sexta-feira, 1 de abril de 2016

CASO PETROBRAS: Ex-secretário petista recebeu R$ 500 mil de empreiteiras da Lava Jato

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Luiz Carlos Murauskas - 08.jun.2005/Folhapress 
O ex-secretário-nacional do Partido dos Trabalhadores Silvio Pereira é alvo de prisão temporária

O ex-secretário petista Silvio Pereira, alvo da 27ª fase da Operação Lava Jato nesta sexta-feira (1º), recebeu pagamentos das empreiteiras OAS e UTC, que somam R$ 500 mil, na conta bancária de uma de suas empresas.
Silvio Pereira foi um dos mais importantes quadros da direção nacional do PT, tendo deixado o comando da legenda após o escândalo do mensalão, em 2005. Ficou famoso na ocasião por ter recebido uma Land Rover de presente de uma empreiteira, a GDK. Segundo a Lava Jato, há suspeitas que o presente era propina relacionada à Petrobras.
As informações foram obtidas pelo Ministério Público Federal na quebra de sigilo das empresas e apresentadas ao juiz federal Sergio Moro para pedir a prisão preventiva de Silvinho – Moro só deferiu a temporária.
Segundo a Procuradoria, os pagamentos eram uma "mesada" para Silvinho não delatar possíveis fatos ilícitos que tivesse conhecimento envolvendo o PT.
Em depoimento à Lava Jato, o lobista Fernando Moura afirmou ter sido informado que Silvinho recebia "um cala-boca", ou seja, dinheiro que garantiria seu silêncio a respeita de irregularidades, de duas empreiteiras sob investigação, a OAS e a UTC Engenharia. O lobista disse que Pereira recebia R$ 50 mil "em dinheiro vivo". Ele não deu detalhes da frequência e nem identificou quem passou essa informação.
"É certo que Silvio José Pereira não é agente público, mas se os pagamentos se inserem nesse contexto, fariam parte da repartição de propinas acertadas pelas empresas fornecedoras da Petrobras com a Diretoria de Serviços da estatal", escreveu Moro em sua decisão.
Foram identificados quatro repasses que totalizaram R$ 486 mil diretamente da empreiteira OAS à empresa DNP Eventos, de Silvinho, entre 2009 e 2011. Também há uma transferência da UTC à DNP de R$ 22 mil.
Outros envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, o empresário Augusto Mendonça, da Setal, e o consultor Julio Camargo, também fizeram transferências à DNP. As de Augusto totalizaram R$ 154 mil, enquanto Camargo só fez um repasse de R$ 12 mil.
A Procuradoria também aponta pagamentos de um auxiliar do petista José Dirceu, Julio Cesar dos Santos, e de uma consultoria ligada a Dirceu, TGS Consultoria, a outra empresa de Silvinho, Central de Eventos e Produções. Essa empresa ainda recebeu um repasse da SP Terraplenagem, de Adir Assad, que era usada pela UTC para repasses ilícitos, diz a Procuradoria.
No total, foram pagamentos de R$ 400 mil à Central de Eventos e Produções.
"É provável que tais pagamentos se refiram à 'mesada' que o PT destinou a Silvio Pereira por intermédio de desvios em contratos que a UTC e a OAS mantinham com a Petrobras", escreveram os procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Para eles, "ao que tudo indica", os pagamentos ocorreram sem a correspondente prestação de serviço.

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