quinta-feira, 16 de julho de 2015

POLÍTICA: Cunha prevê segundo semestre ainda ‘mais duro’ para governo Dilma

OGLOBO.COM.BR
POR JÚNIA GAMA E ISABEL BRAGA

Presidente da Câmara voltou a dizer que governo ‘finge que tem maioria’

BRASÍLIA - Em café da manhã com jornalistas para encerrar o semestre de trabalhos, na manhã desta quinta-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aproveitou diversas oportunidades para criticar o governo Dilma Rousseff e o PT e reafirmar a vontade de peemedebistas de deixar o governo. Cunha destacou que, para quase metade do PMDB, “já estava atrasado o timing" da reunião do partido ontem, em que os caciques da legenda defenderam a candidatura própria em 2018. Ao citar desemprego, Cunha previu um segundo semestre ainda ‘mais duro’ para o governo Dilma.
– Tem 40% do PMDB que acha que a aliança com o PT nem deveria ter acontecido ano passado. A crise política não termina, o governo a cada dia vai perdendo governabilidade. O governo não tem capacidade de assumir sua agenda, parece que ainda nem começou a governar. É a primeira vez na história recente que um governo não tem maioria no Congresso. Apenas finge que tem maioria – disse.
Cunha sinalizou que o segundo semestre deste ano pode ser de mais dificuldades para o governo. Ao contrário do que espera o Palácio do Planalto, o peemedebista prevê que os ânimos dos parlamentares estarão ainda mais acirrados contra o governo após as duas semanas de recesso parlamentar, quando terão um contato mais intenso com suas bases políticas.
– Os deputados vão ficar duas semanas com o povo nas bases nos ouvidos deles, ouvindo reclamações sobre desemprego, então tendem a voltar ainda mais duros em relação ao governo – afirmou
Questionado se o PMDB pode deixar o governo antes de 2018, Cunha respondeu afirmativamente:
– É uma hipótese e não é improvável — pontuou, destacando que os ministérios hoje ocupados pelo partido serviriam somente aos próprios ministros e que o PMDB fica com o "ônus" de estar no governo, sem participar de fato.
CUNHA IRONIZA PROTESTOS PROGRAMADOS: ‘PTzaço’
O presidente da Câmara defendeu a implementação do Parlamentarismo diversas vezes, mas ressaltou que a mudança no sistema de governo não pode valer para este mandato, porque poderia parecer “golpismo”. Cunha destacou que um dos motivos pelo qual defende o Parlamentarismo se deve ao fato de, no Presidencialismo, a impopularidade não ser causa constitucional para impedimento do presidente da República.
O presidente da Câmara voltou a defender que o vice-presidente Michel Temer deixe a articulação política do governo. Cunha disse que, se não fosse por Temer, as medidas do ajuste fiscal não teriam sido aprovadas no Congresso e o “caos estaria instalado”. Mas, o peemedebista alertou para a possibilidade do vice-presidente “diminuir seu tamanho institucional” cuidando de crises e operando no varejo com os parlamentares.
Sobre as manifestações programadas para esta sexta-feira durante o pronunciamento de Cunha em cadeia de rádio e televisão para fazer um balanço dos primeiros seis meses de gestão, o peemedebista disse tratar-se de um “PTzaço”, um panelaço realizado por petistas.

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