumente o controle sobre como o dinheiro é utilizado?
Não tenho segurança quanto a isso e diria até que ficaria desconfiado. As licitações ocorrem Brasil afora nos entes públicos, e nós estamos envolvidos em um mar de corrupção. Não vai ser por aí que nós vamos resolver essa questão.
Eu tenho a impressão de que os próprios partidos deveriam bem aplicar os recursos. Mas não é isso que ocorre.
Se nós não temos tido capacidade de fiscalizar adequadamente o sistema estatal, nós não estaríamos diante desse mega-escândalo envolvendo a Petrobras e outras empresas. Se isto ocorre num sistema com Petrobras, que tem todas as auditorias, isso vai acabar por ocorrer nos partidos.
Eu não acredito que vai ser a criação de leis como leis de licitação para partidos ou coisas do tipo que vai torná-los mais transparentes. A transparência devia ser o próprio propósito do partido. Nós [TSE] fazemos uma fiscalização aqui, estamos melhorando a fiscalização. Estamos rejeitando as contas que são apresentadas.
Os nossos controles políticos são a posteriori. Talvez nós possamos melhorar isso, torná-los mais efetivos. Mas é preciso que isso seja inserido no próprio ethos do partido.
Estamos em 2016 e as contas anuais dos partidos políticos ainda são entregues em papel e só podem ser acessadas fisicamente na sede do TSE. Como o senhor avalia o grau de transparência do uso e da fiscalização do fundo partidário?
Eu tenho a impressão de que aqui esse controle [social] é deficitário. A Justiça Eleitoral faz aquilo que lhe cabe. Como eu disse, é uma análise a posteriori, o Ministério Público dá parecer e depois nós emitimos juízo, no sentido da aprovação ou da reprovação, ou da aprovação com ressalvas. Aplicamos multa, suspendemos o uso do fundo partidário. Nós estamos nos empenhando para que todos os processos relativos à Justiça Eleitoral, daqui a pouco, todos eles sejam eletrônicos.
Mas nós temos que convencer os partidos de que, se eles pretendem ter uma atuação exemplar, nos negócios do Estado, eles têm também que ter uma gestão exemplar com os recursos públicos. O fundo [partidário] é público.
Mas o senhor acredita que os partidos, por livre e espontânea vontade, publicariam suas contas sem que eles fossem obrigados a isso?
Deveria ser assim, porque esses recursos são públicos. Nós também ampliamos aqui no TSE o quadro de pessoal técnico na área de contas, e isso também vai nos permitir fazer com maior celeridade esse exame. Nós hoje temos convênios com órgãos como Tribunal de Contas, Receita Federal… E na medida do possível também estamos utilizando esses recursos e esses convênios para fazermos as análises das contas. Acho que nós estamos aprimorando o sistema.
O senhor é um defensor público de algum tipo de cláusula de barreira para partidos. Que tipo de cláusula o senhor defende e como evitar que ela não acabe sufocando partidos menores que tenham um um perfil mais ideológico?
Essa é uma questão que temos que discutir com toda abertura. Não vai haver forma de fazer omelete sem quebrar ovos. A cláusula de barreira mais conhecida é a cláusula de barreira alemã. Partidos que não conseguem 5% ficam fora do Parlamento. Nós vamos ter que fazer algo semelhante no Brasil. Talvez não tão radical, não de 5%, mas talvez em um percentual determinado. Já se tentou isso no passado, o Supremo depois deitou isso no chão. Agora tem essas propostas de emenda.
O que não dá é se ter 28 partidos, alguns com pequeno número de parlamentares, com baixa representatividade. Eu vi agora a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), essa da iniciativa do senador [Ricardo] Ferraço (PSDB-ES) e do senador Aécio (Neves, PSDB-MG), pelo menos ela é um início para uma discussão importante e sinaliza uma consciência no sentido de estabelecer algum limite.
Apesar dessa PEC, o senhor acredita que esta composição do Congresso, especificamente, tem interesse em aprovar leis que possam restringir o acesso de partidos menores tanto ao Congresso quanto ao fundo partidário?
