sexta-feira, 16 de outubro de 2015

ECONOMIA: Irritado com bombardeio, Levy pede reunião com Dilma

OGLOBO.COM.BR
POR MARTHA BECK E BÁRBARA NASCIMENTO

Lula voltou a defender a troca do ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sai do prédio do ministério - Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA - Irritado com o bombardeio que vem sofrendo do ex-presidente Lula, do PT e com as dificuldades da equipe econômica para conduzir o ajuste fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pediu nesta sexta-feira uma conversa com a presidente Dilma Rousseff. O encontro deve ocorrer durante a tarde.
Segundo interlocutores da equipe econômica, Lula voltou a defender enfaticamente a troca do ministro da Fazenda por considerar que Levy tem um discurso muito negativo e voltado para o ajuste fiscal, quando deveria estar falando de uma agenda positiva e da retomada do crescimento da economia. Isso aumentou rumores de que Levy poderia deixar o cargo em breve.
Na quarta-feira, o ministro chegou a responder o ex-presidente durante audiência pública na Câmara dos Deputados. No dia anterior, ao participar do congresso nacional da CUT, Lula havia atacado a política econômica do governo e dito que não se pode apenas ficar falando em cortes. Levy, por sua vez, lembrou que o próprio Lula já adotou uma estratégia semelhante à atual:
— Quando Lula assumiu havia dúvidas com o compromisso fiscal do governo. Muita gente achava que o governo não ia ter firmeza para se manter a evolução fiscal. No entanto, o presidente Lula conduziu esse momento de forma em que rapidamente essas dúvidas se dissiparam. Na verdade houve até uma decisão de se aumentar o supéravit fiscal. O resultado disso: a inflação caiu e rapidamente a economia voltou ao crescimento.
JUNTA ORÇAMENTÁRIA
Dilma Rousseff recebe na tarde de hoje os ministros componentes da Junta Orçamentária no Palácio da Alvorada, residência oficial. Pouco depois das 15h chegaram ao local os titulares do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy. O ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, chegou mais cedo ao Palácio.
Os ministros da junta devem elaborar um ofício solicitando ao Congresso Nacional que admita um abatimento maior da meta fiscal em 2015. Antes o governo admitia uma frustração de até R$ 26,4 bilhões, mas, diante da queda na arrecadação, esse montante deverá ser maior.
Até o início da tarde a reunião não constava na agenda nem da presidente Dilma nem de nenhum dos ministros. O encontro ocorre um dia depois de a agência de classificação de risco Fitch Ratings revisar para baixo a nota de crédito brasileira e deixar o país mais próximo de um novo rebaixamento, como o que ocorreu no início de setembro pela S&P.
Ontem os três ministros da junta estiveram reunidos na Casa Civil. Hoje à noite, às 21h, a presidente Dilma embarca para a Europa, onde tem agenda até terça-feira.

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