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POR O GLOBO
Republicano acusa senador de se vender à ex-secretária de Estado
Bernie Sanders acena em comício de Hillary: apoio - Andrew Harnik / AP
PORTSMOUTH, EUA — Encerrando uma disputa de meses, o senador Bernie Sanders subiu ao palco de um comício pela primeira vez para apoiar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton à Presidência dos EUA. Ao lado de Hillary em Portsmouth, New Hampshire, Sanders agradeceu a seus eleitores e congratulou a ex-primeira-dama por conseguir a indicação do Partido Democrata.
— Subi aqui não para falar do passado, mas para me concentrar no futuro. Para deixar o mais claro possível que apoio Hillary — disse Sanders. — Esta campanha não é sobre Hillary ou sobre Sanders. É sobre as necessidades do povo americano. Eu apoio Hillary Clinton. As duas campanhas estão agora juntas.
Sanders destacou pontos que sempre foram caros à sua campanha e que espera que a ex-primeira-dama defenda caso seja eleita em novembro, como o aumento do salário mínimo, educação mais barata, assistência médica e indicações de juízes para a Suprema Corte que defendam direitos das mulheres, dos trabalhadores e da comunidade LGBT.
— Não é um segredo que Hillary Clinton e eu discordamos em muitos assuntos. Isso é democracia. Mas estou feliz por anunciar que (...) houve uma importante aproximação entre as duas campanhas e produzimos, de longe, a plataforma mais progressista da História do Partido Democrata — disse Sanders num longo discurso.— A última coisa que precisamos é de um presidente qua não liga se milhões de americanos vão perder acesso à saúde.
No Twitter, o candidato republicano, Donald Trump acusou Sanders de ter se vendido a Hillary.
PLANOS CONJUNTOS E MORTES DE NEGROS
Quando Sanders terminou o discurso, ele e Hillary se deram um abraço apertado e ela o agradeceu pelo suporte.
— Você foi ótimo — disse ela. — Obrigada, obrigada Bernie pelo seu apoio, mas, mais do que isso, muito obrigada pela sua vida de luta contra a injustiça. Tenho orgulho de estar lutando ao seu lado, porque, meus amigos, este é um momento para todos nós ficarmos juntos.
Hillary ressaltou o slogan de campanha, dizendo que agora estavam "mais fortes juntos". A candidata reconheceu como o senador "energizou jovens com sua campanha" e contou estar trabalhando junto com ele em planos para ampliar o acesso ao ensino superior e à assistência médica.
— Agora, com a ajuda de vocês, estamos unindo forças para derrotar Trump e construir um futuro no qual possamos acreditar.
Num mês marcado pela morte de negros por policiais brancos, Hillary afirmou que se for eleita trabalhará no desenvolvimento de regras nacionais para o uso da força, criticou o preconceito racial e destacou a necessidade de melhor preparo policial. Ela defendeu, ainda, iniciativas para controlar o uso de armas no país.
— Armas de guerra não têm lugar nas nossas ruas.
A candidata democrata anunciou cinco metas ambiciosas para seu governo, a começar pela geração de mais empregos, afirmando que fará o maior investimento no setor desde a Segunda Guerra Mundial, e aumentará do salário mínimo.
— Um salário de US$ 7,25 é um salário de fome — afirmou.
Como segundo ponto, ela destacou que é preciso garantir que universitários possam estudar "sem ter que pagar um centavo". Outro ponto foi garantir que as grandes corporações de Wall Street paguem impostos.
A convenção democrata, onde Hillary será designada candidata do partido para a eleição do dia 8 de novembro, ocorrerá em duas semanas, na Filadélfia. Hillary ganhou as primárias dos estados, que terminaram no início de junho.
Há vários dias, os sinais de esfriamento aumentaram por parte de Sanders, que inicialmente havia declarado que não se daria por derrotado antes da convenção. Mas no fim de junho, admitiu que votaria em Hillary e que faria todo o possível para impedir a vitória de Trump. Sanders também explicou que negociaria com os assessores de Hillary para conseguir que o programa do Partido Democrata para os próximos anos, que deve ser ratificado na convenção da Filadélfia, seja "o mais progressista possível".
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