É muito difícil você convencer o parlamentar a fazer uma reforma que possa afetar o seu interesse.
Aqui, porém, nós temos um estímulo especial, que é a Lava Jato. Nunca o sistema político esteve tão exposto, as entranhas foram reveladas de maneira tão explícita como agora, graças a essa mega-investigação. Isso me parece que torna o sistema muito vulnerável e faz com que as pessoas de grupos mais responsáveis percebam que é inevitável a realização da reforma. Eu poderia dizer, em princípio, os partidos não vão se solidarizar a um esforço de reforma. Mas a Lava Jato faz com que nossa avaliação fique um pouco diferente.
O senhor tem sido um crítico do fim das doações empresariais e esse posicionamento tem recebido críticas de diversos segmentos. Afinal, por que o senhor é contra o fim das doações de empresas?
Não se trata disso, aí é que está a confusão. A mim me parece que uma reforma como esta, relativa ao financiamento de campanha, ela tem que se fazer tendo em vista o modelo eleitoral que se vai desenhar. E nós fizemos a reforma do financiamento de campanha deixando todo esse modelo eleitoral existente.
Veja: nós temos agora eleições municipais [a entrevista foi concedida em setembro]. Como que eu faço para financiar este sistema? Com doações de pessoas físicas? Nós mudamos um sistema, no meio do jogo, às vésperas do processo eleitoral, sem alterar o sistema eleitoral. O que que acabou por ocorrer? A mudança de financiamento sem alterar o sistema. Essa é minha crítica básica.
Da forma como está a legislação, isso está praticamente empurrando os candidatos a praticarem caixa dois?
Eu tenho a impressão de que isso [caixa dois] é inevitável. Acaba por ocorrer. Estamos com uma legislação de forte teor simbólico. Eu estou só convencido de que aquilo foi um ato de voluntarismo. Não tem base na Constituição. Até porque é fácil de ver se, de fato, era inconstitucional a doação privada, de pessoas jurídicas, então nós teríamos que anular todas as eleições que foram realizadas.
Por que, na sua opinião, a Lei da Ficha Limpa é tão ruim, mas tão ruim, que, segundo o senhor mesmo, parece ter sido "feita por bêbados"?
Essa lei é de 2010. Nós estamos até agora discutindo a questão da rejeição de contas, que tipos de contas estavam rejeitadas ou não e quais eram as consequências em relação a prefeitos e gestores. Então é um dado que mostra já a baixa qualidade da lei. Foi uma lei casuística. Ela colocou lá que um parlamentar que renunciasse ao mandato para não responder a um processo ele ficava inelegível. Na verdade, foi uma lei que trouxe uma série de inelegibilidades que não fazem o menor sentido. Por outro lado, ela tem uma dificuldade de aplicação no caso das reprovações de contas.
Estamos todos perplexos. O Congresso atual foi eleito pela Lei da Ficha Limpa. Nós tivemos um melhor resultado?
O senhor acha que não?
Responda você mesmo. Nós temos hoje mais da metade do Congresso investigado pelo Supremo Tribunal Federal. Então isso está resultando em algo? É uma legislação simbólica. O Brasil tem que parar de ficar acreditando nesse tipo de legislação simbólica.
O senhor é conhecido, entre outras coisas, por suas declarações, algumas delas até citadas ao longo dessa entrevista. O senhor, em algum momento, se arrependeu de alguma dessas declarações polêmicas?
De jeito nenhum. Eu tenho na verdade bastante satisfação e faço de forma muito consciente. Eu já disse também que na vida pública a gente se qualifica pelos amigos que tem, obviamente, e pelos inimigos que de alguma forma a gente permite adquirir. Eu não uso palavras de baixo calão. Eu ficaria muito arrependido se eu xingasse uma pessoa ou coisa do tipo. Mas eu procuro ser bastante veraz e dizer as coisas que eu penso com bastante tranquilidade e às vezes com uma certa veemência. Mas estou muito feliz comigo mesmo. Em paz.
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