quinta-feira, 16 de junho de 2016

POLÍTICA: Temer chama acusações de Sérgio Machado de ‘levianas’ e que diz não ‘deixará passar em branco’

OGLOBO.COM.BR
POR EDUARDO BARRETTO /

Presidente interino falou sobre doações ilegais apontadas por ex-presidente da Transpetro

O presidente interino Michel Temer chega para declaração sobre as recentes denúncias de que teria recebido propina para a campanha de Gabriel Chalita - André Coelho / O Globo

BRASÍLIA - O presidente interino Michel Temer, em pronunciamento no Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira, classificou de ‘levianas’ as acusações presentes na delação de Sérgio Machado, segundo a qual o peemedebista teria pedido R$ 1,5 milhão para a para a campanha campanha à prefeitura de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012 . O ex-presidente da Transpetro afirma em sua colaboração premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) se tratar de doações ilegais fruto de recursos ilícitos. Envolvido pela primeira vez na Lava-Jato com pouco mais de um mês de Planalto, Temer não deu mais detalhes sobre sua relação com Machado ou sobre outras acusações.
— Quero fazer uma declaração a respeito da manifestação irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa do cidadão Sérgio Machado — atacou Temer em pronunciamento no Planalto à imprensa.
Temer fez questão de dirigir-se à sua família, amigos e ao povo brasileiro para que possa "andar nas ruas do Brasil". Ele disse que, se tivesse cometido o crime de que Machado lhe acusou em delação premiada, não teria condições de presidir o país.
Além de falar como "ser humano", Michel Temer afirmou que não "deixará passar" acusações desse tipo. Sem mencionar nomes, disse que não seguirá o exemplo de "alguns" que deixam "passar em branco". Ele garantiu que virá a público manifestar-se todas as vezes em que houver denúncias contra ele. 
— Ao contrário de outros, não vou deixar passar em branco essas acusações levianas — disse antes de completar:
— Alguém que teria cometido aquele delito que o cidadão (Sérgio) Machado mencionou não teria condições de governar o país — afirmou ao dizer que se pronunciava como ser humano, homem e presidente da República.
Em metade do duro pronunciamento de pouco mais de sete minutos, Temer ressaltou feitos do governo interino, como o corte de cargos comissionados e a proposta que fixa um teto para o gasto público.
— Nesse momento surge um fato leviano, que pode embaraçar a atividade governamental. Nada embaraçará nosso desejo, nossa tarefa de fazer. Não vamos tolerar afirmações desta natureza e quero revelar que, quando surgirem fatos desse natureza, virei a público contestá-los.
Ontem, por meio de nota, o presidente interino negou ontem que tenha pedido propina para financiar campanha. Temer diz que as informações de Machado são inverídicas e que sempre respeitou os limites da lei na busca de verbas eleitorais. Sobre sua relação com Machado, afirmou que é apenas formal.
“É absolutamente inverídica a versão de que teria solicitado recursos ilícitos ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado — pessoa com que mantinha relacionamento apenas formal e sem nenhuma proximidade”, diz o ex-presidente em nota.
A delação de Machado envolveu 24 políticos de nove partidos. Entre eles: Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado; o senador Aécio Neves (PSDB-MG); o senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento do governo interino; e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). O PT, partido da presidente afastada Dilma Rousseff, teve cinco políticos citados.
A Procuradoria-Geral da República ainda vai analisar se pedirá abertura de inquérito para investigar o caso que envolve o presidente em exercício. Se utilizar os mesmos critérios adotados em relação a Dilma Rousseff, a tendência do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, será deixar as investigações para depois que Temer sair da Presidência. Isso porque a Constituição prevê que o presidente não pode ser investigado ou processado por ato anterior ao atual mandato.
A Presidência chegou a divulgar ontem que Temer falaria nesta sexta-feira em rede nacionalde rádio e televisão sobre a "herança maldita" da presidente afastada, Dilma Rousseff. Seu pronunciamento é uma resposta às críticas de que após 30 dias no cargo, ele ainda não mostrou serviço.

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