terça-feira, 24 de março de 2015

ECONOMIA: Banco Central decide acabar com ‘ração diária’ de dólares

ESTADAO.COM.BR
CÉLIA FROUFE - O ESTADO DE S. PAULO

Mecanismo injetou US$ 115 bilhões no mercado desde agosto de 2013 e ajudou a amenizar a valorização da moeda americana
O Banco Central informou nesta terça-feira, 24, por meio de nota à imprensa, que decidiu não renovar o programa de swaps cambiais previsto para terminar em 31 de março. Conhecido no mercado como "ração diária", o mecanismo equivalia à venda de dólares no mercado futuro, o que na prática ajudava a amenizar a valorização da moeda americana. 
Desde agosto de 2013, já foram injetados o equivalente a cerca de US$ 115 bilhões por meio desse instrumento. Em janeiro, o BC teve ganho de R$ 10,781 bilhões com as operações. Ao longo de todo o ano de 2014, no entanto, registrou prejuízo de US$ 17,329 bilhões, o maior da história.
Nesta terça-feira, o dólar fechou em queda de 0,83%, a R$ 3,125, mas acumula, só em 2015, uma valorização de quase 18% em relação ao real.
De acordo com o BC, esses leilões e também os de linha (dólares com compromisso de recompra) já forneceram volume relevante de proteção cambial ao agentes econômicos. O programa teve início em 22 de agosto de 2013 e foi renovado duas vezes, sofrendo ajustes. 
No início, a chamada "ração diária" injetava US$ 2 bilhões no mercado semanalmente. Atualmente, o volume do programa é de US$ 500 milhões por semana. O BC informou também que os swaps cambiais que vencerão a partir de 1º de maio deste ano serão renovados integralmente. O BC levará em consideração a demanda pelo instrumento e as condições de mercado. 
Já os leilões de linha continuarão a ser realizados de acordo com as condições de liquidez do mercado de câmbio. "Sempre que julgar necessário o Banco Central do Brasil poderá realizar operações adicionais por meio dos instrumentos cambiais ao seu alcance", trouxe a nota do BC. 
Entenda. Nos leilões de swap cambial, o BC se compromete a pagar ao mercado a variação do câmbio no período de vigência dos contratos, mais um cupom cambial (como são chamadas as taxas de juros em dólar no Brasil).
Como contrapartida, os investidores ficam obrigados a entregar ao BC a oscilação dos juros DI (a taxa utilizada nos empréstimos entre instituições financeiras e que fica próxima à taxa Selic). 
a prática, portanto, o BC oferece ao investidor uma proteção contra a alta da moeda norte-americana, tornando desnecessária a compra do dólar à vista naquele momento. Por esse motivo que se costuma dizer que o contrato de swap cambial equivale à venda de dólares no mercado futuro. Ao ofertá-lo, o BC geralmente consegue aliviar ou até mesmo reverter a valorização da divisa.

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