terça-feira, 21 de junho de 2016

NEGÓCIOS: Bolsa mantém queda e ações da Oi chegam a despencar 30%

OGLOBO.COM.BR
POR JOÃO SORIMA NETO

Dólar inverte sinal e tem leve valorização frente ao real

- Chris Ratcliffe / Bloomberg

RIO e SÃO PAULO — O principal índice do mercado de ações brasileiro, Ibovespa, está em queda nesta terça-feira, puxado pelas ações de bancos e da Petrobras. Às 13h02m, o índice se desvalorizava 0,76% aos 49.945 pontos. As negociações com ações da Oi ficaram suspensas, entre 10h e 11h, segundo comunicado divulgado pela BM&FBovespa. Mas, logo após a abertura dos negócios, os papéis da operadora de telefonia acabaram entrando em leilão por duas vezes devido à forte queda.
O primeiro leilão terminou às 11h18m. No horário, as ações ordinárias recuavam 15,07%, a R$ 1,04, enquanto os preferenciais perdiam 30,30%, a R$ 0,69. Às 11h30m, as perdas se acentuaram com as ações PN recuando 25,25% e os papéis ordinários se desvalorizando 16,67%. Por isso, novamente as ações entraram em leilão.
- O leilão serve para redefinir o preço do ativo num momento de queda acentuada - diz Ari Santos, operador de mesa Bovespa da corretora H. Commcor.
Às 13h02, as preferenciais perdiam 16,16% a R$ 0,83 enquanto as ordinárias recuavam 19,84% a R$ 1,02. Os ADRs (American Depositary Receipts, papéis que equivalem a recibos de ações) perderam 46,7% na abertura da Bolsa de Nova York e as negociações foram suspensas. A operadora de telefonia Oi entrou com o maior pedido de recuperação judicial da história do país ontem.
Ainda de acordo com a Bolsa, às 16h, será feito call de fechamento para definir o preço de saída das ações da Oi dos seis índices dos quais o papel faz parte, já que empresas em recuperação judicial não podem integrar esses índices. As ações da Oi não integram o Ibovespa. Ontem, as ações ordinárias (com direito a voto) da Oi fecharam em queda de 5,97% a R$ 1,20, enquanto os papéis preferenciais (sem direito a voto) perderam 10% e encerraram negociados a R$ 0,99.
— Os papéis da Oi já vinham sendo castigados pelo mercado, já que a empresa não chegava a um acordo com seus credores — diz Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença. No ano, as ações PN apresentam desvalorização de 49%, enquanto as ações ordinárias recuam 56%.
O economista-chefe do Home Broker Modalmais, Alvaro Bandeira, afirmou, em relatório, que o pedido de recuperação judicial da Oi deve se refletir no balanço dos bancos. Segundo Bandeira, dos R$ 65 bilhões da dívida, R$ 14 bilhões são de crédito bancário. Entre os bancos credores da Oi estão Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal e BNDES.
“A recuperação judicial pedida na véspera de encerramento de semestre vai aumentar as provisões no sistema bancário”, escreveu o economista.
Por iso, os papéis de bancos estão em desvalorização e puxam o Ibovespa, já que têm maior peso no índice. Os papéis preferenciais do Itaú Unibanco recuam 1,87%, a R$ 28,86, enquanto as ações PN do Bradesco perdem 1,22% a R$ 24,31 e as ordinárias caem 1,62% a R$ 25,44, figurando entre as maiores perdas do índice.
- O Ibovespa é puxado pela queda dos bancos, que t~em peso importante no índice, e da Petrobras, com o recuo do preço internacional de mais de 2% - explica Ari Santos, da H. Commcor. Os papéis preferenciais da Petrobras caem 0,87% a R$ 9,11.
As maiores altas do pregão são apresentadas por empresas de telefonia, concorrentes da Oi: o maior ganho é dos papéis ordinários da TIM, com alta de 0,59% a R$ 6,86.
— A expectativa é que muitos clientes da Oi migrem para estas operadoras, o que impulsiona suas ações — diz um operador de Bolsa.
As ações da Kroton, empresa de ensino superior, estão em alta após a companhia divulgr em fato relevante que melhorou a oferta para troca de ações com a Estácio, numa possível fusão. A oferta subiu de 0,977 para 1,25 ação da Kroton para cada papel da Estácio. Os papéis ON da Kroton sobem 1,29% a R$ 13,31, enquanto as ações ordinárias da Estácio abriram em alta, mas inverteram o sinal e recuam 0,45% a R$ 15,38.
Na segunda, a Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,61%, aos 50.329 pontos. O mercado local seguiu o clima de alívio dos mercados externos com a aumento da probabilidade de permanência do Reino Unido na União Europeia. Mas hoje, segundo os especialistas, está mais ficado nos fatores domésticos.
CÂMBIO: DÓLAR RECUA FRENTE AO REAL
O dólar comercial abriu em queda nesta terça-feira, seguindo a tendência internacional, mas inverteu o sinal. Às 13h02m, a moeda se valorizava 0,05% frente ao real e valia R$ 3,40. Na mínima do dia, a divisa atingiu R$3,35 enquanto na máxima chegou a ser negociada a R$ 3,41.
"Os investidores mantêm o otimismo com a possível permanência do Reino Unido na UE", o chamado “Bremain”, escreveu em relatório Ricardo Gomes, da corretora de câmbio Correparti.
Mesmo assim, ainda há muita cautela sobre o assunto, já que a votação deve ser apertada. Pesquisas recentes apontam um quadro misto: o "Daily Telegraph" coloca a "permanência" sete pontos à frente, enquanto o The Times coloca a "saída" dois pontos na dianteira. Segundo dados compilados pela Bloomberg, 44% estariam a favor da saída, 42% a favor da permanência e 13% ainda indecisos. O plebiscito acontece nesta quinta.
Gomes, da Correparti, lembra que no cenário interno, o acordo com o governo para que os estados só iniciem o pagamento de suas dívidas em 2017 também traz efeito positivo.
"Tal fato é encarado como uma vitória por parte do governo de Temer e criam um clima otimista para que os governadores deem seu apoio, mais à frente, para a aprovação da PEC que cria um “teto” de gastos para a União", diz Gomes em seu relatório.
Ontem, a moeda americana fechou em queda de 0,61%, cotada a R$ 3,40 para venda, menor nível em mais de duas semanas. Na mínima, chegou a R$ 3,375.

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